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António Granjeia: aos 116 anos, o Clube dos Galitos continua a sonhar

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O Clube dos Galitos celebrou, no último sábado, 116 anos de vida. Um momento simbólico aproveitado para honrar o passado e reafirmar o desejo de continuar a cumprir os propósitos que estiveram na origem da sua fundação a 25 de janeiro de 1904: dotar Aveiro de uma instituição social capaz de dinamizar a cultura, o desporto e o convívio recreativo.

Em entrevista à Aveiro Mag, o presidente da direção, António Granjeia, presta homenagem ao ex-presidente Joaquim Mendonça, grande obreiro da construção do pavilhão do clube, recentemente falecido, agradece o apoio do poder local e do tecido empresarial e não perdoa ao Estado por tratar mal as associações e as pessoas que as dirigem.

Para além de esperar as várias secções em funcionamento voltem a brilhar nas competições em que estão inseridas, António Granjeia quer, este ano, concluir, em conjunto com a autarquia aveirense, o projeto de arquitetura do posto náutico na zona da antiga lota, continuar o processo de requalificação do espaço ocupado pelo Padel e participar na requalificação da actual piscina, junto às escolas José Estêvão e Mário Sacramento.

O Clube dos Galitos assinalou, estesábado, 25 de Janeiro, 116 anos de vida. Neste momento de festa a quem gostava de dirigir as primeiras palavras?

Os aniversários são eventos festivos onde coletivamente nos revemos no passado, mas, sobretudo, vivemos o presente. É importante nestas datas darmos graças a quem nos fez nascer, a todo o percurso que já trilhámos e rever mentalmente todos aqueles Galitos que fizeram deste clube uma referência na formação e na cultura da cidade.

Recordo neste aniversário, de uma forma especial, o Sr. Eng. Joaquim Mendonça, um presidente que muito fez pelo Clube dos Galitos e a quem devemos a edificação do nosso Pavilhão. Mas os aniversários como disse são dias de festa. No presente as pessoas fundamentais no Galitos são os nossos atletas e sócios e os dirigentes das secções. Sem eles não há clube, não há vida desportiva e cultural e muito menos vivência associativa nem espírito gregário de que são construídas as associações.

O clube tem mantido um papel notável no tecido associativo do concelho. Acha que esse papel tem sido reconhecido?

O reconhecimento é um valor que não nos cabe a nós valorizar. O reconhecimento da sociedade aveirense do trabalho que fazemos diariamente é naturalmente relevado nas conversas que temos com os aveirenses e na renovada confiança dos sócios que continuam a inscrever os filhos nas nossas escolas de formação. Temos crescido porque os aveirenses acreditam no Galitos. Somos gratos por isso. Trabalhamos diariamente, damos o nosso tempo pessoal em prol dos aveirenses, mas sem esperar nada em troca. O que as instituições políticas e as empresas da região nos valorizam é em função de critérios próprios que não medimos. Naturalmente que achamos que poderiam ser mais generosos, mas estamos muito reconhecidos àquelas empresas que nos apoiam e agradecidos pela ajuda continuada que tem sido possível ter da câmara municipal e da junta de freguesia. O problema dos apoios aos clubes prende-se mais com questões legais e com a possibilidade das empresas poderem por exemplo serem melhor ressarcidas no investimento em responsabilidade social que fazem.

Na sua mensagem de Ano Novo criticou a atuação do Estado na relação que mantém com as colectividades. O que é que é preciso fazer para melhorar o relacionamento entre Poder Central e associações locais?

Sim, claro. O Estado devia dar graças por haver gente que se associa para ajudar o Estado e não apenas gente que se associa para tomar conta do Estado. Disse, e repito, que o Estado Português trata mal as associações porque despreza os cidadãos que se predispõem a participar na vida coletiva. Devemos por isso alertar a sociedade e pedir aos Governos, que tantos incentivos criam e gerem para tudo e nada, que ajude, criando melhores condições de trabalho aos portugueses para que eles se sintam motivados em ajudar o próximo, colaborando mais com as associações e outras instituições de índole social.

Estamos, talvez inconsciente e alegremente, a caminhar para a “globalização” do desporto nacional e onde as identidades (clubes) locais, que fomentam verdadeiramente o desporto nacional, se veem consecutivamente “canibalizadas” pelos grandes clubes de Lisboa e do Porto. É fundamental criar estratégias locais e regionais que combatam este marketing agressivo e o centralismo das grandes capitais. É necessário dar estímulos às empresas do concelho de que vale a pena apostar na sua terra ao invés dos clubes de Lisboa e Porto.

Este é também um preço muito alto que todos pagamos por cada vez mais o Estado estar centrado nas receitas e menos na economia. O Estado continua a tratar os clubes como empresas que são motivadas pelo lucro e não como associações de cidadãos que preenchem o que Estado não sabe ou não quer fazer.

Não aceitamos que o Estado nos trate como um dano desprezível, elegendo-nos como financiador dos impostos que inventa e cobra. O exemplo supremo é o IVA e a taxa máxima (23%) que todas as associações pagam no gás e na eletricidade para logo percebermos, que o pouco que distribui, lhes acaba por tirar, pela via da tributação e das muitas taxas e taxinhas de que é exímio criador.

Quais são as principais apostas para 2020?

Em termos desportivos subir à Liga em Basquetebol Feminino, manter a Natação na primeira divisão, melhorar a prestação competitiva do Remo com mais campeões nacionais, continuar as prestações de nível nacional no Xadrez, no Padel e no Triatlo. Em termos culturais reativar a secção de Fotografia e manter a edição da nossa prestigiada Revista Filatélica “Selos & Moedas”.

O Basquetebol, a Natação e o Remo são as modalidades de referência do Clube do Galitos. Mas há mais...

Sim. Nós temos Xadrez com um nível bastante elevado. Atualmente, discute-se o acesso à 1.ª Divisão nacional. Gostaria de ter mais espaço de piscina para ter uma Escola de Triatlo como sempre sonhámos e para poder fazer evoluir esta modalidade. A consolidação do Padel, que tem sido um sucesso, permitirá melhorar os já excelentes resultados dos seus atletas para além de possibilitar requalificar o espaço com que se iniciou. Estamos também a montar uma secção competitiva de Bridge.

O Padel, que resulta de uma parceria, registou um crescimento significativo. Este é um modelo que pode ser replicado noutras modalidades?

O modelo de desenvolvimento do Padel não foi novidade no Galitos. Foi estabelecido com outras valências no clube. São disso exemplos o restaurante bar Atrium, em frente ao Pavilhão, a Fisiomanual, clinica de fisioterapias manuais, o centro de explicações Triplo Saber. Gostaria que o acordo com o ASKA pudesse ter igual resultado. Estaremos sempre recetivos a novos projectos mas com os pés e as mãos bem assentes no chão e desde que não colidam com outros que já tenham sucesso na cidade. Ser ecléticos para nós significa sobretudo sermos competentes e inovadores e não apenas apregoar que temos.

Na hora de soprar as velas que desejo gostaria de ver cumprido durante o próximo ano?

Naturalmente que haverá sempre projectos e ideias novas, mas gostaríamos e lutaremos por iniciar o projeto de arquitetura do Posto Náutico em conjunto com a câmara municipal, depois de fechadas as negociações com o Governo sobre o espaço da antiga lota. Vamos continuar o processo de requalificação do espaço que hoje o Padel ocupa. Estamos, ainda em conjunto com a Câmara Municipal, a participar na requalificação da atual piscina e ajudar a definir a topologia das novas piscinas municipais. Esperamos poder chegar ao fim do ano com estes objetivos alcançados.

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