É já com Isabel Simões Pinto como presidente da Câmara que se disputam as eleições autárquicas em Estarreja. A vereadora assumiu a chefia do executivo a 1 de setembro, substituindo Diamantino Sabina, que entretanto entrou em funções na Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia, em Bruxelas. O autarca do PSD liderou o município estarrejense desde 2013. Como cumpria o seu terceiro mandato, estava impedido de voltar a concorrer, abandonando o cargo antes do final dos quatro anos para ocupar o novo lugar europeu.
Isabel Simões Pinto substitui Diamantino Sabina quer como presidente da Câmara quer como cabeça-de-lista da coligação PSD/CDS às eleições autárquicas. A candidata, formada em Serviço Social e com uma breve passagem pela Assembleia da República, assume que a mudança de ciclo será aproveitada para lançar “um novo projeto autárquico”. “Consolidar a imagem externa de um município moderno, apelativo, competitivo e empreendedor e, simultaneamente, cada vez mais inclusivo, mais próspero, mais criativo, mais inteligente e mais sustentável para os munícipes” são os objetivos da candidatura. Ao programa eleitoral foi chamado Caderno do Futuro. “Acreditamos num concelho que seja mais verde e mais cuidado. Mais justo na forma como distribui investimento e serviços. Onde o espaço público é pensado para as pessoas”, lê-se. A educação, a formação e a cultura são vistos como “motores de cidadania e desenvolvimento”.
O PS, que governou Estarreja entre 1993 e 2001, avança com Manuel Almeida, presidente da Junta de Freguesia de Salreu e da Comissão Concelhia do partido. O autarca quer iniciar “um novo ciclo de gestão autárquica” apostando em “políticas eficazes de habitação”, na reabilitação urbana ou na criação de incentivos à fixação da população. Construir 100 habitações a custos controlados e urbanizar terrenos em todas as freguesias são propostas na habitação. A criação de um Centro Municipal da Inovação e do Gabinete de Apoio ao Investimento também fazem parte do programa.
A área política socialista partiu-se em dois com a candidatura independente de Marisa Macedo. A advogada foi a cabeça-de-lista do partido em 2021 e ao ver-se preterida como candidata à Câmara decidiu constituir um movimento autónomo a que chamou Estarreja Forte, contando com o apoio de Vladimiro Silva, líder do município pelo PS durante dois mandatos. Marisa Macedo reivindica “uma liderança atuante, que saiba perspetivar o desenvolvimento e defender o interesse dos estarrejenses e do município”. A candidata assume “uma candidatura capaz de construir o futuro de Estarreja, que tem de ser muito mais do que apenas eventos festivos”. “O único interesse desta candidatura”, sublinha a vereadora, “é o desenvolvimento de Estarreja, porque é imperioso não ficarmos para trás no que é essencial: a habitação, a saúde, a educação, a atração de investimento, o meio ambiente e a qualidade do espaço público”.
Fernando Saramago é o número um da lista da CDU. O candidato de 72 anos trabalhou no Amoníaco Português/Quimigal, Quimiparque e Baía do Tejo – Estarreja e foi dirigente sindical. A CDU (PCP/Os Verdes) diz que o seu cabeça-de-lista participa ativamente desde os 18 anos em atividades sociais, culturais e associativas. É membro da Assembleia de Freguesia de Beduído desde 2008.
O Chega, por sua vez, concorre com Emanuel Vieira. O cabeça-de-lista de 31 anos diz que a candidatura está “focada na melhoria da gestão municipal, transparência, combate à corrupção e revitalização do município”. O candidato promete, se for eleito, “combater a má gestão e garantir a transparência e uso responsável dos impostos”. Saúde e habitação são duas das grandes preocupações. Uma obra urgente é a construção de um canil municipal.
Nas eleições autárquicas de 2021, a aliança PSD/CDS obteve 52,3% dos votos e quatro mandatos, ao passo que o PS conquistou 33,4% dos eleitores e três mandatos.