Há quatro anos, nas últimas eleições autárquicas, Ílhavo foi palco de uma das surpresas eleitorais do distrito. O movimento Unir para Fazer foi o partido mais votado para a câmara, ainda que sem maioria absoluta – obteve 33,46% dos votos, alcançando três mandatos, o mesmo número de mandatos do PSD que obteve 31,63% dos votos; na terceira posição ficou o PS (20,80%), com um mandato – e sem vencer a assembleia municipal. Resta saber o que irá acontecer no próximo dia 12 de outubro: será que o movimento consegue ver renovada a confiança do eleitorado para gerir uma autarquia que foi quase sempre governada pelo PSD?
João Campolargo, atual presidente da câmara, recandidata-se ao cargo. Tem 53 anos e havia sido, entre 2013 e 2021, presidente da Junta de Freguesia de São Salvador, pelo PS. Licenciado em Gestão e com uma pós-graduação em Engenharia e Gestão Industrial, João Campolargo desempenhou cargos de direção em empresas e esteve ligado ao associativismo local. Nesta eleição, assume a “vontade de continuar a mudança iniciada em 2021” e apresenta um programa eleitoral que aposta em propostas como a criação do Manual de Acolhimento de migrantes, fomento de parcerias para a habitação a custos controlados e programas para reabilitação de habitação.
Já o PSD aposta em Rui Dias para liderar uma candidatura em coligação com o CDS. Advogado de profissão, está ligado a várias associações do município, sendo de destacar o trabalho que desenvolveu no Illiabum Clube, Delegação de Ílhavo da Ordem dos Advogados, Associação dos Amigos da Barra, Associação de Pais da Escola da Barra e da EB 2/3 da Gafanha da Nazaré, entre outras. O candidato quer abrir um “novo ciclo” de desenvolvimento classificando os quatro anos de gestão independente como estando aquém das expetativas criadas ao eleitorado em 2021. Entre as suas principais apostas está a educação, com projetos âncora como a criação de uma Escola Ciência Viva para o 1º ciclo e a Escola Digital Municipal com cursos gratuitos.
A comissão política do PS/Ílhavo, por seu turno, escolheu Sónia Fernandes, atual presidente da concelhia, apresentada como “uma nova protagonista da vida política local, com capacidade para aportar uma nova postura e novas ideias que efetivamente renovem a governação da câmara municipal”. Sónia Fernandes é natural de Ílhavo e licenciada em Engenharia do Ambiente, tendo sido dirigente da Juventude Socialista e das Mulheres Socialistas, bem como deputada municipal. A candidata defende “um concelho inovador e dinâmico, onde o desenvolvimento económico caminhe lado a lado com a coesão social, onde o respeito pelo ambiente seja uma prioridade e onde a cultura e a identidade ilhavense sejam valorizadas”.
Pela CDU concorre Virgílio Dias, 37 anos, administrativo. Há quatro anos, já tinha sido candidato à câmara, mas não conseguiu a entrada no executivo garantindo 1,57%, com um total de 257 votos, em sexto lugar entre as forças mais votadas. A candidatura defende a criação de uma base de dados da qual constem todos os negócios locais com a publicitação de descontos existentes e condições especiais para utilizadores da plataforma; preferência por pequenos negócios locais na contratação pública por parte do município de equipamentos e serviços; criação de um mercadinho de Natal no Jardim Henriqueta Maia, entre outras propostas.
Fernando Ferreira é candidato do Chega à Câmara de Ílhavo. Já aposentado da atividade profissional, o antigo empresário, de 70 anos, é o cabeça de lista do partido que em 2021 conquistou 4,42 % dos votos. Define como prioridades melhorar transportes, prolongar o horário dos centros de saúde e resolver os problemas de limpeza urbana. Outra das propostas reside na construção de uma ponte que ligue a Gafanha da Boa Vista à Vista Alegre, rejeitando o projeto que o executivo tem atualmente previsto, uma vez que os custos são “muito elevados”.