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Canções do Sofá: quando a música é assunto de família

Artes

Projeto musical de Santa Maria da Feira já editou um EP. Cristina e Paulo são o casal responsável pelas letras e músicas

 

 

Foi a música que os uniu. Estavam cada um na sua tuna, nos tempos da universidade, no Porto, quando se conheceram e começaram a trocar notas sobre as músicas que iam ouvindo. Três anos depois, mais concretamente em 2007, estavam a trocar alianças e a firmar uma relação que já deu frutos: um filho, de 14 anos, e um projeto musical que já anda a ecoar nalgumas plataformas musicais e nalguns espaços culturais. Chama-se “Canções do Sofá” e culminou, recentemente, no lançamento de um EP, Datilograma. Um trabalho com referências nas canções dos anos 90 e alguns estilos mais atuais, trazendo influências de bandas como os Clã, Três Tristes Tigres, Rádio Macau ou GNR - trazem ainda na sua essência o gosto pelas canções de intervenção e pela poesia – e que serviu de pretexto para uma conversa com a Aveiro Mag.

Cristina e Paulo Ratanji vivem em Santa Maria da Feira, de onde ela é originária, mas já andaram por Matosinhos e Inglaterra, país onde estiveram emigrados seis anos e acabaram por fundar, com outros portugueses, um projeto musical que perdura. Como os outros elementos também regressaram a Portugal, o grupo “Rosmanim” continua bem vivo. Foi ainda durante a permanência em Inglaterra que começaram a ganhar a vontade de compor. “Começaram a sair músicas que, no nosso ponto de vista, eram interessantes. E isso motivava-nos a continuar”, conta Cristina. “Dentro dessas músicas que tínhamos criado, muitas delas não se encaixavam com aquele projeto que tínhamos começado em Inglaterra, daí a necessidade de um novo projeto para podermos expressar outras ideias, outras músicas, outras sonoridades”, prossegue Paulo.

Já em Portugal, “surgiu, então, a ideia de criarmos um projeto nosso onde pudéssemos escrever livremente”. “Música de autor com objetivo de intervenção”, especificam. No ano passado, lançaram a primeira canção, “Manifesto”. “Foi gravada em casa, saiu e teve a participação de muita gente no videoclipe. Queríamos falar de Educação”, contam, lembrando que, nessa altura, o país vivia confrontado com as sucessivas greves dos professores. “Temos um filho na escola. Era um tema, para nós, interessante”, frisam. Lançada essa primeira canção, Paulo e Cristina ficaram logo com vontade de gravar outra. “Tínhamos uma música – ‘Bússola da Consciência’ – que é sobre o ambiente, e quisemos ir a estúdio para a gravar. No entanto, quando lá chegámos, o Jaime dos Bright Studios ouviu outras canções que tínhamos feito só na brincadeira e ficou muito entusiasmado. Disse-nos que também tínhamos de as gravar. Foi aí que surgiu o EP”, enquadram.

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O projeto é simples: Paulo toca, Cristina canta, e têm outros três músicos que os acompanham, de forma a poderem apresentar ao vivo as músicas tal como elas foram gravadas. “Inicialmente, pensámos em estarmos só os dois em palco. Só que as canções pediam-nos outros sons. Embora as canções tenham sido criadas por nós, no sofá, acho que ficou muito interessante o facto de adicionarmos o piano, a bateria, o baixo e pormenores de outros instrumentos. As músicas ficaram mais intensas e mais comerciais”, explicam.

Até onde o público os levar

Cristina Ratanji tem 42 anos e trabalha como assistente social. Paulo Ratanji tem 44 e é engenheiro civil. A música fica para as horas vagas, muito embora sonhem com a possibilidade de um dia poderem fazer dela profissão. “É um sonho, sim. Mas já falámos com artistas que estão na área há muito mais tempo e que já estiveram nos tops e eles próprios nos dizem que é difícil largar o emprego para nos dedicarmos exclusivamente à música”, refere Paulo. “E sermos logo dois ainda é mais difícil”, nota Cristina, confessando que, um dia, “gostava de ter um part-time” que lhe permitisse “dedicar mais tempo à música”.

 

 

Até onde podem ir as “Canções do Sofá”? “Vamos onde a corrente nos leva. Para já, levou-nos às Fnac Session [vão atuar em Aveiro no próximo dia 29 de março, pelas 17h00] e estamos a apreciar cada segundinho deste processo. O tempo dirá. Podemos ir até onde nos levarem. Quem decide é o público”, testemunham. “Depois do EP, continuamos com muita coisa guardada para gravar. Canções do Sofá dá-se a esta liberdade de ter sonoridades muito variadas porque não se tenta prender a um género. Para já, é acústico, mas um dia pode ser de guitarras elétricas, consoante a mensagem que queiramos passar”, admitem.

Para já, ficamos com os sons das suas canções de estreia, de que é exemplo “Altos Voos” (ver vídeo abaixo), tema que “fala sobre a coragem de quem se aventura, sem que a culpa ou censura imposta pela opinião dos outros interfira no nosso caminho”.

 

 

 

 

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