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Marisa Barbosa: “O meu objetivo é formar campeões”

Atletas

Marisa Barbosa cresceu a assistir aos combates do pai – Manuel Barbosa, antigo boxeur aveirense – no antigo pavilhão do Beira-Mar, entretanto demolido. “Lembro-me que, na altura, [os desportos de combate] tinham uma adesão gigante por parte do público aveirense. Sempre que havia combates, o pavilhão enchia-se de gente e as pessoas vibravam mesmo com aquilo”, recorda Marisa, lamentando que, nos dias que correm, estas modalidades não tenham a mesma projeção. “Mesmo já depois de o meu pai ter começado a treinar, durante vários anos, o boxe continuou a prosperar cá em Aveiro. Havia muitos atletas... muitos miúdos do bairro [de Santiago], por exemplo, foram campeões nacionais. Mas a modalidade foi morrendo”, conta.

De certa forma, os desportos de combate sempre fizeram parte da vida Marisa Barbosa, mas só aos 32 anos é que a aveirense decidiu subir ao ringue. “Desde miúda que vejo desportos de combate, mas o meu pai sempre me protegeu muito. Acho que nunca tive aquele empurrãozinho que me faltava. Até que, já adulta, senti necessidade de dedicar algum tempo a mim mesma e decidi experimentar o kickboxing”, relata. “A minha ideia era só treinar, não era competir, mas a verdade é que eu já conhecia bem a modalidade e, ao fim de um ano de treinos, o meu treinador achou que eu devia entrar na minha primeira competição. Fui logo campeã”, prossegue, dando nota desse primeiro cinturão, vencido em Anadia, no momento em que se sagrou Campeã Nacional de Neo Profissional em K1, na categoria de 56kg, título que viria a revalidar logo no ano seguinte. “Desse momento em diante, foi uma dedicação quase total, daí ter conseguido chegar mais longe do que aquilo que esperava e alcançar em poucos anos aquilo que muitas miúdas que começam desde pequenas não conseguem”.

Marisa Barbosa começou a treinar kickboxing no Dynamic Life Acadmy, em Aveiro, mais tarde, mudou-se para o Curigym, na Curia (Anadia), e nos últimos anos, representou o Sporting CP. Foram oito anos de entrega à modalidade; oito anos a conciliar uma intensa rotina de treinos com os empregos numa marca de venda de roupa a retalho e enquanto professora de dança, aeróbica, step e zumba. “Trabalhar, dar aulas, treinar. Foi assim a minha rotina durante todo o meu percurso enquanto atleta. Quando tinha competições, muitas vezes, acrescentava outro treino de manhã, antes de ir trabalhar e, claro, a intensidade dos treinos aumentava com o nível competitivo das provas em que participava”, esclarece.

No que diz respeito a figuras referência nos desportos de combate, para Marisa – como para qualquer atleta do meio -, há nomes incontornáveis: “Mike Tyson, claro, toda a gente o conhece”. No entanto, a antiga atleta de kickboxing faz questão de elevar ao estatuto de referência algumas das pessoas com as quais treinou ao longo do seu percurso. “Pessoas com os irmãos Tiago e André Santos, por exemplo, atletas do Sporting CP com quem aprendi bastante. Essas, para mim, são as principais referências”.

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Marisa Barbosa terminou a carreira de atleta, aos 40 anos, mas não foi por isso que pendurou as luvas. Decidiu aventurar-se a treinar novos atletas e, para quem estava habituada à inquietação e fervor dos combates, a experiência de estar do lado de fora do ringue tem-se revelado igualmente entusiasmante. “Estou a gostar imenso”, afiança.

A grande mais-valia de Marisa enquanto treinadora é, segundo a própria, “ter passado por tudo o que os atletas passam, saber o que sentem e o que precisam”. “É preciso ter muita coragem para se entrar num ringue”, garante a treinadora, desde logo, pelo facto de os desportos de combate serem “fisicamente muito duros” – “Treinar todos os dias significa apanhar porrada todos os dias” -, mas também porque “80 por cento de um combate é psicológico” – “Até podemos estar fisicamente muito bem-preparados, mas se a cabeça não estiver lá não fazemos nada”.

Ao conhecer um pouco melhor o percurso Marisa Barbosa, é fácil perceber que os desportos de combate são bem mais do que socos e pontapés. Exigem dedicação e foco, exercitam a coordenação e a agilidade e fomentam o desenvolvimento da perspicácia, essencial para interpretar os movimentos do adversário. Acima de tudo, são modalidades que instigam à superação pessoal. “O grande segredo para o sucesso nos desportos de combate não é querermos ser melhores que ninguém, mas sim querermos sempre ser melhores do que nós próprios”.

Esta é uma das lições que Marisa Barbosa aprendeu e, com toda a certeza, tentará passar aos seus alunos na academia PLAY>OFF, em Estarreja. “O futuro passa por Aveiro”, assegura a treinadora, ainda que, “para começar”, tenha optado por “uma zona onde não houvesse boxe ou kickboxing”. “É como se fosse um estágio”, explica. Em poucos meses, já conseguiu reunir “um grupo jeitosinho” de 12 atletas, dois dos quais já entraram em provas competitivas. “Ter uma sala cheia”, contudo, não é o mais importante para Marisa. “Não vivo para ganhar dinheiro com a modalidade. O meu objetivo é formar campeões; criar a equipa ‘Aveiro Fighters’ e ganhar títulos como treinadora”, resume.

Ora, se assim é, os planos parecem estar a correr-lhe de feição: o primeiro atleta treinado por Marisa Barbosa a competir sagrou-se campeão regional. Chama-se Fábio Abrantes e é o marido da treinadora aveirense. “Nós já tínhamos treinado juntos ... reencontrámo-nos quando eu voltei a passar mais tempo em Aveiro, voltámos a treinar e casámos”, conta.

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