
Aveiro: MUBi critica “a crescente motorização da cidade”
A MUBi Aveiro lamenta que as obras que tiveram lugar junto ao Centro Comercial Glicínias “tenham contemplado o aumento do canal rodoviário (através do incremento de uma via de tráfego), retirando espaço ao peão e tornando o atravessamento da faixa de rodagem mais longo, demorado e perigoso”, é apontado em comunicado.
Entende a associação pela mobilidade urbana em bicicleta que “a intervenção induz o crescimento do tráfego automóvel, com o consequente aumento do já elevado risco rodoviário para os utilizadores de bicicleta, modo de transporte para o qual não foi projetada nenhuma solução na ligação entre a Avenida Dr. Mário Sacramento/Bairro de Santiago e o Glicínias”.
“Nesta zona da cidade caracterizada por uma elevada densidade habitacional, e já muito penalizada pelos formatos de via rápida da antiga Nacional 109 e dos seus acessos, a intervenção efetuada contraria todas as boas práticas e orientações vigentes de redução de volume, velocidade de circulação e espaço afecto ao tráfego motorizado e de priorização dos modos de deslocação mais saudáveis e sustentáveis”, acrescentam os responsáveis da MUBi.
Fica também o alerta: “Numa altura em que se discute, na actual revisão do PDM, o alargamento do conceito de cidade, de forma a incluir os núcleos fortemente urbanizados de Aradas, São Bernardo, Azurva, Cacia e Santa Joana, esta obra vem indiciar que essa alteração de limite poderá ficar mesmo só pelo papel”.
Vítor Lima Vieira
É lamentável numa cidade com tradição no uso da bicicleta e com uma orografia propícia ao pedestrianismo. Veja-se o exemplo das Avenida Vasco Branco e Alameda Silva Rocha onde, e bem, se investiu em separadores ajardinados, mas os peões “enfrentam” os automóveis num duelo desigual.