“Os dragados recolhidos na zona da Torreira no âmbito da empreitada de desassoreamento em curso na Ria de Aveiro estão a ser inexplicavelmente despejados a cerca de quatro milhas do local, na baía Norte da Ilha do Monte Farinha, numa ação que torna incompreensível esta obra de 21,6 milhões de euros”. O alerta é lançado pelo MARIA, Movimento de Amigos da Ria de Aveiro, que faz questão de notar que esta opção “torna praticamente ineficiente e um desperdício de dinheiros públicos o esforço de desassoreamento que está a ser feito um pouco mais a norte, junto ao cais de pescadores da Torreira, no concelho da Murtosa”.
Segundo realçam, ainda, os dirigentes do MARIA este “é apenas mais um episódio nesta controversa obra projetada e dirigida pela Polis Litoral Ria de Aveiro, que se tem transformado, ao longo do tempo, num pesadelo para todos aqueles que tinham a esperança de ver uma Ria de Aveiro melhor, mais navegável e mais saudável após esta intervenção”.
A comunidade piscatória, a que se juntam os navegadores de recreio que procuram a baía da Ilha do Monte Farinha como local de fundeio, têm manifestado o seu desagrado pela situação nas redes sociais e o MARIA tem recebido dezenas e dezenas de contactos de pessoas indignadas com as descargas.
A obra de desassoreamento da Ria de Aveiro, no valor de 21,6 milhões de euros, iniciou-se a 23 de abril de 2019. O prazo de conclusão da obra adjudicada ao consórcio Etermar/MMAS/Rohde Nielsen era inicialmente de quinze meses, mas só deverá ficar concluída no final do ano em curso, com um atraso de 18 meses, nota o MARIA, em comunicado.
A Aveiro Mag tentou, sem sucesso, obter esclarecimentos por parte da Polis Litoral Ria de Aveiro.
* Créditos da foto: Afonso Ré Lau