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André Caravela Machado, pessoa e projetos “de Portugal para o Mundo”

Sociedade

Nascido em Vale de Cambra, é engenheiro informático e jurista de formação, mestrando em Gestão, board advisor de uma fundação e de um grupo empresarial e fundador e Presidente da World Needs, uma associação sem fins lucrativos que pretende vir a “ser a maior plataforma colaborativa social de Portugal”.

Com 27 anos, André Caravela Machado diz ser porque o é em comunidade – “eu sou a soma das cinco pessoas com quem me dou”, partilha, “e uma delas há de ser o Mundo”. “Não crê ser nada sozinho”, pode ler-se no site da World Needs, e, por isso, move-se procurando criar relações significativas em que todas as partes sentem ter valor acrescentado.

Foi com a premissa de “marcar a diferença, em Portugal e no Mundo, de Portugal para o Mundo” que, em março de 2020, nasceu a associação juvenil World Needs, que hoje conta com uma equipa de 30 voluntários que "trabalham incansavelmente" em projetos de áreas tão distintas como a educação, justiça, saúde, voluntariado internacional, ação social, entre outros.

O “clique”

Com uma infância preenchida de responsabilidade e que se ia desenrolando à “imagem do que os outros faziam”, pela ausência de um acompanhamento mais próximo, André cresceu entre jogos de futebol em que o campo era demarcado por montras de lojas, viagens de bicicleta de uma transportadora imaginária criada pelo grupo de crianças com quem brincava e afazeres de adulto.

Foi por volta dos 14 anos que se deu “o clique” que o fez mais atento ao que se passava em seu redor. Consciente de que “há coisas que acontecem porque têm de acontecer”, André reconhece ser protagonista de momentos decisivos que poderiam ter resultado em capítulos muito distintos daqueles que o compõem. Um desses momentos terá sido aquele em que integrou um Grupo de Jovens que o despertou para a sua circunstância, permitindo-lhe “ter uma noção diferente do que era o Mundo”. “Olhar para o outro como uma pessoa tão importante como eu começou a fazer mais sentido”, conta, acrescentando que foi também aí que percebeu que, do curso profissional em Informática de Gestão que se encontrava a frequentar, poderia fazer caminho para o Ensino Superior.

O borbotar de um novo projeto

De um curso profissional fez-se então ao Instituto Politécnico de Viseu para uma licenciatura em Engenharia Informática e um Curso de Especialização Tecnológica em Instalação e Manutenção de Redes e Sistemas Informáticos. Mais tarde, veio a concretizar uma das suas grandes ambições pessoais – a conclusão de uma licenciatura em Direito, na Universidade Católica do Porto – e ainda a integrar o Mestrado em Gestão na Universidade de Aveiro. "Tudo tem uma ligação", explica, manifestando a convicção de quem acredita no caminho percorrido e por percorrer, atento a uma voz dentro "que fala baixinho".

Mas não só de livros se fez o seu percurso – pelo contrário. André Caravela Machado começou a trabalhar com 13 anos, somando já uma vasta experiência profissional e também voluntária. Ainda antes de terminar a primeira licenciatura, partiu em missão para Angola, onde deu formação e prestou apoio em variadas atividades de terreno, como a reabilitação de casas. “Foi o que mais gostei”, conta. Participar em ações que lhe permitiram conhecer verdadeiramente a comunidade que o havia recebido fez borbotar em André ideias de um projeto próprio, que viria a tornar-se mais e mais palpável com o acumular de vivências e saberes, "seja pela via académica, profissional, humanitária ou social”.

World Needs – uma plataforma colaborativa social de Portugal para o Mundo

Em março de 2020, foram identificados os primeiros casos de COVID-19 em Portugal e, depressa, o quotidiano, como o conhecíamos, cessou de existir. André, consciente da dimensão do problema e certo de que queria fazer parte da solução, associou-se a dois projetos do movimento "Project Open Air" – a plataforma vent2life.eu, lançada com o objetivo de colocar a sociedade civil a participar na reabilitação de ventiladores médicos, e o da criação de um ventilador de emergência de baixo custo em código aberto.

Uma vez terminada a sua intervenção nesses projetos, soube ser tempo de lançar o seu. Aquele que vinha a ser desenhado desde que regressara da sua missão em Angola. “Como é que começou? Abri um documento Word e comecei a escrever”, explica. “Coloquei lá aquilo que eram, provavelmente, os problemas atuais do mundo, o que seriam, para mim, os objetivos a atingir, que projetos poderiam ser implementados, por onde é que poderíamos começar, que parcerias firmar, quanto tempo é que isto poderia levar” e, assim, a ideia que trazia há muito começou a ganhar forma.

Partilhou, primeiro, com uma colega de Mestrado, Márcia Cerveira Martins, o esboço de projeto e, depois, com Rui Madeira e Silva, hoje ambos Executive Officers da World Needs. O “sim” foi imediato e a associação abriu-se ao Mundo em março de 2020, com a missão de “cooperar para que o desenvolvimento social seja um elemento ativo na promoção da educação, ciência e solidariedade”.

Tendo como objetivo vir a “ser a maior plataforma colaborativa social de Portugal”, a World Needs lançou-se comunicando a um vasto número de entidades a sua existência e disponibilidade para ajudar a colmatar necessidades no terreno. “Todas as que pediram ajuda, receberam ajuda. De Norte a Sul do país”, conta André.

Hoje, a associação juvenil conta com o patrocínio oficial da Google, Vendus e PayPal, uma equipa de 30 pessoas voluntárias permanentes e vários projetos em curso nas mais distintas áreas. “Hoje estamos a prestar apoio a instituições que não tínhamos contactado inicialmente”, explica André Caravela Machado, entre relatos de um pedido que resultou na escrita de cartas, por parte de voluntários, para utentes de uma instituição. Alguns "que nunca tinham recebido cartas".

Em termos de recursos, há um projeto que se destaca: a missão de voluntariado internacional em Cabo Verde, que decorrerá em julho deste ano, e implicará a participação de mais de uma dezena de jovens em atividades de formação, capacitação e desenvolvimento na cidade da Praia. Em parceria com a Associação Comunitária de Achada Eugénio Lima, o projeto pretende que os voluntários, em preparação desde que terminado o processo de seleção, possam “desenvolver, nas comunidades, ações concretas”, agindo “com toda a humildade possível”, ressalva André. Também para Cabo Verde seguirão, com o apoio da Marinha Portuguesa, cerca de 4.000 livros escolares que a World Needs conseguiu recolher pelo território português.

Em pouco mais de um ano, entre a preparação da missão internacional, iniciativas de recolha de alimentos e brinquedos, ações de plantação de árvores e até um concurso anual focado no desenvolvimento de projetos inseridos no tema da Economia Circular, entre tantos outros projetos, o balanço faz-se positivo – “estamos no caminho certo”. “Vejo pessoas a contactar-nos porque querem fazer voluntariado connosco”, pessoas que partilham ideias de projetos para desenvolver com a associação. “Isto está a acontecer muito em Aveiro”, conta André.

Com a transparência, a cooperação e o respeito como alguns dos seus valores-chave, a World Needs está a crescer e a lançar sementes à terra – em Portugal e no Mundo –, fazendo crescer também as respostas às muitas necessidades existentes. “Há uma palavra que faz muito sentido – a utilidade”, explica André, com os olhos colocados no futuro da plataforma colaborativa que funciona como um espaço seguro para quem procura receber ou oferecer ajuda.

E “é por isso que a World Needs tem também um lugar para todos os que (…) quiserem fazer parte. Para cada um e cada uma."

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