Tem 35 anos, é natural de Aveiro, e já por aqui tínhamos falado dela por causa do seu testemunho de vida. Catarina Corujo, que durante muito tempo achou que não se encaixava nos padrões de beleza aceites pela sociedade, boicotando-se a si própria, está prestes a lançar o seu primeiro livro. “Bem Me Quero” vem provar que, “na vulnerabilidade existe verdadeira força e que, no final do dia, não é o nosso corpo que nos limita, mas a nossa mente”, destaca, em conversa com a Aveiro Mag.
Editado pela Penguin Random House// Chancela Arena, este livro surge por iniciativa da própria editora. “Já me havia passado esta ideia, mas achava que era algo quase impossível de acontecer. Como vemos, não existem impossíveis e é uma honra poder passar a minha história e a sua ressignificação para algo empoderador e que traga paz e felicidade a outras pessoas. Acho incrível o poder que existe em nós de reconhecer o nosso passado, confrontá-lo e libertar tudo aquilo que nos condiciona”, comenta Catarina Corujo.
Com lançamento previsto para 6 de março, “Bem Me Quero” pretende transmitir aos leitores “que é possível amar um corpo que é rejeitado pela sociedade”. “Eu própria reconheço os preconceitos que projeto e não é por isso que me impeço de evoluir, escutar, aprender e tornar-me numa nova versão de mim mesma. O livro vem mostrar isso e que é também possível viver num mundo imerso na cultura das dietas e da beleza e não sofrer com isso, que é possível viver uma vida livre sem a necessidade de agradar a todos”, destaca.
A jovem aveirense faz questão de vincar que o “empoderamento vem sempre de nós mesmas, influenciado pela representatividade, pela voz de mulheres negras, de mulheres gordas, de todas as mulheres. Se partilharmos as nossas dores, reivindicamos a nossa beleza única, a nossa liberdade e a nossa sororidade”.
Rendida à escrita
Atualmente com 35 anos e a trabalhar nas áreas do marketing digital e do desenvolvimento pessoal - está a terminar a certificação em Coaching Pessoal e Profissional enquanto trabalha como Social Media Coordinator -, Catarina Corujo confessa que ficou rendida ao processo da escrita e quer muito que este livro seja só o início.
Há quatro anos, em conversa com a Aveiro Mag, dizia desejar "que as pessoas se preocupem menos em ofender gratuitamente as outras pessoas e que tenham mais consciência do impacto das palavras que usam”. A pergunta torna-se inevitável: “Não estaremos, pelo menos a avaliar pelo que se vai lendo nas redes sociais, a regredir a esse nível?”. Catarina Corujo aconselha-nos a assumir o controlo.
“Acho que por entre a maldade que existe no mundo e a inteligência artificial no meio digital, é cada vez mais importante trabalharmos a nossa autoestima para que consigamos estabelecer limites, para que nada nos silencie e possamos tratar as nossas plataformas digitais, a nossa segunda ‘casa’ onde só entram aqueles a quem abrimos a porta”, sugere. “Durante algum tempo eu fazia o esforço para educar quem não me entendia, mas rapidamente entendi eu que quem não quer ser provado do contrário, nunca irá ceder e a frustração fica sempre em mim. Trabalhei o desconforto que isto me dava através da psicologia e libertei a necessidade interna de agradar ao mundo, porque eu só preciso mesmo... de mim e dos que me amam, tal como sou”, frisa.
