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Maria Fradinho: ela fez da sua casa um projeto de arquitetura especial

Sociedade

Estudou arquitetura por paixão e é também por paixão que abraça a profissão de arquiteta. Nascida em Ílhavo, fruto da relação de “um casal típico da cidade” - pai marítimo e mãe pintora de cerâmica na Fábrica da Vista Alegre – sente-se “profundamente enraizada com a cultura local”. Coincidência ou não, foi na sua terra natal que criou um dos seus mais importantes projetos de arquitetura: a Casa do Arco, amplamente referenciada em revistas da especialidade. Maria Fradinho, que lidera o gabinete Frari Arquitecture Network, falou à Aveiro Mag sobre este e outros trabalhos que tem vindo a assinar. E também sobre aquilo que gostaria de mudar na região.

Formada na Faculdade de Arquitetura e Artes da Universidade Lusíada, agradece a sorte que teve por ter tido a oportunidade de contactar com um corpo docente formado “por um forte núcleo de arquitetos do Porto, que se destacam pelo bom trabalho que têm desenvolvido”. “Tenho a certeza que o bom desempenho que eu e muitos outros colegas dessa época temos tido, se deve a essa ‘escola’ que ali existiu nessa altura”, enaltece.

Regressou a Ílhavo em 2011, já depois de ter vivido noutros locais, dentro e fora do país. No final de 2018, projeta e constrói a sua própria casa, num terreno de 940 metros quadrados, localizado na Vista Alegre. Indubitavelmente, o mais especial de todos os seus projetos. “Afinal de contas, é o meu lar! Para além disso, e apesar de me envolver emocionalmente em todos os meus projetos, concordo que esta seja a minha melhor obra, até agora. Acredito que se deve ao facto de ser fiel ao projeto que lhe deu origem. Nem sempre isso é possível, porque, infelizmente, algumas obras são adulteradas por opção dos clientes, o que inevitavelmente as desvitalizam e prejudicam”, testemunha.

Um projeto com 35 anos de vida

Maria Fradinho costuma dizer que começou a desenhar a Casa do Arco há 35 anos, exatamente a sua idade. “Desde criança que imagino a minha ‘casa ideal’. Assim se iniciou o processo de projeto, com a definição de características que, ainda que dispersas e sem forma, criaram o Programa Base de Arquitetura, naturalmente amadurecido ao longo do tempo. Daí que o projeto tenha, de forma metafórica, a mesma idade que eu”, explica.

As várias referências que o projeto mereceu nas revistas da especialidade deixam-na “orgulhosa”. “Acredito que esta exposição é um reflexo da qualidade do trabalho que a Frari tem demonstrado nos últimos 10 anos”, refere, ainda que confesse não acompanhar em demasia o que se escreve sobre o seu trabalho. “Penso que é benéfico manter-me distante o suficiente para não sofrer a pressão da responsabilidade, que poderia eventualmente prejudicar o meu sistema de trabalho e de pensamento”, explica-nos.

Neste momento, a arquiteta ilhavense tem vários projetos em mãos, mas há um que merece um reparo especial. Trata-se de um empreendimento de turismo rural, para agroturismo, em Vagos, e que lhe tem dado “bastante gozo”, “dada a peculiaridade do programa e a escala do terreno, com um hectare, que se distingue das encomendas a que estamos habituados no atelier”.

Mudar a frente ribeirinha de Aveiro

Se lhe fosse dada a possibilidade de mudar algo na cidade ou na região, Maria Fradinho sentir-se-ia tentada a trabalhar em torno da “necessidade de reabilitar (ou talvez devesse dizer ressuscitar) a frente ribeirinha norte da cidade de Aveiro, desde o cruzamento entre o Canal das Pirâmides e o Canal de São Roque, até à antiga Lota”. “Onde a água toca a terra criam-se espaços maravilhosos e nós estamos a desperdiçar um extremamente valioso”, alerta.

“É um local esquecido e que carece de intervenção urgente. Quem perde com a inércia desta franja da cidade são os habitantes, que têm de se deslocar dezenas de quilómetros para as Gafanhas ou as praias, para conseguir usufruir de um local com aquelas características paisagísticas, quando poderiam fazê-lo ali tão próximo”, faz, ainda, questão de vincar. “Percorrer a Rua Dr. Bernardino Machado poderia ser um dos passeios mais interessantes de Aveiro, contudo é, neste momento, um dos mais irrelevantes”, acrescenta.

Maria Fradinho acredita que “reabilitar aquela parte da cidade proporcionará um aumento quantitativo e qualitativo do turismo e do lazer em Aveiro. Para além de que irá reforçar a união da cidade com a sua envolvente ambiental e paisagística da Ria de Aveiro”.

* Créditos das fotos: Ivo Tavares Studio

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