No próximo domingo, dia 19 de setembro, pelas 18h30, a COMUR – Museu Municipal inaugura a exposição “Armoniz la Vitoria”, que reúne trabalhos de pintura de José Pedro Tavares e Emílio Frias.O título desta mostra remete para as localidades de origem destes artistas plásticos, cuja obra tem como ponto de partida comum “as múltiplas paisagens carregadas de simbolismo, cheiros e aromas”.
Armoniz pertence ao concelho de Vinhais, distrito de Bragança, bem no coração da região transmontana. Foi nesta aldeia longínqua que, em 1962, nasceu Emílio Frias. Atualmente, o artista, que se formou em Pintura na Escola Superior Árvore, no Porto, vive e trabalha em Paredes. “O cheiro das amarelas ebrancas giestas, da carqueja seca, da terra húmida dos rigorosos invernos, os banhos no rio Tuela, das castanhas, do mel ou do pão” são referências essenciais para a obra deste artista, avança a câmara municipal da Murtosa, em comunicado. Da sua obra mais clássica, onde o óleo é a base e matéria-prima, “destacam-se os nus, as flores, as paisagens ou os vultos humanos, imagens recolhidas mentalmente das inúmeras viagens realizadas pelo mundo inteiro”. “Apesar da sua figura mais vanguardista, são nos elementos mais clássicos, renascentistas ou ornamentais, pincelados pela Art deco, que reside a sua imagem de marca”, pode também ler-se, no mesmo comunicado.
Quanto a José Pedro Tavares, nasceu em La Vitoria, na Venezuela, em 1976. Das lembranças de infância por latitudes próximas ao Equador, ficam “os banhos tomados entre as intensas chuvas tropicais, a cana-de-açúcar transportada pelos velhos camiões a cheirar a gasolina ou a loucura dos carnavais da sua pequena terra”. Tavares regressa a Portugal, em definitivo, nos inícios de 1980, mais concretamente, para a Murtosa. E é lá, em terras murtoseiras, “por entre a maresia da Ria de Aveiro e as papas de abóbora e arroz feitas pela sua avó”, que desenvolve uma obra plástica inspirada nos movimentos da arte povera, onde os materiais não convencionais reinam: sejam eles o cartão, cerâmica, tecido, tintas diversas, ou colagens. Neste momento, Tavares desdobra-se por entre o trabalho da terra e em projetos de arquitetura paisagista.
A exposição “Armoniz la Vitoria” pode ser visitada até ao dia 29 de outubro, no horário de funcionamento do museu.