Ao mesmo tempo que erradicam o desperdício de alimentos combatem a fome, ajudando quem mais precisa. São cidadãos comuns, movidos por um espírito 100% voluntário, e levam por diante a missão de uma organização que dá pelo nome de Re-food.
Em Aveiro, a organização tem vindo a apoiar um cerca de 60 pessoas, reaproveitando, em média, cerca de 3 toneladas de comida por mês. A operação é, aparentemente, simples: faz-se uma recolha de alimentos excedentes de restaurantes, cafés, supermercados e outros, distribuindo-os, depois, junto de quem mais necessita. Mas a verdade é que, por Aveiro, têm faltado pessoas para dar uma ajuda.
“Estamos com dificuldades em angariar voluntários e sem eles é muito difícil levar por diante esta nossa missão”, aponta Elisa Mendes, uma das responsáveis pelo Re-food Aveiro.
Neste momento, o núcleo aveirense, a funcionar no bairro de Santiago, conta apenas com 25 voluntários. Faltam mais, especialmente “pessoas que tenham alguma disponibilidade entre as 9h00 e as 11h00 ou as 14h00 e as 15h30”, especifica aquela responsável.
“Não tem de ter ser todos os dias. Basta que tenha uma manhã ou uma hora de almoço livre. Quantos mais formos, menos pesa para a restante equipa”, realça, ainda, Elisa Mendes.
Fazer recolhas e também a distribuição
Da parte da manhã, o trabalho dos voluntários da Re-food passa por “deixarem embalagens nos restaurantes e cantinas e recolherem as que já têm comida”, especifica aquela responsável. As recolhas vão, depois, para o centro de operações onde, ao final da tarde, são preparadas as doses individuais a servir aos beneficiários. “Cada um vai buscar o seu saco”, revela.
E se os voluntários vão escasseando, a comida também começa a ser “resvés Campo de Ourique”, alerta Elisa Mendes. “Precisamos que mais restaurantes, supermercados, cafés e hotéis de Aveiro adiram a esta causa”, acrescenta.
Basta que entrem em contacto com a Re-food Aveiro para começarem a fazer parte desta missão nobre.
Em Aveiro há quase quatro anos
O movimento Re-food nasceu em Portugal, em março de 2011, pelas mãos de Hunter Halder, um americano radicado no nosso país.
A ideia surgiu num jantar com o filho, que lhe perguntou qual era o destino da comida que sobrava, ao que este respondeu que iria para o lixo. Hunter não esqueceu o assunto e de bicicleta começou a percorrer vários restaurantes de Lisboa, em busca das sobras diárias.
Estavam, assim, lançadas as sementes para a constituição de um movimento que viria a alastrar-se a várias cidades do país. Chegou a Aveiro em outubro de 2015.