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António Vassalo Lourenço: Aos 25 anos, a Filarmonia das Beiras continua a crescer

Artes

15 de dezembro de 1997. Aveiro assistia a um momento de particular relevância para a sua vida cultural. A Orquestra Filarmonia das Beiras (OFB) subia ao palco do Teatro Aveirense para o seu primeiro concerto, dando o primeiro passo para uma existência profícua em projetos e apresentações musicais. Passaram, exatamente, 25 anos desde essa primeira atuação - sob a direção de Fernando Eldoro, o primeiro diretor artístico da OFB - e a filarmonia tutelada pela Associação Musical das Beiras não quer deixar de brindar ao sucesso já alcançado e ao que ainda está para vir. Sim, porque projetos não faltam, conforme a Aveiro Mag conseguiu perceber em conversa com o maestro António Vassalo Lourenço, diretor artístico da filarmonia criada no âmbito de um programa governamental para a constituição de uma rede de orquestras regionais.

A 15 de dezembro de 1997, António Vassalo Lourenço estava sentado na plateia do Teatro Aveirense. Tinha acabado de chegar dos Estados Unidos da América para dar aulas na Universidade de Aveiro - onde ainda desenvolve a sua carreira, tendo sido, inclusive, diretor do Departamento de Comunicação e Arte (entre 2011 e 2015). “Tinha acabado de chegar e assisti a esse primeiro concerto, ainda longe de imaginar que viria a fazer parte do projeto”, repara, recordando que “foi um concerto excelente, num Teatro Aveirense cheio”. A sua estreia na OFB aconteceu no ano seguinte, num concerto que contou com a participação do Coro da Universidade de Aveiro, mas ainda como maestro convidado. E em 1999 foi desafiado a assumir a direção da orquestra, iniciando, assim, uma relação que nunca mais terminou.

Em tempo de aniversário, com essa particularidade de ser uma data redonda, o maestro faz um balanço positivo, reparando que a OFB está a “funcionar em pleno”. “Quando pensamos nas grandes orquestras europeias, temos de nos lembrar que são centenárias. Portugal não tem nenhuma com mais de 40 anos, apesar de alguns projetos terem dado depois início a outros”, nota, especificando: “A própria Orquestra Sinfónica Portuguesa só começou em 1992. É claro que é a orquestra que sucede a outras duas, a da RDP e do Teatro São Carlos, mas é um projeto novo”. “A da Gulbenkian é talvez a mais antiga, com 60 e tal anos”, repara, antes de notar que “a Filarmonia das Beiras ter atingido os 25 anos de vida é ótimo”.

Créditos da foto: Isabel Saraiva

Como todos os projetos, a OFB teve “altos e baixos” - importa não esquecer que a cultura foi um dos setores mais afetados pela pandemia - e tem “muitos desafios pela frente”, avalia. O maior de todos? Poder contar com uma nova casa. “É algo que já nos foi prometido pelo presidente da Câmara de Aveiro, construir um espaço de raiz para a orquestra”, refere, notando que o espaço onde a OFB se encontra atualmente, a Casa de Chá do Parque Infante D. Pedro, “é lindíssimo, mas tem um problema: a orquestra cresceu e neste momento já é muito pequeno para trabalharmos”. E também já não corresponde às necessidades de arquivo da instituição. “Já temos um arquivo muito grande de partituras, toda uma série de instrumentos musicais e já estamos muito condicionados. Além de que a Casa de Chá não é, em termos acústicos, o melhor para uma orquestra”, declara, esperançoso de que a resposta positiva já dada pela autarquia aveirense venha a dar os seus frutos em breve.

Uma vida repleta de palmas

Depois de ter iniciado com 21 músicos, a OFB está já com 31 elementos - de diversas nacionalidades e com uma média etária jovem - e gostaria de chegar aos 36. Um grupo que não tem parado de receber aplausos um pouco por todo o país e também no estrangeiro. Além de participar nos principais festivais de música e em importantes cooperações e coproduções com outros organismos artísticos, a OFB tem também colaborado com músicos de grande prestígio nacional e internacional. Disso são exemplo as colaborações com Maria João, Mário Laginha, Bernardo Sassetti, Dulce Pontes, David Fonseca, Nuno Guerreiro, Mariza, Gilberto Gil, Camané, Luís Represas, Carminho, João Gil, Boss AC, Vitorino, Paulo de Carvalho ou Rui Veloso, entre muitos outros - uma das mais recentes foi o concerto “10.000 anos depois entre Vénus e Marte”, com José Cid.

Por detrás de cada novo projeto, está um grande desafio. “Muitas vezes, temos que entrar numa linguagem que não é nossa”, nota o maestro, contrapondo que a OFB o faz com grande prazer. “Têm sido experiências muito boas”, acrescenta, lembrando também os desafiantes concertos com Andrea Bocelli e Jose Carreras. “Devo dizer que são artistas que ensaiam muito pouco connosco. Por norma, gostamos de nos sentir confortáveis e ensaiar muito com os solistas antes do concerto, mas essa não é a realidade destes artistas. Eles têm maestros que trabalham com eles, vêm antes e ensaiam a orquestra e os artistas fazem depois só um ensaio, muito pequeno, connosco”, revela.

Do currículo da OFB consta ainda esse importante projeto dos filmes-concerto da saga Harry Potter. Desde 2017 que tem sido convidada a apresentar a banda sonora dos filmes desta saga e, no próximo mês de fevereiro, regressa ao palco da Altice Arena para interpretar na íntegra, e ao vivo, a música do filme Harry Potter e o Príncipe Misterioso, enquanto o filme é reproduzido em alta definição numa tela. “É tecnicamente muito exigente. Os músicos têm que estar muito bem para dar o melhor. E depois é um espetáculo para 13.000 ou 14.000 pessoas de cada vez”, repara, a propósito do projeto para o qual foram chamados a participar também além-fronteiras. “A partir de 2023, o Harry Potter em concerto vai começar-se a fazer também em Madrid e será com a Orquestra Filarmonia das Beiras”, anuncia.

* Créditos da foto de capa: Agência Zero
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