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Se a minha empresa fosse Lean

Opinião

Ricardo Ferreira de Mascarenhas*

Estamos cansados das nossas vidas, das nossas rotinas, dos nossos empregos. Divididos entre as mil tarefas que repetimos no trabalho e as outras mil que nos esperam em casa, sentimo-nos exaustos. Sem soluções à vista para estes males, ditos das sociedades modernas, sonhamos com o dia em que, de chaves na mão, abrimos as portas de um qualquer negócio. Próprio e só nosso, de preferência. Assim uma coisa pequena, mas com pernas para andar que, sem grandes dores de cabeça, encerre um capítulo negro da nossa existência. Mas nem os bons negócios são como os cogumelos, nem as decisões importantes se tomam do pé para mão. Quer isto dizer que estamos condenados? Decididamente, não!

Nos dias que correm, simplificar é palavra de ordem.

A facilidade em complicar coisas simples é absolutamente aterradora, diria que somos vítimas de um “complicometro” que nos arrasa os dias, consome a alma e suga a energia. Um status quo que, em pezinhos de lã, se foi instalando até tomar a sociedade de assalto, sem poupar nada, nem ninguém. É urgente reverter o estado de coisas, simplificar e agilizar processos, eliminando pequenas tarefas desnecessárias, que configuram um grande desgaste e uma enorme perda de tempo. Ganharíamos todos, trabalhadores e empresas, com a implementação de um modelo de gestão assente na redução do desperdício e na promoção da eficácia e da eficiência. Falo da cultura Lean, começa a criar pela Toyota, nos anos 50.

Quando tentava relançar a indústria, fortemente afetada pela Segunda Guerra Mundial, a fábrica japonesa implementou uma filosofia alicerçada na ideia de que toda a mudança é possível se olharmos para os processos, identificarmos as dificuldades e as eliminarmos. Mais tarde, na década de 80, este modelo organizacional foi exportado e adotado, com sucesso, por várias empresas norte-americanas e posteriormente europeias, em vários setores de atividade. Aos dias de hoje, muitas delas continuam a implementar o Lean nos seus processos produtivos, com sérios benefícios, designadamente, ao nível da gestão de recursos humanos, captação e manutenção de talentos.

Na prática, estas empresas puseram em marcha um processo de melhoria contínua para eliminar o tal “complicometro” que, em tantas empresas portuguesas, continua a prolongar as reuniões para lá suportável ou a prender colaboradores à secretária emaranhados na resolução de questões que se tratavam num abrir e fechar de olhos se as estruturas fossem mais ágeis e mais eficientes. São pequeninas coisas que, repetidas ao longo de horas, dias, anos, assumem proporções gigantescas, constituindo um entrave à valorização das competências e ao bom de desempenho dos recursos humanos, com profundo impacto na produtividade, na competitividade e no crescimento sustentável das organizações.

Numa altura em que, a conjuntura económica exige do tecido empresarial português um esforço acrescido e se discutem modelos legislativos para a construção de um ponto de equilíbrio entre vida pessoal e profissional, a implementação de uma cultura Lean nas nossas empresas ganha novos contornos, impondo-se como uma importante ferramenta de gestão, um novo paradigma. Pelas mais valias incalculáveis que pode trazer para as organizações e pelo impacto inquestionável que pode ter nas dinâmicas laborais, o Lean consubstancia assim o primeiro passo na construção das empresas do futuro. Focadas nos processos e centradas nas pessoas. Sem desperdícios.

* Diretor da RM Consulting
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