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Susana Freitas, empreendedora de caminhos com paisagens e livros

Literatura

Nasceu em Marco de Canaveses em 1975, mas, por um acaso de colocação, veio parar a Aveiro, onde não só tem criado raízes, por ser uma região com “o melhor de todos os mundos”, mas também projetos. Susana Freitas, de 46 anos, é a mulher por trás da Sana Editora, “um projeto literário para a edição de livros e/ou outras publicações, para públicos diversos e de diferentes faixas etárias”, que “alia a criatividade à paixão pelos livros”.

Em pequena, feita de uma curiosidade que julgava ser partilhada por todas as crianças, folheava já os livros que ia encontrando, virando-os, examinando com cuidado “como eram feitos”. Em casa, havia um em particular que a fazia ingressar noutros mundos que não o seu – aqueles onde habitavam as mais variadas paisagens exóticas do planeta. Soube, muito cedo, que Geografia era uma disciplina de interesse e, com o empurrão de uma professora que acreditou que “estava destinada ao ensino”, de Geografia em particular, lançou-se a uma licenciatura na área, tornando-se professora e, mais tarde, completando um mestrado em Geografia Humana.

“Criativa e determinada”, Susana diz ter tido “a felicidade de poder experimentar muitas coisas diferentes”, que lhe permitiram conhecer realidades muito distintas e aspirar aos mais variados sonhos e desafios.

Em 2014, após um período de “desencanto” que a levou a descobrir na pintura uma forma de conseguir transpor o que sentia e a beleza que ia encontrando nas pequenas coisas, Susana lançou o seu primeiro livro, escrito e ilustrado por si – A Menina e a Sábia. Um livro que brotou da ideia de ilustrar uma história para oferecer à filha no aniversário.

Não sabia, na altura, porém, que a mágoa que sentiu ao ver a obra materializada – e tão distante do que imaginara – a levaria, depois de conhecer outros autores com “mágoas semelhantes”, a tomar a decisão de abrir uma editora. Esse nunca fora um sonho seu, mas, de alguma forma, num processo “mágico”, tudo se alinhou para que a Sana Editora pudesse ser lançada em 2016.

Hoje, procurando ajudar “sonhos que terão continuidades em novos sonhos”, a editora aveirense publicou já mais de 50 livros, entre os quais A Menina e a Sábia, uma reedição que procurou ir mais além. O livro que agora se encontra à venda é bilíngue e contém uma banda sonora criada de raiz para acompanhar a leitura e o folhear das páginas que o compõem. Susana fez questão de acompanhar o compositor, conta, partilhando com ele os instrumentos que imaginava para cada uma das paisagens – o violino para as auroras boreais, os tambores para o deserto.

“Quando a editora já tinha mais de vinte livros, achei que estava na hora de voltar a colocar cá fora o meu livro”, conta, sobre o que terá sido a obra que a despertou para as profundezas do mundo editorial.

Os mundos poisados em paisagens e livros

Não eram muitos os livros em sua casa, mas bastaram para imprimir em Susana, desde muito cedo, um deslumbre imenso perante as suas páginas, o seu folhear. Procurava nelas mundos diferentes, paisagens exóticas, e esse interesse tornava-se palpável noutras esferas – na escola, começava a deixar-se fascinar mais e mais pela disciplina de Geografia. Um dia, uma professora lançou aos alunos o desafio de serem eles a dar uma aula e Susana encheu-se de entusiasmo. “Pelos vistos, correu tão bem que ela me disse logo que achava que eu estava destinada ao ensino e ao ensino de geografia”, conta, assumindo, porém, que só mais tarde decidiu fazer-se a Coimbra para uma licenciatura na área, que acabou por se desdobrar em vários anos de ensino.

O desencanto e a beleza

Sempre envolta em diferentes projetos, já com um mestrado em Geografia Humana, Susana foi confrontada, em 2011, com a estranheza da ausência de compromissos fixos. Não tendo sido colocada, nesse ano, em nenhuma escola, viu-se sem saber o que fazer com o tempo que tinha em mãos.

“Apesar de estar triste e desencantada, conseguia ver a beleza das coisas e, nessa altura, fazia caminhadas regulares na Pateira de Fermentelos”, conta. “Um dia, estava a caminhar, e tive um pequeno insight – uma vontade irresistível de poder pintar para poder transpor tudo aquilo que estava a sentir naquele momento”. Cimentou-se a vontade e procurou onde e com quem aprender, começando do zero. “Comecei a produzir telas, algumas até grandes, e cheguei até a fazer exposições de pintura”, partilha.

No ano seguinte, voltou à escola, regressando a uma rotina que se desenovelava aceleradamente, mas onde continuava a encaixar tintas e pincéis. Foi nessa altura que decidiu ilustrar uma história para oferecer à filha no aniversário – uma história que há muito crescia no seu imaginário. “A primeira ilustração foi o deserto”, partilha. Escreveu então o conto e ilustrou-o, imprimindo uma cópia que ofereceu à filha e foi mostrando às pessoas mais próximas. “Era um livro muito artesanal, muito simples, mas as pessoas diziam que devia publicar”, explica.

O “mundo dos livros”

Em 2014, chegou o momento de o fazer, de partilhar com o mundo o seu primeiro livro – A Menina e a Sábia. O conto, porém, não fora materializado com a qualidade e o cuidado que Susana imaginara. Mesmo tendo sido acolhido de forma calorosa pelas pessoas, a autora sentiu uma mágoa que veio a descobrir ser comum a muitos outros autores que não se revêem na edição das suas próprias obras.

Começou assim o seu percurso pelo “mundo dos livros”. No início de outubro de 2015, já fazia promoção de autores, tinha uma rubrica na rádio e organizava eventos literários de forma voluntária, “por gosto”. Foi nessa altura que surgiu a ideia de abrir uma editora. “Parecia que tudo estava encaminhado para eu fazer o que faço hoje. Não foi tudo fácil, mas encontrei sempre as pessoas certas – aquelas que apoiaram, que ajudaram, que ensinaram”.

O processo foi, assim, algo “mágico”, descreve Susana, que, em 2016, fundou então a Sana Editora, que se diferencia, explica, pelo “acompanhamento personalizado”, de olhar atento e criativo, que faz questão de oferecer aos autores que a procuram. No site, pode ler-se: “A gestão personalizada de cada projeto em estreita colaboração com o autor desde a conceção, imagem, concretização, distribuição e promoção do livro, será o fator determinante. Será promovida a proximidade com os autores para que estes possam estar também mais próximos dos seus públicos e possam colaborar com a editora na promoção e divulgação dos seus trabalhos.” Susana sublinha: “Todos os nossos livros têm um pormenor que é diferenciador. Tentamos que sejam criativos, diferentes”.

Hoje, a Sana Editora tem publicados mais de 50 livros, entre os quais A Menina e a Sábia, o conto escrito e ilustrado por Susana Freitas, que encontra agora casa em páginas cuidadas, repensadas e verdadeiras à sua imaginação. Esta, que é a 25.ª publicação da editora que a autora fundou, é uma reedição em bilíngue com uma banda sonora criada de raiz para acompanhar, com sentido, a história e as paisagens que a habitam.

“Foi este livro que acabou, de certa forma, por me encaminhar para tudo o que sou hoje”, explica. “O principal projeto, agora, é fazer crescer a Sana Editora de forma a que fique mais sustentada. Queremos continuar a fazer este trabalho baseado na qualidade e na criatividade”.

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