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Maria Levi Silva: “A palavra que melhor define a RODI é resiliência”

Empresas

Sonhou, como qualquer criança, ser e fazer muita coisa, mas as visitas que fazia com o pai à fábrica rapidamente se assumiram como o prenúncio de que o seu futuro, e também o da irmã, teria de passar por dar continuidade ao trabalho do avô e do pai. Aos 24 anos, Maria Levi Silva integra já a administração da RODI, assumindo também o cargo de diretora de marketing. Personifica a terceira geração da família à frente da empresa que acaba de comemorar 70 anos e, em conversa com a Aveiro Mag, não escondeu sentir o peso da responsabilidade.

“Antes de chegar aqui, temos a ideia de que é mais fácil”, testemunha a jovem administradora, antes de confessar que vê no pai, Armando Levi, a sua grande fonte de inspiração. Licenciada em Gestão de Marketing e com mestrado em Gestão, Maria Levi Silva orgulha-se do percurso que tem vindo a ser trilhado pela empresa que evoluiu da produção de peças para motociclos para a produção de aros e rodas para bicicletas e lava-louças e acessórios para cozinha. E tem muita vontade de contribuir para que ela continue a crescer.

Situada em Eixo, no município de Aveiro, a RODI começou por ser fornecedora de uma empresa de Águeda, a Confersil, detida pela família de Maria Levi Silva. “Houve uma altura em que a RODI começou a ter dificuldades em garantir material para a Confersil e, em 1976, o meu avô e o irmão dele compraram a empresa. Foi a pensar no melhor para a Confersil, mas também a pensar em ter mais um negócio e crescer”, destaca.

Mais tarde, a RODI acabaria por ficar apenas nas mãos do seu avô, Armando Pereira da Silva - o irmão dele ficou com a Confersil -, que teve a capacidade de não vergar perante o aproximar de uma grande crise. “A RODI dedicava-se à produção de artigos para motociclos, nomeadamente depósitos de combustível, cárteres, aros em ferro, etc., mas, mais ou menos na década de 80, o mercado do motociclo caiu. Vieram as scooters, os carros, e aquilo que era o principal produto da empresa morreu muito cedo”, introduz. Foi preciso “diversificar e inovar” para sobreviver, sendo que no caso da RODI isso passou por começar a produzir um produto completamente diferente. “Tínhamos uma pequena prensa que fazia os depósitos de combustível para os motociclos e um colaborador, a que chamavam de Carlos ‘Ferramenteiro’, teve a ideia de aproveitar aquela prensa para fazer uma cuba funda e fazer um lava louça”, refere.

Está explicada a razão de ser de a RODI operar em duas áreas de negócio completamente distintas e fica também o exemplo para quem só vê o caminho da derrota perante uma crise. “A palavra que melhor define a RODI é resiliência. E não ter medo do que está para vir”, destaca Maria Levi Silva, acrescentando: “Temos uma capacidade de reinvenção e de perseverança muito grande. Nunca tivemos medo de diversificar aquilo que era a nossa atividade para fazer a empresa sobreviver. O nosso foco passou a ser os lava-louças e também o ciclismo, mas produzíamos muitos outros produtos que nada tinham a ver. Éramos uma metalúrgica metalomecânica e tudo o que tivesse a ver com chapa nós fazíamos, desde travessas de inox, churrasqueiras de inox, carrinhos de mão”.

A inovação e o respeito pelo ambiente

A inovação foi sempre uma constante na empresa, não só ao nível de produtos, como também de materiais, acompanhando as tendências de mercado e também as preocupações ambientais. “Quando começámos os artigos para bicicletas fazia-se muito os aros em ferro, depois começámos a fazer em alumínio e hoje em dia também já fazemos de carbono. E no alumínio temos tentado ter atenção à percentagem de material reciclado que conseguimos incorporar no produto. E temos também essa atenção com os lava-louças: a matéria-prima é inox e 70 por cento do nosso material é reciclado. Aproveitamos o mais que podemos, sem interferir com a qualidade e as funcionalidades do produto”, assegura a diretora de marketing.

Neste momento, a RODI emprega cerca de 400 pessoas. O crescimento registado, durante a pandemia, no setor do ciclismo, obrigou ao reforço do quadro de pessoal - em 2019, eram cerca de 250 funcionários -, missão que conseguiram cumprir sem qualquer tipo de dificuldade, ao contrário do que vão sentindo vários empresários da região, que se queixam da falta de mão de obra. “Talvez por uma questão de localização, mas também pelos benefícios que conseguimos oferecer aos nossos colaboradores”, admite, assegurando que “o salário mínimo dentro da empresa é acima do salário mínimo nacional” .

Com o objetivo de continuar a crescer, a empresa - que exporta os seus produtos para mais de 80 países nos cinco continentes - está a investir, cerca de 20 milhões de euros, na construção de novas instalações. “Estamos a aumentar, com 7.500 metros quadrados de área fabril, a fábrica do ciclismo; e estamos também a construir, mais ou menos nas mesmas dimensões, outra unidade fabril para os lava-louças. Isto porque queremos aumentar a produção e queremos começar a produzir novos produtos”, anuncia Maria Levi Silva. Sem levantar muito a ponta do véu, anuncia que faz parte dos planos lançar “lava-louças em compósito” e “fazer coisas novas, lançar novas coleções, com novos materiais” na área do ciclismo.

No início deste ano lançaram uma nova imagem corporativa, de forma a assinalar a “dimensão de grupo” - tem outras empresas integradas - da RODI Industries, e fizeram questão de assinalar a comemoração do 70º aniversário da empresa com a publicação de um livro. “É importante contar às pessoas que apesar de hoje já termos uma certa dimensão, quando começámos éramos um pequeno armazém, onde trabalhavam 20 funcionários. É mostrar uma história de sucesso, que aconteceu com muito trabalho e esforço”, vinca Maria Levi Silva.

Uma história com raízes e ramificações de cariz familiar. A começar pela própria administração - “o meu pai ainda é o CEO da RODI e, o meu avô, com 90 anos, apesar de já não trabalhar na empresa, sempre que pode vem aqui e dá as suas opiniões”, conta Maria Levi Silva - e a terminar nos próprios trabalhadores. “Temos pessoas que trabalham aqui há 40, 30 anos. Temos vários elementos da mesma família a trabalhar aqui. Pais que passam para filhos”, repara.

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