O festival de arte urbana de Estarreja começa oficialmente no sábado, dia 14, mas já se começa a desenhar na cidade. Num extenso muro na entrada norte da cidade, na EN109, as cores já anunciam o ESTAU´24.
As ruas e a cidade são a tela onde se mesclam as cores, as texturas, os sons, o património, as gentes e a identidade de uma terra. De 14 a 22 de setembro, a Câmara Municipal de Estarreja convida a usufruir da arte, do espaço público e do processo de criação das novas pinturas murais neste museu a céu aberto.
Nesta edição, o festival vai continuar a interagir com a comunidade local e fazer com que a Arte Urbana retrate a identidade e o património, usando-se do território como espaço de realização e de reflexão através da arte sobre temas que fazem parte da agenda global, como a sustentabilidade ambiental ou a identidade cultural. Este ano, as novas histórias, cores e formas são moldadas pelas mãos dos artistas Tellas (Itália), Sojo (Espanha), Facio (Argentina), Jaune (Bélgica), Tiago Hesp (Portugal), Bárbara R. (Portugal), Bigod (Portugal) e Ana Mak (Portugal).
"O ESTAU volta a celebrar o património natural, industrial e cultural de Estarreja, enquanto continua a fomentar o sentimento de pertença e identidade coletiva na comunidade. São mais 8 intervenções artísticas que retratam histórias do nosso quotidiano e da nossa herança cultural e trazem ao espaço público mensagens que pretendem promover a reflexão, o debate e a consciencialização para temas sociais e ambientais da atualidade", afirma a vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Estarreja, Isabel Simões Pinto.
“Ao longo mais de duas semanas, o nosso Museu a Céu Aberto continuará a crescer, a transformar-se e está acessível a todos que os que queiram visitar, ver os artistas a trabalhar ao vivo e ter experiências artísticas e culturais nas cerca de 30 atividades que estarão a decorrer ao longo do Festival”, convida.
Pintura mural com 550 metros de identidade local
Na entrada norte da cidade, o extenso muro envolvente da Bondalti, na EN109, está já a ser intervencionado pelo português Bigod, que encontrou inspiração na paleta de cores do brasão de Estarreja, partindo para várias imagens identitárias do concelho a retratar neste mural, desde o património arquitetónico industrial, à identidade gráfica histórica, o cultivo do arroz, a construção naval ou a tapeçaria. Numa parceria com a empresa Bondalti que volta a associar-se ao evento (em 2022, um dos tanques principais da fábrica de cloro da Bondalti foi intervencionado pelo artista brasileiro Thiago Mazza), esta pintura mural que ocupa 550 metros de cumprimento, representa uma nova e simbólica entrada para a cidade.
O argentino Facio, que tem especial interesse pelos distintos elementos que acompanham a identidade de um povo e o seu território, instalou-se em Salreu para valorizar a figura de Domingos Joaquim da Silva. O benemérito Visconde de Salreu (1854-1936) é retratado na obra que está a nascer na Rua Professor Miguel Lemos, em frente à antiga escola primária. Facio tem obras em países como Marrocos, Argentina, Chile, Espanha, País Basco, Alemanha e Portugal.