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Jovens aveirenses transformam lã e vidro em peças de arte

Artes

São dois projetos distintos, mas há mais coisas a uni-los do que a separá-los. Começando, desde logo, pela juventude dos seus mentores e pela forma como nasceram. Um recebe o nome de SQE Rugs e é uma marca de tapeçaria artesanal. O outro chama-se Revive Bottles e dá nova vida a garrafas de vidro recolhidas nos bares locais. São duas marcas aveirenses, nascidas do arrojo de seis jovens aveirenses, com idades compreendidas entre os 22 e os 25 anos. A Aveiro Mag foi encontrá-los a trabalhar no estúdio partilhado pelas duas marcas em pleno centro da cidade de Aveiro.

Naquele início de tarde, Francisco Ferreira e Cláudio Pinto (na foto de capa) ainda estavam a tentar colocar as suas peças em ordem. Tinham promovido um evento de apresentação ao público e o estúdio localizado no Bairro do Alboi ainda estava, de certa forma, em modo exposição, sem que isso tenha sido impeditivo para ficarmos a conhecer o seu trabalho. “Transformamos lã em arte, produzindo tapetes e quadros, com uma técnica chamada tufting”, anunciam.

Tudo começou em 2023, na altura ainda a seis mãos – além de Francisco e Cláudio, houve um terceiro fundador, José Machado, que, entretanto, foi trabalhar para o Catar. “Queríamos fazer uma marca, fazer alguma coisa, queríamos empreender. Era para ser uma marca de roupa, mas ia acabar por ser um negócio muito difícil. Tem muita concorrência e demora muito para começar”, introduzem. A ideia da tapeçaria acaba por chegar até eles através das redes sociais. “E foi aí que se deu aquele clique de: vamos ver o que é que é preciso, pensar quanto é que vamos gastar, comprar o material e começar. Foi assim que começámos e que se deu o primeiro passo para a marca”, explicam.

Começaram com passos pequeninos. “A ideia foi: vamos aprender a fazer tapeçaria desta forma, ver como é que se faz esta técnica, o tufting, e depois ver muitos vídeos, tentar aprender e ver mais coisas. Tentado sempre fazer melhor”, contam. Tal como acontece “com um desporto ou outra atividade qualquer”, ganharam “gosto à coisa” e quiseram “fazê-la cada vez melhor”, referem. O projeto viria a tornar-se “algo mais sério e profissional”, chegando a cada vez mais pessoas.

Desengane-se quem possa pensar que a SQE Rugs é apenas uma marca de tapetes. O que está em causa “são verdadeiras obras de arte e personalizadas”. “Queremos acreditar que as pessoas olham para isto dessa forma e não como um tapete para limpar os pés ou para meter na entrada da casa. É sempre um tapete decorativo”, especificam.

“Tentamos cada vez mais que as pessoas o pendurem na parede. Que acabe por ser sempre considerado uma obra de arte”, acrescentam os jovens que sonham ver as suas obras expostas em galerias de arte. 

Dar nova vida a garrafas que iam ser descartadas

Do outro lado do estúdio, noutra bancada, o trabalho é outro. Afonso Silva e Tomás Matos estão a dar nova vida a garrafas vazias que recolheram em vários bares da cidade de Aveiro. Falta o Xavier Russo, amigo com o qual têm partilhado a caminhada de criação da marca Revive Bottles. Inspirados pelos amigos Francisco Ferreira e Cláudio Pinto, decidiram lançar-se na aventura do empreendedorismo. São todos do mesmo grupo de amigos, da altura do Secundário, e deixaram-se influenciar pela experiência da SQE Rugs. Como o Afonso trabalhou num bar da cidade e via a quantidade de vidro que era descartado, a ideia de “desenvolver alguma coisa com este material que ia para o lixo” esteve, desde logo, em cima da mesa. “Começámos a pensar o que é que poderíamos fazer, a explorar ideias e reparámos que já existiam algumas pequenas empresas a fazerem alguns copos e velas. Decidimos então começar por meter algumas ideias que tínhamos em prática”, explicam. Nem tudo saiu bem à primeira. “Partimos muito vidro e tivemos que nós próprios fazer as nossas máquinas”, vincam, acrescentando: “É tudo um pouco adaptado, porque não existe bem uma máquina/ferramenta própria”.

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Na prática, os jovens mentores da Revive Bottles passam por vários bares da cidade, uma vez por semana, para recolher as garrafas vazias. “Trazemos para a garagem, que é um outro sítio que temos só para o armazenamento das garrafas. Depois, fazemos uma pré-seleção e trazemos para o estúdio a ‘fornada’ que vai ser utilizada”, revelam, a propósito do processo que culmina com a produção de candeeiros, copos e velas - estas últimas têm sido, até ao momento, as favoritas do público.

A essência do projeto Revive Bottles assenta no upcycling. “Basicamente, nós conseguimos reaproveitar, transformar uma peça sem ter que deteriorá-la. A reciclagem acaba por deteriorar a peça, e só esse processo já é algo que leva a muitos gastos energéticos. Aqui, conseguimos combater isso e dar uma nova vida a uma garrafa”, especificam Afonso e Tomás.

O objetivo? “Ter sucesso e vender muito. E ter um impacto significativo na comunidade”, comentam, sem esconder o desejo de “trabalhar diretamente com as marcas. Para podermos, se calhar, chegar a uma escala maior”. Na calha está já o lançamento de novos produtos, mantendo o conceito do reaproveitamento das garrafas.

 

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