AveiroMag AveiroMag

Magazine online generalista e de âmbito regional. A Aveiro Mag aposta em conteúdos relacionados com factos e figuras de Aveiro. Feita por, e para, aveirenses, esta é uma revista que está sempre atenta ao pulsar da região!

Aveiro Mag®

Faça parte deste projeto e anuncie aqui!

Pretendemos associar-nos a marcas que se revejam na nossa ambição e pretendam ser melhores, assim como nós. Anuncie connosco.

Como anunciar

Aveiro Mag®

Avenida Dr. Lourenço Peixinho, n.º 49, 1.º Direito, Fracção J.

3800-164 Aveiro

geral@aveiromag.pt
Aveiromag

Afonso Miranda: “O futuro do Beira-Mar passa pela formação”

Modalidades

Aos 33 anos, Afonso Miranda é o presidente de um Sport Clube Beira-Mar a celebrar o centenário. A efeméride motivou-o a assumir o desafio, mas não foi a pedra de toque, o sinal mais forte que o fez avançar. Esse momento, o do compromisso, foi a derrota – “a mãe de todas as vitórias”, acredita - no derradeiro jogo do Campeonato de Portugal da época passada, no qual o clube auri-negro desceu duas divisões, até ao Distrital de Aveiro, onde hoje se encontra.

“Quando cheguei ao relvado e vi três jogadores, dos que tinham dado tudo de si, a chorar pela despromoção, senti que nada mais me restava do que continuar, do que contribuir com o meu tempo para ir à luta”, explica Afonso Miranda à Aveiro Mag, lançando o mote de uma entrevista transversal à realidade do clube, que para ser sustentável, tem de ser “muito mais que a bola que entra ou vai ao poste”.

A decisão e a equipa

A decisão foi tomada assim, numa espécie de impulso, “num misto de paixão e razão”, mas depois alicerçada em família e consubstanciada com a construção de uma equipa diretiva e de trabalho forte, pois é com foco nas pessoas que o trabalho cria raízes fortes. “Tive de conversar com a minha família naturalmente, porque este tipo de decisões acarretam um investimento de tempo e de disponibilidade que é retirado a alguém. É um facto inquestionável que nem sempre é valorizado”, explica.

Depois, foi colocar as mãos à obra para construir uma equipa diretiva que contou com os “reforços” Rui Diniz e Rui Pedro: “O Rui Diniz foi claramente atraído pelo centenário e pela possibilidade de criar e dinamizar eventos. O Rui Pedro, que tem sido um elemento agregador, foi, sem qualquer dúvida, uma das melhores contratações da época. Percebeu que as pessoas que aqui estavam, estavam para melhorar o clube e acabou por aceitar também por paixão e pelos projetos que o clube tem para o futuro. Têm sido, ambos, duas mais-valias”.

Com a tomada de posse e com o conhecimento das lacunas do clube, o passo seguinte foi reforçar a estrutura com dois regressos. Pedro Moreira e Jorge Maia. “Foram duas contratações-chave, não tenho qualquer dúvida. O Pedro dá-nos identidade e competência; o Jorge dá-nos comunicação e organização”. Com a casa arrumada, o projeto para três anos começou a andar, e as prioridades, essas, podem ser surpreendentes.

O complexo e a sustentabilidade financeira

O ano de 2021 trouxe a inauguração do Complexo de Campos de Treino do Estádio Municipal de Aveiro Mário Duarte e a consequente entrega, pela autarquia, da sua gestão ao Sport Clube Beira-Mar. Para Afonso Miranda esta é a oportunidade para o clube conseguir ganhar identidade e unidade.

“A academia é o que pode tornar sustentável o clube e não os seniores no distrital e ou no campeonato de Portugal. Está também ali a identidade do clube, porque todos treinam ali, dos petizes aos veteranos, contando obviamente com a equipa sénior, que são vistos e, por exemplo, quando treinam, passam pelos petizes e cumprimentam-nos, falam com eles. É um sentimento de família que tem de ser valorizado e alimentado. Depois, também muito importante, é a questão de os treinadores terem um espaço comum, onde todos se cruzam, onde podem partilhar conhecimentos”.

No entanto, agora que tem uma estrutura com três campos de relva sintética e um de relva natural, para além do estádio, o Beira-Mar vai ter não só de os gerir como de os rentabilizar. Afonso Miranda assume que essa “é uma questão bem esclarecida” para a direção que lidera, reconhecendo que “para se investir de um lado, tem de se tirar do outro”. E esse outro, pode ser pouco consensual: “o que está em causa é o futuro do clube. Isso é inegável. E, como tal, na próxima época, que se espera que no futebol sénior seja no Campeonato de Portugal, o investimento vai ser para se construir uma equipa competitiva, que lute pela vitória em todos os jogos e que dignifique as cores do clube. Não vai ser um ano de ter um orçamento forte nem de aposta declarada na subida, porque o dinheiro terá de ser investido na contratação de recursos humanos para a academia, para a dotar de qualidade porque só assim poderemos ter, no futuro, a sustentabilidade financeira que todos desejamos”.

Do pavilhão à sede

Outros dois assuntos que o clube considera serem estruturais são o pavilhão e a nova sede. O pavilhão, a construir pela autarquia nos terrenos contíguos ao complexo de treinos, será municipal, mas o responsável acredita que pelo motivo do Beira-Mar “ser o único clube do concelho que não tem pavilhão”, que pode vir a usufruir “de muitas horas” no equipamento. “Será muito importante as nossas modalidades terem uma casa também delas, que as ajudem também a ter sucesso desportivo” e deixem, principalmente, de andar a bater de porta em porta para “treinarem e crescerem num projeto desportivo sustentável”.

Quanto à nova sede, sem demagogias ou segredos, o responsável diretivo admite que só será possível ter um espaço onde os sócios “se identifiquem” e possam “usufruir de boas condições” devido às “atuais boas relações com a autarquia. Sem elas, o Beira-Mar teria, a custo, apenas condições de arrendar um espaço”. “A sede tem de ser central, obrigatoriamente, num espaço multifacetado com capacidade de cobrar quotas, mas que possa também ser lúdico, com um espaço pensado para as modalidades, e com uma frente de loja. É um acordo que está estabelecido com o município, é uma promessa antiga, mas estamos à espera e a acreditar que o sítio que está pensado, que tem essas características e que será a prenda do nosso centenário”, explica.

Os sócios e o centenário

Com a nova direção, o trabalho tem sido feito e pensado para o regresso dos sócios à vida do clube. Um sentimento que se esbateu com a demolição do antigo Mário Duarte e com a multiplicação dos espaços onde as secções do clube treinam e jogam. Essa tal união que Afonso Miranda já assumiu ser fundamental. Ainda assim, o presidente auri-negro admite que os primeiros passos “já foram dados” e que espera que o futuro seja mais risonho: “Ainda não estou satisfeito, porque há muito para fazer. Já conseguimos recuperar alguns sócios que não pagavam quotas há muitos anos e que algumas empresas que nos voltassem a apoiar. Avançou-se com novos métodos de pagamento das quotas, que facilitaram, como pagar online. Muito importante, também, é estarmos a fazer as pazes com quem sempre esteve do nosso lado, com as pessoas do passado, homenageando-as nos jogos em casa. O Beira-Mar é de todos e para todos, e é este o nosso foco”.

Quanto ao centenário e agora que a grande bandeira já começou o périplo pelas freguesias do concelho, Afonso Miranda sabe que as críticas às comemorações têm sido feitas e que se fazem sentir, mas, como qualquer bom defesa, chuta-as para canto, na hora do aperto. “Eu aprendi uma coisa a época passada, que foi muito importante. Percebo o impacto das redes sociais, mas se eu defini que é por ali, é por ali que vamos. Confio nas pessoas que estão a desenvolver o centenário, mas quem quiser contribuir, está convidado. No entanto, aproveito para dizer que nesse âmbito, vamos ter apoio de um grande patrocinador e do município para algumas iniciativas. Vamos ter uma participação muito ativa na Feira de Março com esse foco, assim como iremos organizar uma festa no Mercado do Peixe, todos os últimos sábados de cada mês, e avançar com o ‘Festival à Beira Mar’ com as secções. Para além disso, temos o Livro e a Gala dos 100 anos já no bom caminho. Importa não esquecer que as comemorações são de janeiro a janeiro e estamos a dar o melhor de nós e, com muito pouco, temos feito muitas coisas”.

Se o Beira-Mar não for vivido, para que serve?

Com tanta coisa a ser feita e outra tanta por fazer, o que gostava Afonso Miranda de deixar para memória futura? A resposta foi pronta e o legado será imaterial, é o que anseia: “O que eu gostava mesmo, e que certamente não termina em três anos, é a ligação do clube à cidade. O centenário, o complexo de treinos, a sede e o pavilhão são fundamentais, mas isso é material, o importante mesmo é capitalizar isso para exponenciar a ligação às pessoas e conseguir agregar a região. É perceber que o clube está vivo e que tem as pessoas com ele. Se o Beira-Mar não for vivido, para que é que serve? É um sonho! Gostaria de reviver e de voltar a sentir essa paixão de outras décadas. Nestes três anos, o que mais queremos é deixar essas sementes bem plantadas”.

Automobilia Publicidade

Apelo a contribuição dos leitores

O artigo que está a ler resulta de um trabalho desenvolvido pela redação da Aveiro Mag. Se puder, contribua para esta aposta no jornalismo regional (a Aveiro Mag mantém os seus conteúdos abertos a todos os leitores). A partir de 1 euro pode fazer toda a diferença.

IBAN: PT50 0033 0000 4555 2395 4290 5

MB Way: 913 851 503

Deixa um comentário

O teu endereço de e-mail não será publicado. Todos os campos são de preenchimento obrigatório.