Um dos títulos mais amados de Sophia de Mello Breyner Andresen, “A menina do mar”, transformou-se num conto musical, com atores e músicos a percorrerem a história de uma menina que vive no mar. Entre eles está Martim Sousa Tavares, jovem maestro que já dispensa apresentações e que sente os textos de Sophia de Mello Breyner Andresen como muito poucos. O sangue da poetisa corre-lhe nas veias (é neto de Sophia). Martim Sousa Tavares é um dos responsáveis pelo espetáculo “A Menina do Mar”, juntamente com Edward Luiz Ayres d’Abreu e Ricardo Neves-Neves, que passa este domingo (11h00), pelo Teatro Aveirense.
Produzido no âmbito do centenário de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2019), este espetáculo quer levar o público a redescobrir esse conto “quase imortal e que já vai na terceira ou até quarta geração de leitores”, mas de uma forma surpreendente. “Diria que é uma espécie de festa dos sentidos, em que os olhos têm muito para ver, os ouvidos têm muito para ouvir e a cabeça está a captar muita coisa”, anuncia Martim Sousa Tavares.
Uma produção que certamente deixaria a poetisa orgulhosa, garante o seu neto. “E não sou só eu que o digo. A restante família, sobretudo a geração acima da minha, gostou muito da produção”, assevera, notando que o espetáculo respeita, na íntegra, o texto original. “Não se mudou uma vírgula”, frisa.
Martim Sousa Tavares faz ainda questão de destacar a qualidade dos atores e dos músicos envolvidos nesta produção, atribuindo-lhes grande parte do sucesso que o espetáculo tem vindo a registar. Já lá vão mais de meia centena de apresentações, com a perspetiva de poder trilhar esse mesmo caminho além-fronteiras, mais concretamente nos países de língua portuguesa – ainda que a pandemia tenha vindo colocar esses planos em suspenso.
Ao público aveirense que irá assistir à apresentação deste domingo, Martim Sousa Tavares promete “uma récita única de um conto que todos conhecem, mas não desta forma, com uma orquestra, atores e animação, e que vai fazer com que todos vão para casa com uma versão ainda mais interessante deste conto que todos amamos”.