Foi hoje apresentado, nos estaleiros daNavaltagus, no Seixal, o projeto de construção da nova embarcação elétrica que vai assegurar a travessia entre a freguesia de São Jacinto e o Forte da Barra, na Gafanha da Nazaré.
Será o primeiro ferry boat elétrico a operar em Portugal e um dos primeiros em toda a Europa, exceção feita aos países nórdicos onde esta tipologia de transporte já é utilizada. Uma marca “muito relevante” para a região, afirma o presidente da câmara municipal de Aveiro, que vê na nova embarcação um elemento relevante para o marketing territorial, bem como "mais um instrumento", a somar aos novos autocarros e moliceiros com motores elétricos, no trabalho da autarquia para redução da pegada ecológica.
Ribau Esteves sublinha, no entanto, que o novo ferry vem, “em primeiro lugar, dar a garantia de mobilidade e igualdade de oportunidades para os cidadãos de São Jacinto e, só por isso, é um investimento que vale cada cêntimo que nele depositamos”.
De acordo com a autarquia aveirense, a nova embarcação permitirá a redução da emissão das 300 toneladas de dióxido de carbono libertadas pelo atual modelo, reduzindo igualmente em cerca de 30 por cento o consumo energético. Por comparação ao modelo que, atualmente, está em atividade naquela travessia, o novo ferry terá capacidade para o transporte de mais 30 por cento de viaturas e mais 90 por centro de passageiros. Promete-se ainda baixos níveis de ruído e um maior conforto para os passageiros.
O novo ferry boat elétrico representa um investimento de mais de 7,3 milhões de euros, cofinanciado pelo POSEUR, Portugal 2020 e União Europeia através do Fundo de Coesão em cerca de 2,2 milhões de euros. A sua construção, sob a responsabilidade do Grupo ETE, deverá arrancar no início do terceiro trimestre de 2021 e tem um prazo de execução de 18 meses.
A sessão de apresentação pública do projeto marca o início oficial da parceria entre o município de Aveiro e o Grupo ETE, colaboração que “terá um enorme impacto a nível ambiental e económico na região de Aveiro”, garantem.
Luís Figueiredo, administrador do Grupo ETE, congratula-se com a possibilidade de “dar resposta a um desafio pioneiro na área da mobilidade”. O também acionista daquele grupo empresarial, destaca o “impacto ambiental positivo para a região e Ria de Aveiro” e afirma-se convicto que “este projeto será apenas o primeiro passo de um caminho que alavancará o mercado da mobilidade elétrica e da preocupação crescente com a sustentabilidade”.