É um regresso a um território que já vai conhecendo bem. Ainda no passado assentou arraiais à beira da ria, acompanhado da banda à qual dá a voz, os Linda Martini, para cumprir uma residência artística. Agora, viaja até à cidade de Aveiro a solo. E a sós. Traz o seu projeto em nome próprio e vai estar sozinho em palco, num formato mais intimista e acústico. André Henriques como nunca o vimos, no palco da Feira do Livro, no próximo dia 3 de junho, pelas 19 horas.
“Será um concerto diferente, até para quem esteve no concerto do 23 Milhas ou já conhece o disco, na medida em que irei tocar a solo”, desvenda André Henriques, em entrevista à Aveiro Mag. O resultado? “Uma versão mais despida das canções, só com a voz e a guitarra acústica. Será uma forma de ter um contacto com estas canções de uma forma mais crua e mais despida. No fundo, mais próximo da forma como eu as compus, inicialmente”, especifica.
Em causa estão canções como “E de Repente”, “Uma Casa na Praia” ou "As melhores canções de amor", juntamente com os outros temas que fazem parte de “Cajarana”, o álbum de estreia de André Henriques e que conta com produção Ricardo Dias Gomes, músico brasileiro que tem colaborado com Caetano Veloso, Adriana Calcanhoto ou Jesse Harris.
Este primeiro disco a solo de André Henriques tem arrancado os mais variados elogios, do público e da crítica. “Deixou-me muito feliz o facto de as pessoas terem percebido que havia a intenção de fazer uma coisa diferente”, ou seja, algo completamente distinto dos Linda Martini – que “estão vivos, e de boa saúde”, assevera. “Estou muito satisfeito pela forma como o disco tem sido recebido”, vinca.
Lançado em março de 2020, em pleno início de pandemia, “Cajarana” acabou por se revelar uma lufada de ar fresco num período carregado de incertezas. Para os fãs e também para o próprio cantor. “Mesmo não podendo estar fisicamente com as pessoas, a tocar ao vivo, o disco acabou por ser uma nota positiva e uma fonte de alegria naquela altura. Deu-me algum conforto”, testemunha.
Para esta estreia a solo, André Henriques foi recuperar uma memória de infância. “Havia um personagem de uma novela que dava quando eu era miúdo, ‘Pai Herói’, e que se chamava André Cajarana. E é curioso que os Andrés, como eu, daquela altura acabaram por ficar com essa alcunha”, recorda. Coincidência, ou talvez não, o produtor do disco, Ricardo Dias Gomes, também acaba por estar, de alguma forma, ligado a André Cajarana. “Quando estávamos a fechar o disco, o Ricardo contou-me que foi a avó dele que escreveu a novela. Ficámos os dois siderados com essa feliz coincidência”, conta.
De malas aviadas pelo país fora
O regresso de André Henriques aos palcos tem corrido bem. As apresentações sucederam-se um pouco por todo o país com passagens por Braga, Setúbal, Fafe, Gafanha da Nazaré, Vila Real, Alcains e Lisboa. Seguem-se, agora, mais umas quantas atuações, em Aveiro, Lisboa, Paredes, Cinfães, Leiria e Ovar num conjunto de datas que vão até agosto de 2021.
“Alguns destes concertos serão com banda, num formato mais próximo do disco, outros serão neste formato a solo, mais despido”, repara.
Em Aveiro, o concerto tem entrada livre mediante levantamento de bilhete(disponíveis no próprio dia, a partir das 17h30, na bilheteira do 2º piso do Atlas Aveiro).
* Créditos da foto: Joana Linda