O concerto do próximo dia 29 de julho, na praça Marquês de Pombal, de António Zambujo com a Orquestra Filarmonia das Beiras, marca o início do “Eixo Cultural A25 – Rede de Criação e Programação”, um evento cultural, com duração de três meses, que junta as autarquias de Aveiro, Viseu e Guarda.
Na apresentação do evento, que também serviu para homenagear António Almeida Henriques, antigo presidente da câmara municipal de Viseu, falecido em abril, os três responsáveis máximos das edilidades (Ribau Esteves, de Aveiro, Conceição Azevedo, de Viseu, e Carlos Monteiro, da Guarda), fizeram questão de recordar quem, assumem, é o verdadeiro “pai” do evento.
A importância de Almeida Henriques
“Uma palavra inicial e de respeito para quem, desde sempre, imaginou este evento, o verdadeiro ‘pai’ da iniciativa, que foi a peça-chave para que tal acontecesse: António Almeida Henriques”, afirmou Ribau Esteves, no que foi secundado por Carlos Monteiro, que destacou a vontade em “manter bem viva a alma” do antigo autarca, assim como “a sua visão”.
Sem esconder a emoção, Conceição Azevedo homenageou, de forma mais sentida, o seu antecessor: “Não posso deixar de saudar Almeida Henriques, era o impulsionador deste projeto, e estaria aqui a apresentá-lo com a alegria que lhe era habitual. Ele merece que se realce, sempre, a forma importante como Viseu cresceu, culturalmente, com o trabalho que efetuou”.
Três pilares do Eixo Cultural A25
No início da apresentação, José Pina, diretor artístico do Teatro Aveirense, explicou quais as ações previstas para um evento que define como “importante” para criar “sinergias” entre os municípios. “O programa contempla três ações distintas: Os Concertos Improváveis, que junta António Zambujo e a Orquestra Filarmonia das Beiras e Cuca Roseta à Orquestra Filarmónica Portuguesa; As Residências Emergentes, onde se propõe a cocriação musical de duas bandas/artistas de cada concelho, cujo resultado final será em forma de concerto e de um trabalho gravado; e as Instalações de Luz e Património, que decorrerão em simultâneo nos três municípios, a 24 e 25 de setembro, e promoverão a criação de três instalações originais utilizando a luz como recurso central, valorizando os lugares e edifícios locais de relevância patrimonial”.
O primeiro de muitos eventos
Em consonância, os três responsáveis esperam que o “balanço seja positivo” para que possa ser o primeiro de muitos: “Estamos interessados em fazer bem este projeto e tirar dele reais ilações, para se avançar em outras áreas. Que seja bom e de qualidade, com nota alta, para depois crescer e fazer mais”, explica Ribau Esteves. Já Carlos Monteiro assume que este evento “é uma pedra basilar de uma visão futura, comum, do desenvolvimento do eixo da A25” e que vai “potenciar as relações e enriquecer a dinâmica cultural”. Conceição Azevedo, por sua vez, referiu o desejo de que o programa seja “uma verdadeira auto estrada cultural a unir os três concelhos e que seja a primeira de muitas edições, como Almeida Henriques idealizou e que gostaria”.
Capital Europeia da Cultura 2027: a coincidência
Quis o destino que dois dos promotores desta iniciativa fossem concorrentes na candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2027, os municípios de Aveiro e Guarda. Rivais no papel e nos argumentos, são parceiros por “um bem maior”. “A disputa pela Capital da Cultura 2027 com a Guarda não tem de ser um fator de disputa, mas sim de união, pois queremos que este evento seja agregador e o início de mais cooperação em diversos domínios, valorizando, por exemplo, a economia e o turismo” assume Ribau Esteves. Para o edil da Guarda, Carlos Monteiro, “o país ganhará sempre qualquer que seja a capital escolhida. A cultura tem de facto esta proeminência”.
Números
- 255 mil euros de orçamento
- 85% do orçamento comparticipado pelo Portugal 2020
- 12 Ações
- 16 Estruturas Artísticas
- 130 Artistas e Técnicos
- 3 meses de duração