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Paulo Neves: “Vivo de projetos, de fazer coisas novas”

Artes

Recebeu-nos no “centro do mundo”, como fez questão de vincar. Cucujães, vila do concelho de Oliveira de Azeméis é não só a sua terra natal, mas também o seu abrigo pessoal e artístico. Paulo Neves vive e trabalha inspirado pela natureza, na quinta onde gosta de receber os amigos e que também é um pequeno museu. Aquele que é hoje um dos nomes mais conhecidos da escultura portuguesa contemporânea diz que ainda lhe falta fazer “tudo”.

Tem obras espalhadas por vários pontos do país (e não só). Quando a Aveiro Mag passou pelo seu atelier andava de volta do novo altar da igreja de São Gonçalo, de Amarante. Podia ser mais uma entre muitas obras encomendadas por entidades públicas ou privadas, mas viríamos a perceber mais tarde que Paulo Neves é um homem de fé. Prova disso é a capela que decidiu mandar erigir à entrada da quinta, em homenagem ao seu tio sacerdote (já falecido), mas também fruto das suas próprias crenças. “Deus é o porquê da nossa existência, a origem, a natureza, energia…”, testemunha, já depois de nos ter aberto as portas da Capela da Nossa Senhora das Neves.

O local de culto é, ele próprio, um pequeno mostruário da arte que brota das mãos de Paulo Neves. “O Cristo que está na capela foi feito a partir de um castanheiro que havia na casa desse meu tio e que secou; e o altar é a raiz desse castanheiro”, conta, em conversa com a Aveiro Mag.

Outro dos edifícios que acaba por captar a nossa atenção, além do atelier onde nos são dadas a conhecer várias peças escultóricas da sua autoria, dá pelo nome de O Mato. Uma estrutura de paredes brancas, à qual acedemos através de uma ponte de madeira, e que vai servindo para albergar obras de artistas de todo o mundo. Um ponto de encontro para quem vive de e para as artes, nas suas mais variadas formas. Sim, porque Paulo Neves parece estar sempre disposto a receber os amigos e quem vier por bem. “Todos os dias tenho gento cá em casa”, nota.

A inspiração “nasce com o trabalho”

Nascido em 1959, Paulo Neves frequentou o curso de Pintura da FBAUP e do seu currículo constam já inúmeras as exposições coletivas e individuais, bem como os acervos onde se encontra representada a sua obra. Uma carreira inquestionável que Paulo Neves faz questão de continuar a trilhar de forma afincada. Acredita que “a inspiração nasce com o trabalho” e, por isso, faz questão de não embarcar nessa ideia romântica de que um artista só cria quando está inspirado. “Embora, haja dias em que temos ideias que nem sabemos de onde é que elas vêm. Por vezes, chego a pensar que há alguém que nos está a comandar”, confessa.

Dedica-se, por completo, às obras que está a criar, mas apenas enquanto elas estão em construção. Depois, desliga-se. Entrega-as ao colecionador ou ao público. “Assim que termino as peças, já estou a pensar na que vou fazer a seguir. É como na vida. Acredito que o futuro é sempre melhor. Embora o passado tenha sido importante para chegarmos até aqui, temos que nos concentrar no futuro”, testemunha.

Esse olhar para trás permite-lhe fazer as contas. São cerca de 40 anos de carreira, ainda sem planos para pedir a reforma. “Só penso nisso para ver se não pago tanto dinheiro às Finanças e à Segurança Social”, diz, com humor. Não resistimos a perguntar-lhe de onde vem toda aquela boa disposição. “Também tenho dias chatos, não é só boa disposição”, assegura, mais uma vez entre gargalhadas.

Com tantas peças criadas, vários prémios e distinções já conquistados, à questão “o que é que ainda lhe falta fazer?”, Paulo Neves responde com uma única palavra: “tudo”. “Vivo de projetos, de fazer coisas novas. É isso que me faz acordar cedo”, destaca o autor de várias esculturas míticas da região. Entre as últimas obras que assinou no distrito contam-se a “Raiz com Alma”, criada a partir do tronco de um cedro do Parque da Alta Vila fustigado pelo temporal de janeiro de 2013, bem como a instalação artística "Riscas da Costa Nova”, instalada na rotunda da Costa Nova.

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