Rodrigo Leão traz este sábado a Aveiro o seu novo espetáculo, no qual reúne repertório dos três discos editados em 2020 e 2021 (O Método, Avis 2020 e A Estranha Beleza da Vida), assim como uma seleção de temas clássicos. Pelo palco do Teatro Aveirense irão passar, além de Rodrigo Leão e a sua banda habitual, os elementos do Coro da Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Aveiro. Um concerto único e imperdível, que serviu de pretexto a uma conversa com o reconhecido músico português.
A Estranha Beleza da Vida, o seu mais recente disco - foi lançado em outubro do ano passado -, acabou por merecer honras de abertura na entrevista. “Foi feito durante a pandemia e foi feito muito rapidamente, em seis meses”, começou por notar Rodrigo Leão. “É verdade que tinha mais tempo, estávamos confinados, sem concertos”, repara, a propósito do trabalho cujo nome não podia estar mais em consonância com os momentos que vivemos durante a pandemia. “Apesar de termos estado todos confinados, pessoas a morrer, ainda encontrámos alguma beleza na vida e no meio disto tudo”, reparou.
É também este disco que dá mote ao concerto que passa este sábado por Aveiro e no qual o músico se apresenta como Rodrigo Leão Cinema Project. “É um espetáculo que tem umas partes mais intimistas, através da música mais instrumental, tem uma componente de vídeo, com vídeos do Gonçalo Santos. E depois também há aqueles temas mais alegres, mais bem-dispostos. É um concerto que acaba por viver desses contrastes”, referiu Rodrigo Leão à Aveiro Mag.
Ainda que respeite sempre o mesmo guião, este é um desses espetáculos que consegue ser diferente a cada apresentação. “Esta participação de um coro no concerto vem já da apresentação do outro disco, O Método, e temos tido muita sorte com os grupos que participam nos nossos concertos”, sublinhou. Em Aveiro, caberá ao Coro da Escola Artística do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Aveiro juntar-se aos cinco músicos em palco - Ângela Silva (voz, sintetizador e metalofone), Viviena Tupikova (Voz, violino e piano), Carlos Tony Gomes (violoncelo), João Eleutério (guitarra, baixo, sintetizador, percussão, harmónio indiano e coros) e Rodrigo Leão.
Uma carreira de quase 30 anos
Rodrigo Leão é um caso raro de sucesso e longevidade no panorama musical português. Integrou os Madredeus, os Sétima Legião e, em 1993, lançou o seu primeiro disco a solo,Ave Mundi Luminar. Já lá vão quase 30 anos, reparamos ao longo desta conversa. O segredo? “Não faço a mínima ideia (risos). Estou, obviamente, muito feliz por continuar a tocar. Acho que tive momentos na minha vida em que tive sorte, não tenho dúvida. Os anos em que estive com os Madredeus e os Sétima Legião também foram muito importantes, uma vez que aprendi muito”, comentou.
Hoje, é aclamado como um dos mais reconhecidos artistas portugueses e surge nas banda-sonoras de filmes como O Mordomo, de Lee Daniels, A Gaiola Dourada, de Ruben Alves ou No Intenso Agora, de João Moreira Salles.
Rodrigo Leão é um homem a somar êxitos, parte deles em parceria. “Tenho tido participações fantásticas nas músicas que faço, desde cantores, como a Rosa Passos, a Adriana Calcanhoto, a músicos fantásticos, que enriquecem sempre muito as ideias que eu tenho”, reconhece.
Vamos poder (re)vê-lo este sábado, a partir das 21h30, na Sala Principal do Teatro Aveirense. Os bilhetes custam 15 euros e podem ser adquiridos na bilheteira do TA.