A Câmara Municipal da Murtosa lançou o “Prémio de Fotografia da Murtosa 2022”, destinado a premiar trabalhos, na área da fotografia, sobre a temática “Fé Marinhoa: marcas da religiosidade das gentes marinhoas”.
O concurso tem como objetivo a constituição de um acervo fotográfico, produzido a partir da heterogeneidade dos autores participantes, incentivando e premiando aqueles que se distingam pela valoração dos conteúdos, pela sua relação com o tema, pela qualidade da produção técnico-estética e por uma aproximação à contemporaneidade criativa.
Podem concorrer fotógrafos portugueses ou estrangeiros que residam em Portugal, sendo que os autores gozam de inteira liberdade no tratamento temático, bem como na escolha das técnicas/processos fotográficos e suportes a utilizar. Os trabalhos deverão ser apresentados sob a forma de portefólio, com limite de três imagens inéditas, cuja mancha não poderá ultrapassar a dimensão de 50x50cm.
A data limite de receção dos trabalhos é de 31 de Outubro de 2022. A ficha de inscrição e o regulamento estão disponíveis na coordenação cultural do município ou em https://www.cm-murtosa.pt/p/premiofotografia
A fé e a religiosidade estiveram sempre profundamente vincadas nas vivências do povo marinhão, que, nas aflições, recorria aos seus santos de devoção: as doenças dos olhos a Santa Luzia, os males da garganta a São Brás, os cravos a S. Gonçalo, as febres a São Paio.
Com uma vivência marcada pelos ciclos agrícolas, as festas e romarias pontuavam o calendário das gentes da borda da ria, amenizando a dureza do trabalho do dia-a-dia, constituindo oportunidades de diversão e de convívio entre as pessoas de determinado lugar e de terras vizinhas.
Nas festas, entre a procissão, o arraial e os jogos tradicionais, catrapiscavam-se amores e estabeleciam-se contactos e negócios, aproveitando os grandes ajuntamentos.
Em pouco por todo o concelho da Murtosa, para além das igrejas paroquiais, que celebram os oragos respetivos, encontramos um número significativo de capelas, cruzeiros, nichos e monumentos, lugares de evocação e de devoção, muitos deles seculares, que atestam a importância da religiosidade na definição da identidade social e cultural das nossas gentes.