Foi a 11 de maio de 2017 que o Centro de Artes de Águeda foi inaugurado, iniciando uma caminhada que tem permitido colocar Águeda no roteiro cultural nacional. Os planos passam por continuar a crescer, tal como garantiu Edson Santos, vereador da Cultura da Câmara Municipal de Águeda, em entrevista à Aveiro Mag.
Que balanço faz destes seis anos do Centro de Artes de Águeda?
O Centro de Artes de Águeda (CAA) foi inaugurado no dia 11 de maio de 2017. Completamos este mês seis anos de intensa atividade, com uma programação cultural dirigida a todos os públicos. Foram muitos os projetos e espetáculos de diferentes linguagens artísticas que colocaram Águeda no roteiro cultural nacional. Ao longo dos anos, temos apostado na criação de parcerias e coproduções com instituições e companhias locais, nacionais e internacionais. Este equipamento permitiu que Águeda pudesse hoje fazer parte de uma agenda cultural contemporânea e dinâmica e assim tornar-se numa das melhores salas de espetáculos da região.
O CAA pertence, orgulhosamente, à Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses e entrou recentemente na lista dos equipamentos/espaços que incorporam a Rede Portuguesa de Arte Contemporânea, credenciada pela Direção-Geral das Artes (DGArtes).
Quantos espetáculos e quantos espetadores já passaram pelo CAA?
Entre espetáculos respeitantes ao projeto educativo e à programação geral foram mais de 600 os eventos que aconteceram no CAA, tendo assistido aos mesmos mais de 150 mil espectadores oriundos de todo o país.
Ainda há margem para o centro de artes crescer? E a que nível: na produção cultural ou na atração de públicos?
Há sempre margem para crescer, inovar e melhorar. Por esse motivo, a nossa aposta na cultura é incessante, centrada numa estratégia integrada e focada na responsabilidade cultural e na criação de novos públicos. Acreditamos que valorizando a nossa cultura local e nacional, dinamizando as parcerias existentes e procurando novos parceiros culturais irá permitir-nos criar uma programação ainda de melhor qualidade para que todos os que nos visitarem possam usufruir de uma programação regular e diversificada de excelente qualidade.
O Ciclo “O Desenho como Pensamento” pretende ser o grande evento âncora do CAA?
O Ciclo “O Desenho como Pensamento” está na sua segunda edição e é um projeto que se estende ao longo do tempo. Com inauguração em janeiro deste ano, com vários módulos, conversas e uma exposição coletiva, estará patente no CAA até ao dia 30 de setembro. Nesta segunda edição, contamos com a Universidade de Aveiro e o município de Albergaria-a-Velha como coorganizadores, sempre com a direção artística de Alexandre Baptista. À imagem da edição inaugural, este ciclo promove o trabalho de artistas plásticos que, de alguma forma, privilegiam o desenho na sua obra. De forma paralela, o CAA pretende continuar a apoiar outros projetos e coproduções, quer a nível local quer a nível nacional.
Apesar da sua aposta em receber grandes nomes da música ou do teatro, o CAA também vai reservando espaço para as coletividades locais. É importante manter esta ligação forte à comunidade?
Uma parte considerável do orçamento é utilizado em criações artísticas com as coletividades no sentido de manter uma ligação forte à comunidade, promovendo o que melhor temos em termos culturais e artísticos no concelho. Da nossa parte, existirá sempre a vontade e o esforço em construir e formar novos projetos que pela sua qualidade artística possam ter a sua estreia no CAA, mas que depois possam repetir-se em outras salas de espetáculos.
São várias as coletividades aguedenses que vão revisitando o nosso espaço ao longo dos anos e estão presentes na programação geral que apresentamos.
Considera que, não obstante a sua juventude, o CAA já se afirmou perante as restantes salas de espetáculo da região?
Creio que o caminho que o CAA tem vindo a fazer é resultado de um esforço coletivo, com o intuito de tornar Águeda numa referência a nível regional e até mesmo nacional. O nosso compromisso é criar um espaço inclusivo, onde a sociedade se sinta envolvida e acolhida, mas também construir laços e pontes com a comunidade artística e coletividades. Acredito que o futuro pode ser muito melhor quanto maior for o investimento feito na cultura… um povo sem cultura é um povo sem futuro.