Este sábado, 3 de junho, a Casa da Cultura de Ílhavo recebe CARCAÇA, última criação de dança de Marco da Silva Ferreira. Neste espetáculo, que esgotou salas em mais de duas dezenas de apresentações em Portugal, Espanha, França, Lituânia, Bélgica e Bulgária, o coreógrafo e bailarino, natural de Santa Maria da Feira, usa a dança como ferramenta para pesquisar sobre comunidade, construção de identidade coletiva, memória e cristalização cultural.
A coreografia, que integra 10 intérpretes, parte inicialmente de footwork (estilo que incide sobre o trabalho de pernas) “oriundo do clubbing, dos ball’s, das battles das cyphers e do estúdio para se aproximarem de danças folclóricas padronizadas e imutáveis relacionadas com a sua memória/herança”. Este é um espetáculo vibrante e carnavalesco, mas que questiona, ao mesmo tempo, a construção cultural, a definição de corpo, grupo e comunidade e o “passado autoritário, totalitário e paternalista”. Os passos complexos, mas feitos com ténis simples, levam não só o som ao palco, mas também as trocas entre as energias cinética, térmica e luminosa. Os sons físicos são acompanhados pela bateria tocada por João Pais Filipe e a música eletrónica de Luis Pestana. Esses elementos, executados ao vivo, constituem uma trilha sonora acelerada que interliga referências da música tradicional (por exemplo fanfarras e marchas), da música pós-moderna e da música de clubbing (techno/ trance/dub).
Marco da Silva Ferreira é intérprete profissional e criador de espetáculos como HU(R)MANO (2013), BROTHER (2016), Bisonte (2019) e a cocriação com Jorge Jácome de SIRI (2021); førm Inførms (2022) com a companhia sul africana Via Katlehong.
CARCAÇA segue a sua digressão em França, Holanda, Alemanha, Grécia, Eslovénia e Noruega, entre outros, mas para já é na Casa da Cultura de Ílhavo que podemos vê-lo, às 21h30, no dia 3 de junho. Os bilhetes custam 12 eurose podem ser adquiridos nas bilheteiras do 23 Milhas ou online, na BOL.
* Créditos da foto: José Caldeira