O vento e a ameaça de chuva não foram impeditivo para que a festa de apresentação e batismo do “Salicórnia” se fizesse com pompa e circunstância. O novo ferryboat de Aveiro, 100 por cento elétrico, está já pronto para iniciar a viagem a casa – a navegação está, agora, pendente das condições de mar dos próximos dias. A cerimónia de apresentação pública da embarcação aconteceu esta quinta-feira, nos estaleiros da Navaltagus (Seixal), pertencentes ao grupo ETE.
Um “momento significativo no que toca às políticas e ao investimento público em Portugal”, destacou Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro, notando que este novo ferry é resultado do investimento “no ambiente e nas pessoas”. “Estamos a aplicar os nossos recursos não só na Ria de Aveiro, um local que necessita do nosso cuidado, mas também na vida concreta dos aveirenses e, em particular, da nossa povoação de São Jacinto, que precisa deste meio de transporte para ir trabalhar e para realizar as suas atividades sociais, desportivas e de lazer”.
A nova embarcação, segundo perspetivou Ribau Esteves, irá entrar ao serviço, em pleno, em dezembro, substituindo o atual e velho Cale d’Oiro, cujo futuro pode passar pelo abate, caso não apareçam potenciais compradores. Além das vantagens para o meio ambiente – terá zero emissões de CO2 -, o novo ferryboat também aumentará o conforto para os passageiros (tem capacidade para 260 pessoas, mais 90% do que o atual), graças aos baixos níveis de ruído, e oferecerá uma vista panorâmica para a ria.
Acima de tudo, este ferryboat representa “um marco na afirmação das competências e know-how de engenharia, inovação e tecnologia, contribuindo para o desenvolvimento da indústria naval em Portugal”, frisou, por seu turno, Luís Figueiredo, acionista e administrador do Grupo ETE, responsável pela construção da embarcação. Importa lembrar que o “Salicórnia” é o primeiro ferryboat 100 por cento elétrico a ser desenvolvido inteiramente em Portugal, por empresas nacionais.
Com 37,4 metros de comprimento, 9,2 metros de boca e 1,7 metros de calado, o novo ferryboat tem ainda capacidade para 19 viaturas, mais 30% que a atual embarcação. Segundo garantiu Ribau Esteves em declarações aos jornalistas no final da cerimónia desta quinta-feira, a ativação da nova embarcação não implicará um aumento dos bilhetes. A haver alguma alteração, será no sentido de diminuir os preços.
* Créditos das fotos: Miguel Cordovil