Foi inaugurada este domingo, 8 de dezembro, a obra de qualificação do Adro da Sé e construção do monumento evocativo da antiga muralha de Aveiro, que resultou de um projeto do arquiteto Álvaro Siza Vieira. Este último pretende evocar a antiga Porta do Sol - que era uma das quatro entradas na antiga vila muralhada de Aveiro – e é composto por três peças, dispostas de forma a assinalar o traçado da antiga muralha. A principal, com 10 metros, está edificada na rotunda junto à Sé de Aveiro, enquanto as restantes, com 1.60 e 1.20 metros, estão respetivamente nos jardins centrais da Avenida Santa Joana, em frente ao Museu de Aveiro, e da Avenida 5 de Outubro, a ladear a Sé e o Museu de Aveiro Santa Joana.
Na cerimónia decorrida ao final da manhã de hoje, e que contou também com a presença do Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, e do pároco da Glória – Sé de Aveiro, padre Fausto Oliveira, o presidente da autarquia disse ser “um privilégio” o município passa a contar com um projeto elaborado por um dos maiores arquitetos do país – Siza foi o primeiro arquiteto do país a receber um Prémio Pritzker (1992). Não obstante as críticas que têm sido suscitadas em torno da obra – à semelhança do que já tinha acontecido com a esfera de Rui Chafes -, o edil considera que a intervenção realizada na envolvente da Sé representa em passo em frente em termos de qualificação urbana.
Recorde-se que a pérgula existente junto à sé, “elemento decorativo edificado no século XX e sem valor patrimonial”, refere nota da autarquia, “foi substituída por uma linha de árvores, aumentando o espaço público em redor da igreja e permitindo aos munícipes e visitantes uma leitura congregada do espaço, bem como uma vista desafogada para o monumento”. “Tínhamos aqui quatro árvores. Deixámos esta magnólia e plantámos 30 novas árvores”, destacou Ribau Esteves.
Quanto ao monumento propriamente dito, a escolha acabou por recair em pedra lioz, “mais conhecida por calcário de Sintra”, revelou o edil, e não pedra de Eirol, como chegou a estar inicialmente previsto, tornando ainda mais fiel a evocação da muralha de Aveiro. “A extração terminou já há muitos anos em Eirol. Ainda tentámos ativar uma pedreira nova, mas não deu”, justificou Ribau Esteves, a propósito daquela que tem sido uma das críticas apontadas ao monumento.
A obra evolveu um investimento de cerca de um milhão de euros. Para a qualificação do Adro da Sé, foram 480.000 euros; o monumento custou 240.000 euros; a qualificação de arruamentos e passeios 250.000 euros; e os trabalhos de arqueologia 45.000 euros.
Ao contrário do que chegou a estar previsto, o arquiteto Álvaro Siza Vieira não esteve presente na cerimónia, mas fez-se representar por um elemento do seu gabinete, Nunes da Silva.