Nascido na Venezuela, veio para Portugal ainda bebé e cedo se iniciou no mundo da hotelaria. Tinha exatamente 16 anos quando a sua família abriu um restaurante na praia da Barra, junto ao Farol, depois de uma larga experiência a gerir padarias. “Ganhei o bichinho pela restauração e passado algum tempo o meu pai cedeu-me 25% da sociedade”, lembra, especificando que teve de pagar essa quota. “É assim que se ensinam os filhos”, testemunha. Estava, assim, iniciada uma relação que ficou para a vida a toda. Manuel Almeida Santos é um homem dos restaurantes, um empresário que gosta de grandes desafios.
Aos 43 anos, acaba de abraçar o maior de todos: deu nova vida ao Restaurante Clube de Vela, na Costa Nova. O espaço foi profundamente requalificado e exibe, agora, uma decoração moderna e um conforto ímpar – o projeto esteve a cargo do arquiteto José Ferreira. Com vistas para a ria e para o céu, o “novo” Restaurante Clube de Vela acaba de abrir portas ao público, faltando apenas ultimar a parte da esplanada.
“É a concretização de um sonho já com 20 anos”, conta, lembrando tempos da juventude. “Quando ia comprar peixe para um outro restaurante que tive, a primeira pessoa a chegar ao mercado, em Aveiro, era o sr. Fonseca, dono do Clube de Vela. A segunda pessoa, ou era eu ou o Sr. Adriano, da Praia do Tubarão. E eu, na brincadeira, dizia ao senhor Fonseca: ‘um dia vou ser dono do Clube de Vela’”, recorda. “Começou por ser uma brincadeira mas depois passou a ser um sonho a concretizar”, acrescenta.
Manuel Almeida Santos consegue concretizar o seu sonho já depois de ter estado à frente de casas como a Arte Xávega (Vagueira) Canastra do Fidalgo (Costa Nova), D. Coutinho (Ílhavo), Fusões (Aveiro), Bacalhau&Afins (Aveiro), entre outras. Diferentes espaços, diferentes conceitos, mas com um ponto em comum: “todas as casas que adquiri estavam em baixo, em dificuldades ou fechadas”. No fundo, gosta de “sentir o desafio de pegar nessas casas e pô-las a trabalhar”, confessa. “É verdade que isso me envelhece, é difícil criar equipas, os clientes são cada vez mais informados, mas gosto dessa adrenalina, desse desafio”, acrescenta.
Assim foi até aqui. “Agora, é diferente”, assevera. “Este é para ficar porque é o sonho de uma vida, foi um investimento muito elevado e é um regresso à minha praia”, testemunha. “Arrependi-me muito de vender a Canastra do Fidalgo, esta praia deixou-me saudades”, acrescenta.
Os restaurantes são o seu mundo
Manuel Almeida Santos ainda chegou experimentar outras áreas de negócio, nomeadamente na área dos vinhos e venda de produtos alimentares, e avalia a experiência como positiva. “Serviu para demonstrar que não sou só dependente da hotelaria e consigo fazer outras coisas”, testemunha.
Não depende dos restaurantes, mas gosta de viver de e para eles. De tal forma que não se imagina a ter outra vida. Não obstante as exigências do ofício, os horários difíceis e inexistência de folgas, é neste mundo que se sente bem.
Nos poucos tempos livres que vai tendo, adora “andar de mota”, estar com as filhas (uma com 18 anos e outra com 12 anos), com a companheira, os pais e os irmãos. A família é o seu pilar e é também a sua prioridade, assevera.