
Com que desenho se decora a Praça da Casa da Cultura de Ílhavo?
A curiosidade é grande. Há algo a acontecer na Praça da Casa da Cultura de Ílhavo, por conta de uma azáfama que já leva várias semanas e que mobiliza novos e velhos. O projeto Planteia é cada vez mais uma realidade e, por esta altura, já ninguém duvida que aquilo que outrora foi um espaço vazio do centro da cidade ilhavense está prestes a ganhar nova vida. A prova aí está, à vista de todos, depois de mais uma jornada de trabalho. A comunidade não faltou à chamada, dando uma ajuda a pintar os pontos, linhas e figuras geométricas, que passarão a habitar a praça.
Nada mais do que “um desenho que se espalha e que vai buscar as raízes, o território e as ideias das pessoas de Ílhavo”, anuncia Tiago Azevedo, arquiteto responsável pelo projeto. O desenho divide-se em três quadrantes diferentes: “no primeiro, foi criado uma espécie de um labirinto através de uma constelação de pontos, em que não existe um caminho definido, levando as pessoas a tentarem descobrir qual é a próxima bola para chegarem ao objetivo; depois, há um outro quadrante, mais relacionado com as raízes e com a ligação da natureza com o corpo humano; por fim, o terceiro quadrante, mistura a relação das ideias com a parte mais natural dos cruzamentos e dos cruzamentos pensados”, acrescenta.
Estes desenhos surgem como complemento aos 84 módulos – com mais de duas centenas de plantas – que já haviam sido instalados na praça, resultando também eles do trabalho voluntário dos cidadãos que responderam à chamada do 23 Milhas, projeto cultural do município de Ílhavo.
Entre aqueles que fizeram questão de dar uma ajuda à concretização do Planteia esteve Catarina Tavares, aluna de Artes da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, acompanhada dos seus colegas de turma e professores. “Está a ser uma manhã diferente. Não estamos a pintar no papel, como é hábito, mas sim no chão”, testemunhava, em declarações à Aveiro Mag.
Esta nova jornada de trabalho comunitário na praça da Casa da Cultura de Ílhavo estendeu-se ao longo de quatro dias – de quinta a domingo – e só veio confirmar que o Planteia já conquistou a comunidade local. “É talvez dos projetos mais empáticos que tivemos nos últimos tempos, em que as pessoas reagem e querem perceber o que está a acontecer”, repara Luís Ferreira, diretor do 23 Milhas. O Planteia, recorde-se, é inaugurado no dia 10 de junho.
* Créditos das fotos: João Roldão