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Xavier Zarco bebeu da mais pura fonte inspiradora e venceu o Prémio Aldónio Gomes

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Xavier Zarco foi à fonte. Juntou as mãos em concha e bebeu dessa água mais pura e cristalina. Era a sua fonte de Hipocrene, fonte inspiradora de poetas na Grécia Antiga. “Cerco à minha fonte de Hipocrene” destacou-se claramente entre as demais candidaturas ao Prémio Aldónio Gomes, iniciativa da Universidade de Aveiro. Xavier Zarco, pseudónimo de Pedro Baptista, natural de Coimbra, recebeu este prémio, ao qual dá “muita, muita importância”, durante a cerimónia de Abertura do Ano 2023. O que o levou à escrita de poesia? Consegue identificar um momento na sua vida que o tenha levado a essa necessidade? Terá lido um livro, vários livros de um autor, que desencadeou a torrente?

Não sei ao certo o que me levou à escrita, pelo que não consigo identificar o ou os instantes. No entanto, o que posso afirmar, com algum grau de certeza, é o seguinte: tive a sorte de nascer no seio de uma família onde se podia falar livremente sobre qualquer assunto.

Apesar dos escassos recursos, sempre tive acesso a livros e a jornais com a tal liberdade para o comentário. Julgo que tal contribuiu para a escrita.

Como foi o processo que levou ao “O Livro dos Murmúrios”? Muitos versos escritos e descartados até chegar às versões publicadas? Quanto tempo decorreu até aí?

O meu processo de escrita mantém-se igual ao início: o conceito a explorar, a investigação e a elaboração dos poemas que constituem o ciclo a elaborar. Depois, o necessário repouso dos textos para futura depuração. "O Livro dos Murmúrios" também seguiu esse processo. Mas não foi esse o primeiro título que submeti para edição. Foi o que resolvi editar através da brasileira Virtualbooks, em formato eletrónico. Tem como título "Ordálio". Naturalmente que há versos, poemas totalmente eliminados. Faz parte deste ofício. A título de exemplo, de um poema - raro em mim - que ultrapassava a centena de versos, sobraram unicamente dois versos: o que inicia e o que finaliza "Ordálio". Quanto ao tempo, bom!, depende, mas tenho ciclos que só se ficam como finais após vários anos.

Desde “O Livro dos Murmúrios” até “Cerca à Minha Fonte de Hipocrene”, o que evoluiu e o que mudou?

Penso que só a idade, nada mais. A velhice dá-nos uma outra forma de olhar para o Mundo. O que pensava, não é necessariamente o que penso hoje. De resto, tecnicamente, está tudo mais ou menos igual. O mesmo é dizer: hoje posso subverter regras com mais habilidade do que antes.

Quanto aos conteúdos, aquilo que hoje escrevo, julgo que estou mais amargo, mais irónico.

Para além das referências claras à literatura clássica, aos autores e cultura da Grécia Antiga, quais poderão ser outras referências/autores mais evidentes na sua obra?

A base da escrita é a leitura - antes de tudo a gramática, neste caso em concreto, a parte referente à versificação. Há muitos autores que aprecio, mesmo que nada destes encontre - penso eu! - no que escrevo.

O autor que mais revisito é Alexandre O'Neill. Considero que cada leitura, mesmo que eu até possa dizer: “Péssima!”; me pode levar a estruturar algo – “Gaba-te cesto!” -; que considere como bom.

Consegue explicar essa influência da Grécia Antiga tão evidente em “Cerca à Minha Fonte de Hipocrene”?

O gosto pela leitura. Acho que ler os trabalhos de Maria Helena Rocha Pereira ou de Frederico Lourenço bastaria para cativar. Ou ler "A Mitologia Grega", do Pierre Grimal ou "A Literatura Grega", de monique Tréde-Boulmer e Suzanne SaÏd. O mesmo é dizer o que antes referi:

gosto pela leitura.

Que relevância poderá ter o Prémio Aldónio Gomes no conjunto dos prémios já conquistados por si?

Todos os prémios são importantes. O prémio que queria, já foi atribuído: o hino da minha terra, de Santa Clara. Se o que escrevi não merecesse distinção, acho que desistiria da escrita, desistiria mesmo.

Este prémio é atribuído por uma estrutura universitária, pelo que tem muita, mas muita importância. Tal como ocorreu com os dois prémios Vítor Matos e Sá, do Conselho Científico da Faculdade de Letras de Coimbra, este traz a possibilidade

- mesmo que tal nunca ocorra; de alguém pensar: aquela coisa até que merece uma recensão ou até algo mais. E quando tal vem do meio universitário, só aumenta a probabilidade de sermos lidos. A Poesia só está visível nas livrarias aquando da morte do poeta ou nesse lindo dia a que chamam de Dia Mundial da Poesia.

Já prepara a próxima obra? Pode levantar um pouco o véu?

Tenho vários projetos em curso. Alguns com uns bons anos de repouso.

O que posso hoje dizer? Pouco, pois dependerá das regras de um concurso qualquer. No entanto, muito certamente, há o tentar cuidar da nossa herança.

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