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Fadista Sara Correia no FIMUV para cantar “Do Coração”

Palcos

Antecipado como um dos pontos-altos da 45.ª edição do certame, o concerto que o FIMUV apresenta no próximo sábado será protagonizado pela fadista Sara Correia, que levará ao Cineteatro António Lamoso os temas do disco homónimo que a deu a conhecer como um dos novos valores da canção nacional e composições mais recentes do álbum “Do Coração”, concluído antes da pandemia de covid-19. Devido às restrições sanitárias de 2020, esses novos fados mantiveram-se afastados do palco durante largos meses, mas, quando a digressão pôde finalmente arrancar e Sara Correia viveu-a com especial entrega, considerando o que a tournée representava de contraste com o confinamento anterior. Depois de o sucesso desse disco ter justificado uma reedição melhorada do original, a fadista voltou aos palcos com relativa tranquilidade, mas, perante as circunstâncias económicas e sociais da atualidade, o concerto no FIMUV motiva na artista uma nova intensidade interpretativa, gerada pelo receio de que a crise possa obrigar o público a colocar novamente a cultura em segundo plano.

Recordando o início de 2020, quando o disco “Do Coração” já estava concluído, mas o seu lançamento foi adiado devido à pandemia, Sara Correia revela: “O meu álbum estava pronto a sair e tínhamos delineado um plano com meios de comunicação e concertos importantes, dentro e fora do país, quando, de repente, caiu a pandemia e aconteceu tudo o que já sabemos. Lembro-me de, na altura, ter ficado completamente de rastos, desiludida. Frustrada por querer tanto lançar o disco, querer mostrá-lo ao mundo e não poder”. A experiência foi “muito má”, com momentos “muito difíceis e confusos” face à “urgência de cantar”, mas a artista reconhece hoje alguns aspetos positivos a esse mesmo período. “Deu para refletir noutros assuntos, procurar novos caminhos e também para termos mais tempo livre para nós próprios”, confessa.

A espera pela divulgação plena do álbum não impediu, contudo, o reconhecimento púbico quanto aos méritos do disco, que, lançado em setembro de 2020, pouco depois era nomeado para a categoria latina do mais importante prémio internacional de música, o Grammy, e integrou a short list dos candidatos a Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa. O disco venceu ainda o Prémio Play de Melhor Álbum de Fado, confirmando os motivos pelos quais artistas consagrados como António Zambujo, Carolina Deslandes, Luísa Sobral e Dino d’Santiago se dizem admiradores da fadista. O mesmo acontece com Pedro Abrunhosa, que, em fevereiro de 2022, convidou Sara Correia para o acompanhar no tema “Que o Amor te Salve nesta Noite Escura”, cujas receitas reverteram para uma organização de apoio à comunidade ucraniana no contexto da guerra.

Preços entre os 5 e os 10 euros

No Cineteatro António Lamoso, Sara Correia vai atuar com a sua “família de sempre”: “na guitarra portuguesa Ângelo Freire, na viola e direção musical Diogo Clemente, no baixo Frederico Gato e na bateria Joel Silva” – todos “músicos de excelência”, aos quais a artista juntará a voz rouca de alto-contralto que a tornou conhecida no meio musical pelo epíteto de “o furacão do Fado”.

Uma das composições mais esperadas da noite é “Quero é Viver”, que, a partir de um original de 1983 de António Variações, se tornou o tema principal da telenovela da TVI com o mesmo nome, integrando desde março a reedição do último disco da cantora, agora designado “+ Do Coração”. Outros temas anunciados para a set list do espetáculo são “Se o mundo dá tantas”, “O meu bom ar” e “Pechinchinha”, assim como uma reinterpretação de “Estranha forma de vida”, em homenagem a Amália Rodrigues, cujo centenário se assinalou em 2020 e que desde os anos 50 tinha nesse fado um dos temas mais célebres da sua carreira.

A preços entre os 5 e os 10 euros, o concerto de Sara Correia no FIMUV constituirá assim não apenas um momento de usufruto cultural coletivo de elevado nível técnico e artístico, mas também uma oportunidade para os artistas em palco e os respetivos espectadores partilharem uma reflexão quanto à influência da música nas suas vidas. Perante os elevados níveis de inflação e uma crise económica generalizada, a fadista acredita que todos comungam de preocupações idênticas quanto ao futuro de curto e médio prazo e expõe as suas: “Penso que talvez seja mais difícil as pessoas pagarem bilhetes para ver concertos, devido à carga de despesas que veem aumentar de dia para dia. Para nós, artistas, também fica tudo mais difícil, pois não temos apoios quase nenhuns. Quando as coisas ficarem mais caras, isso levará as pessoas a fazerem escolhas e a cultura poderá ser relegada para um plano secundário. O meu desejo é que isso não chegue a acontecer. Porque não há maior riqueza do que a cultura – e nenhuma maior do que a música, em particular”.

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