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Mafalda Ramos: O percurso no The Voice Portugal e os passos que se seguem

Artes

 

 

Beatriz Marinho e Filipa Silva 

 

 

 

Mafalda Ramos é uma jovem de 17 anos, natural da Gafanha do Carmo, que ganhou grande notoriedade ao participar recentemente na 12ª edição do The Voice Portugal, um programa televisivo da RTP, onde encantou mentores e o público. Além da sua carreira a solo, é vocalista da banda Aura, um projeto que junta mais três jovens da região e explora novas sonoridades. A Aveiro Mag falou com a artista para perceber melhor como correu este desafio e o que mudou na sua carreira.

 

Sei que já cantas há muito tempo, mas explica-nos um pouco melhor como é que a música surgiu na tua vida e a ligação que foste criando com ela?

Eu sempre tive pessoas da minha família ligadas à música, principalmente do lado do meu pai. A minha avó paterna sempre quis que os filhos tivessem alguma ligação com a música. Enquanto uns tocavam flauta transversal, outros cantavam ou tocavam piano, dava quase para fazer uma banda. O meu pai tem muitos irmãos, e todos eles já tiveram contacto com a música, então fui acabando por ganhar esse contacto também. Mas a música em mim começou mais no meu terceiro ano, quando fui cantar o salmo na minha comunhão, porque eu gostava de cantar. No fim da cerimónia, o meu pai perguntou-me, a mim e à minha maior amiga, se queríamos ir para um coro infantil, que tinha aberto em Aveiro, e acabámos por aceitar as duas. E foi aí que começou. Mais tarde, comecei a tocar piano, ainda no coro, e os meus pais perguntaram-me se eu queria ir para o conservatório, onde comecei por estudar canto lírico. No décimo ano decidi mudar para jazz.

 

Por falar em conservatório, pretendes seguir os estudos na área da música?

Sim. Eu comecei no conservatório no sétimo ano e, no décimo ano, decidi mudar para um ensino articulado. Então, o meu curso é mesmo em música. Vou a uma escola regular fazer as disciplinas regulares e depois vou para o conservatório fazer a parte da música. Estive em canto lírico, mas ,neste momento, frequento o canto jazz e pretendo continuar a seguir esta área no ensino superior.

 

Recentemente, participaste num programa da RTP que acabou por te dar mais visibilidade. O que é que te motivou a inscrever no The Voice?

Sempre gostei bastante de acompanhar o The Voice. Quando era mais pequena, adorava ver as provas cegas, estava sempre no telemóvel da minha mãe a vê-las no YouTube, principalmente do The Voice Kids. Então, sempre tive aquele sonho e objetivo de poder pisar aquele palco um dia. Entretanto, já tinha concorrido ao The Voice Kids, mas acabei por ser eliminada na última fase dos castings. Mais tarde, vim a concorrer ao dos adultos e acabei por conseguir ter uma prestação mais duradoura. E deu certo.

 

Falando das provas cegas, qual é que foi a sensação? Imagino que deva dar uns nervos...

Sim, dá! Na prova cega tens quatro cadeiras de costas para ti e nunca sabes bem o que os júris estão a achar, porque não consegues ter perceção do que é que lhes está a passar pela cabeça, só quando vira uma cadeira é que já dá para ficar mais aliviada. Acho que a prova cega e a primeira gala em direto foram os dois muito desafiantes, mas correu bem!

 

Correu bem e acabaste por virar três cadeiras. Tu já sabias que mentor é que querias escolher ou ainda estavas com algumas dúvidas?

Já tinha uma ideia em mente. Acompanhava o Fernando Daniel já há alguns anos e sempre foi um dos mentores que mais me chamou a atenção. Parecia ser um mentor bastante dedicado, vivia perto de mim, aqui em Ovar, e poderia vir a facilitar os ensaios. Já ia com uma ideia, mas, ao mesmo tempo, estava com a mente aberta e sem muitas expectativas. Entretanto, ele foi bloqueado pelo Nininho Vaz Maia e, na altura, fiquei com muita pena porque o Nininho estava a “lutar” por mim, usou um dos seus bloqueios em mim e eu acabei por escolher a Sara Correia.

 

Parece que os astros se alinharam e vieste a ter a oportunidade de trabalhar com dois mentores, a Sara Correia e o Fernando Daniel, que acabou por te repescar mais à frente no programa. Como é que foi essa experiência?

Acho mesmo que foi muito vantajoso ter dois mentores. A Sara é uma pessoa muito querida, gostei imenso de trabalhar com ela, transmitia-me sempre muito boa energia. Estava sempre a dizer “Estás linda!”, “Fica tranquila”, “Vai correr bem”, e eu gostei muito. Mais tarde troquei para a equipa do Fernando e foi uma mudança marcante. Mas acho que foi, sem dúvida, muito vantajoso porque o Fernando é um mentor mais exigente, muito presente, em poucas palavras, é excecional. Fizemos muitos ensaios, fomos a casa dele ensaiar, ele ia ter connosco ao nosso hotel. Sem dúvida que foi ótimo poder ter estas duas versões.

 

Falando agora da parte das atuações, houve alguma que te marcou mais, que te deixou com um carinho especial?

Gostei muito do meu "tira-teimas", porque cantei a “Feeling good” que é uma música que eu queria muito levar àquele programa, pois é uma música de que eu gosto muito e sempre gostei muito de a cantar. Foi nesse programa que passei para a equipa do Fernando e foi um turbilhão de emoções. Entretanto, eu era a única que já não podia sair dali, por estar na equipa do Fernando, e havia três colegas ainda a ver as provas de outros e que a qualquer momento podiam sair então estava muito nervosa por eles e feliz por mim.

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A participação neste programa fez-te ver a música de uma perspetiva diferente, fez-te pensar se era mesmo isto que querias? Abriu-te novas portas para outras coisas? Achaste que, se calhar, não era bem isto?

Vir a estes programas é um choque de realidade. Uma pessoa está habituada a ver do lado de fora e há coisas que, quando estamos lá dentro, não são como pensávamos, como por exemplo ensaios, vestuários, câmaras, cenários, etc. E é um choque de realidade no sentido em que percebemos aquilo que realmente passa para a televisão, porque na televisão é tudo muito diferente, muito perfeito e parece inalcançável num certo sentido. Estar lá é, também, uma forma de vermos realmente se é mesmo isto que queremos ou não. Porque é muita pressão, há pessoas que gostam muito de música e que querem seguir música, mas não desta forma. A pressão de estar na televisão, em direto, é imensa e é um balde de água fria para sabermos se queremos seguir este ramo. Para mim, pessoalmente foi uma maneira de perceber que é tudo muito diferente. As pessoas idealizam isto de maneira diferente, mas é isto que eu quero para a minha vida.

 

Sei que tens uma banda, a Aura, que é composta por mais três jovens daqui da região. Como é que surgiu esta ideia de se juntarem e explica-nos a inspiração para este nome?

Eu juntei-me à banda por volta dos 13 anos de idade. Juntámo-nos para um festival que havia, em que cada banda fazia um tema original para ir a concurso. E foi o que fizemos. Passámos e acabámos por ir a nível nacional e ficámos em terceiro. Depois do concurso, tivemos um convite para ir ao Festival do Bacalhau. A banda começou com seis membros, mas dois acabaram por desistir, porque tínhamo-nos juntado, única e exclusivamente, para aquele primeiro festival. Mas começou a fluir e começaram a surgir músicas originais, demo-nos muito bem e continuamos a dar.  Entretanto, mudámos o nome. Tínhamos o nome de Teotokus para o concurso e, mais tarde, acabámos por mudar para Aura. Estávamos um bocado perdidos, não sabíamos o que escolher, mas o nosso baixista deu a ideia de Aura e acabou por ficar.

 

Já atuaram algumas vezes ao vivo, quais são os momentos mais memoráveis que já tiveram juntos?

Diria que foi o do Festival do Bacalhau, porque foi o primeiro concerto enquanto banda Aura. Eu tinha 14 anos, foi também das primeiras vezes que pisei um palco como vocalista, sem fazer parte de um coro, mas como vocalista de uma banda. Foi, também, o dia em que teve mais gente no festival, muita gente gostou. Foi mesmo memorável, o concerto correu muito bem e o feedback das pessoas também foi muito bom.

 

O facto de teres sido concorrente no The Voice trouxe mais reconhecimento à banda? Influenciou alguma coisa na sua trajetória?

Acho que dá sempre, estes programas têm sempre milhares ou milhões de pessoas a ver e claro que falei da banda.  Entretanto, a Sónia Tavares reforçava a ideia, porque a Sónia também tem uma banda, os The Gift. Havia outra menina da equipa dela que também tinha uma banda, então o assunto de bandas vinha sempre ao de cima. É sempre bom mencionar a banda. Já temos algumas propostas para o verão. Nesse sentido é sempre uma mais valia.

 

Sabemos que tens andado a trabalhar em projetos novos. O que é que nos podes revelar sobre essas idas a estúdio?

O estúdio vem mais no sentido da banda, porque temos vários originais e decidimos gravar um álbum. Começámos já há algum tempo, mas, entretanto, fui operada, tive de ficar muito tempo sem cantar, depois tive novamente problemas de saúde, nada de grave, mas impedia-me de cantar. Tivemos alguns momentos de pausa por causa dessas questões, mas já retomámos e estamos na reta final, a aperfeiçoar pormenores.

 

Para quando é que podemos esperar um álbum?  

Não sei dizer e não posso prometer nada, porque ainda não é certo. Depende de diversos fatores, dos videoclipes, etc. Neste mundo, neste laboratório criativo que é a música, há sempre imprevistos e é tudo muito incerto.

 

Que colaborações é que gostarias de ter no futuro, tanto a solo como com a banda?

Por acaso, é uma coisa interessante, porque como banda, é claro que nós temos inspirações, e ajuda-nos a ter ideias. A solo já cantei com o Fernando Daniel e gostei imenso, acabei por ir ao concerto dele, portanto gostaria muito de voltar a fazer alguma coisa com ele. Mas tirando o Fernando Daniel, gostaria de colaborar com a Carolina Deslandes por ser uma pessoa que também acompanho há muito tempo e que tem um grande nome, e que é uma inspiração a nível artístico.

 

E um objetivo para este ano? Qual é que seria?

Um objetivo para este ano seria lançar o álbum. Pois tudo o resto que vem com o 12º ano, as entradas para universidades e os exames, já nos dá muito que fazer este ano.

 

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