
O que espero de 2022?
António Granjeia
Eça de Queiroz dizia “Não tenha medo de pensar diferente dos outros, tenha medo de pensar igual e descobrir que todos estão errados.” Gostaria de ter a capacidade de poder seguir este conselho do nosso grande escritor e pensador crítico. Esta frase diz muito do que é necessário fazer para podermos fazer progredir o país. Pensar diferente, ousar questionar os chefes do rebanho é tão importante como temporariamente liderar o mesmo rebanho.
Espero, por isso, como todos, que esta maldita pandemia termine para ver se acabamos com o circo que se montou à volta desta tragédia mundial, já para não falar do aproveitamento financeiro, de que só alguns (sempre os mesmos) inteligentemente se aproveitam. Não questiono as vacinas (tomei as que me mandaram), nem as diretrizes reativas do governo (seria o mesmo se fosse do PSD), mas era altura de começarem a pensar no que nos foram dizendo ao longo destes 2 anos: por exemplo a chamada imunidade de grupo que se alcançaria com 85% de vacinados. Acho que já ninguém se lembra disto e talvez fosse melhor começar a procurar um remédio para a doença do que insistir numa vacina que não aguenta, como seria de esperar, as diversas metamorfoses e variantes.
Um outro aspeto que gostaria de ver alterado era a relação que o Estado tem com os agentes desportivos e clubes. Como sabem, estou ligado ao dirigismo desportivo e custa-me ver que nada muda ao longo dos anos. Mais uma vez andamos todos no mesmo carreiro, qual ordeiras formigas, e ninguém ousa sair. Só alguns pontos para reflexão:
. Permitir que seja consignado parte do IRS a todas as associações de utilidade pública mesmos as desportivas.
. O Estado vê os clubes como uma fonte de receita em detrimento da função educativa e não cede um cêntimo nas isenções de IVA pedidas ao material desportivo de alta competição.
. A Isenção de IRS a jovens atletas (até 25 anos) e jovens treinadores (até 30 anos), permitindo que sob regras claras possam a compaginar o estudo e o desporto (não se podem incluir os profissionais).
. As muitas incapacidades financeiras das federações desportivas que colocam pressão exagerada nos clubes e autarquias sobre a organização de provas que deveriam ser da sua exclusiva responsabilidade.
Bom ano de 2022, cheio de saúde, um bem cada vez mais caro.