Eira do Pato Ougado – a loucura saudável do David

Onde se come

 

João Manuel Oliveira

 

 

O primeiro desafio que lanço aos leitores é perceber quais é que foram googlar (já quase ninguém se desloca à estante onde está o dicionário…) “ougado”… Mas é um bom começo pois demonstra uma mente aberta, recetora profunda de conhecimento variado. Pois bem, estão no sítio certo – seja na Aveiro Mag ou na Eira.

 

Para descrever o restaurante numa só frase poderia recorrer ao latim e referir uma expressão que ficou imortalizada para toda uma geração na frase do professor John Keating no célebre “Clube dos Poetas Mortos” – Carpe Diem.

 

Sim, aproveitem o momento, esqueçam estereótipos, procurem apenas uma boa degustação e melhor garrafeira e deixem-se levar. Serão surpreendidos, entusiasmados, viverão mais tempo e sem stresse. Mas prossigamos, sem dúvida!

 

Depois da reserva feita, desloquem-se com algum tempo porque o local do repasto está inserido num local de rara beleza e adorável convívio com a natureza. Para lá chegar, se vierem na autoestrada optem pela saída “Aveiro-Águeda” e sigam para sul, em direção a Águeda. Uns quilómetros mais abaixo, continuem na direção Águeda, virando à esquerda nuns semáforos e quando entrarem em Perrães, pouco depois da Igreja, uma placa alerta para virarem para o Parque do Carreiro Velho. Estarão muito perto. A estrada acaba perto do paraíso.

 

 

O parque do Carreiro Velho está no extremo sul da Pateira, uma das maiores lagoas naturais da Península Ibérica sendo fronteira de três municípios: Aveiro, Oliveira do Bairro (onde estamos) e Águeda. Local muito bonito, temperamental, é espaço múltiplo de convívio para humanos, aves, peixes. Natureza ainda em estado puro, ameaçada pelos infestantes jacintos de água. A estrutura onde se abriga o restaurante tem ampla esplanada e é sobre-elevada, sendo acessível. Aproveitem e usufruam.

 

Quanto à carta, quanto à comida… bem, a primeira não existe. Claro que há pratos que se mantêm mais no alinhamento, pois o bacalhau, e o marisco são os únicos elementos congelados, e por isso a paella do mar ou pratos de bacalhau como o Wellington de bacalhau fresco poderão ser mais regulares. Tudo o resto depende dos desejos, da sazonalidade do produto, e das paixões gastronómicas do David, desde este ano apoiado na cozinha pelo Mourão, uma dupla que merece longa vida.

 

 

Aberto desde março de 2019, o espaço já nos deleitou com momentos artísticos e deleites de gastronomias variadas. No confinamento apostou em brunches que cruzavam a Venezuela e França. Com fornecedores de qualidade, pode encontrar aqui pratos típicos de Trás os Montes – o butelo e casulas – como carnes nobres e maturadas como a rubia galega ou waygu ou kobe.

 

Se há um conselho que vos deixo é simples e regresso à frase mágica de “aproveitar o momento”. Espaço não adaptado aos escravos do relógio, aos picuinhas das diárias ou aos sensaborões do “o costume”. Comida do mundo, com vinhos deliciosos – sim, o David tem carta de vinhos, mas também pode ser escolhido pela vista, pois garrafas e produtores locais aparecem com frequência… Claro que o preço final depende do número de convivas e dos pratos de partilha mas apontem para os 40 euros, sem vinhos. Aproveitem a experiência pois ougados ficarão pela visita!

 

Caros leitores, continuamos a receber as suas sugestões para gastronomia@magnumwineclub.com ou para os contatos da AveiroMag

 

Preço médio (40 euros numa lógica de partilha) –  https://www.facebook.com/eiradopatoougado/

Eira do Pato Ougado

Parque do Carreiro Velho

3770-062 Oiã

Portugal

 

Reserva obrigatória:

916611008

Almoços e Jantares de Quarta a Domingo

11h – 00h (Quarta a Domingo);

Segunda e Terça encerrado

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