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Nuno Sardine e a arte aplicada a um desfile de Carnaval

Região

Foi em 1991 que participou, pela primeira vez, num corso da sua terra, ainda longe de imaginar que a sua ligação a este mundo iria ser tão abrangente

Emanuel Teixeira

 

 

Todos o conhecem pelo nome artístico. Tanto assim é que poucos saberão que, no Cartão de Cidadão, tem inscrito o nome Nuno Teixeira. Natural de Salreu, Estarreja, foi com toda a naturalidade que, tal como muitos conterrâneos, se viu a fazer parte de um grupo de Carnaval. Foi em 1991 que participou, pela primeira vez, num corso da sua terra, ainda longe de imaginar que a sua ligação a este mundo iria ser tão abrangente. Nuno Sardine é um dos carnavalescos mais conhecidos da nossa praça. Artista por formação e vocação, passa grande parte do ano a magicar enredos, fantasias e melodias.  

No dia em que conversou com a Aveiro Mag, Nuno Sardine já estava completamente embrenhado no Carnaval, prestes a ministrar uma oficina sobre figurinos carnavalescos na Biblioteca Municipal de Estarreja. Ainda assim, o atual carnavalesco da Trepa de Estarreja acedeu ao desafio de falar sobre o seu percurso e sobre a forma como consegue aplicar a arte num desfile de carnaval.

Antes de tudo, e a pensar nos que estão menos familiarizados com estas coisas dos corsos, fica a nota prévia: o carnavalesco é a pessoa que define o tema, a história que quer contar e como é que ela vai ser contada pelo grupo. “Não quer dizer que essa pessoa tenha de saber construir um figurino, não quer dizer que essa pessoa tenha de saber música, teatro, etc. Mas tem que ter uma visão, neste caso artística, para poder conseguir imaginar aquele conjunto de situações que vão acontecendo”, especifica Nuno Sardine, comparando o desfile das escolas de samba “a um [espetáculo] musical”. “Por isso é que o Carnaval de Estarreja se define como um teatro a céu aberto. Basicamente, é como se fosse um musical”, vinca.

Nuno Sardine tem 45 anos, trabalha como artista plástico (pode apreciar alguns dos seus trabalhos na sua página de instagram), e tem vindo a desempenhar as funções de carnavalesco já desde 2009. “Como sempre estive ligado às artes, acho que uma coisa puxou a outra.  Os grandes mestres [carnavalescos] de outrora viram a minha queda para o desenho e foram-me chamando para trabalhar os grupos de carnaval e aqui estou eu”, conta.

É caso para perguntar o que mais o atrai: a possibilidade de criar arte ou a paixão pelo carnaval? “Criar arte. Outrora dizia que era apaixonado por Carnaval, por ser folião e tudo mais, mas isto, a arte, é o que realmente me preenche”, assevera.

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Um ano a “brincar” ao Carnaval

 

Se é verdade que para a maioria das pessoas o carnaval são só três dias, para Nuno Sardine ele prolonga-se (pelo menos na sua cabeça) pelo ano inteiro. “Normalmente, quando termina o Carnaval já existem ideias pré-fabricadas na minha cabeça que poderão dar um tema para o ano seguinte. Obviamente que tenho sempre um disparate de ideias que, depois, tenho de filtrar. Portanto, isso é um processo que vai demorar umas semanas, eventualmente”, testemunha. Por norma, Nuno Sardine consegue ter a ideia consolidada “uns dois meses após o Carnaval”, de forma a, “na altura do verão”, começar a “fazer desenhos”. “Depois, é apresentado à escola, mais ou menos quando estamos a quatro meses ou cinco meses do Carnaval”, desvenda.

No ano passado, Nuno Sardine conseguiu a proeza de levar o espírito natalício para o desfile de Carnaval – a sua escola de samba apresentou-se com o tema do Natal. Este ano, aposta no tema “Arraial, entre santos e recantos”. “Grande parte dessa história são memórias, que aconteceram numa família, outra parte é ficção. Acontece durante o mês de junho, dos santos populares, do ano de 1988”, introduz. “Gosto muito de levar para as minhas histórias, partes da história das escolas onde estou e 1988 foi o ano em que a o Trepa foi fundado”, relata. O espetáculo já está devidamente montado e ensaiado. Resta esperar que o São Pedro colabore, uma vez que o teatro é mesmo a céu aberto.

 

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