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Joana Soeiro e a contagem decrescente para a final do Women's EuroBasket

Atletas

FIBA

 

A alegria que sobressaía do rosto de Joana Soeiro não nos deixava outra opção: era preciso começar a entrevista pelo fim. Em vez da tradicional sequência naturalidade-idade-percurso académico e profissional, a conversa fluiu para a conquista que tinha sido alcançado dias antes. Pela primeira vez na nossa história, a seleção nacional sénior feminina de basquetebol chega à fase final do Campeonato da Europa (Women´s EuroBasket). “Parece que a ficha ainda não caiu. No verão, vamos estar ali, no meio das grandes potências do basquetebol europeu. É uma sensação indescritível”, confessa a jogadora nascida e criada na Gafanha da Nazaré, no município de Ílhavo. Em conversa com a Aveiro Mag a partir de Espanha – a atleta está a jogar no Club Deportivo Zamarat -, Joana Soeiro ainda não cabia em si de contente pelo feito alcançado a 9 de fevereiro, em Coimbra.

“Como havia menos duas vagas para a final, esta qualificação teve um sabor muito especial”, repara, antes de deixar uma palavra de agradecimento muito especial para o “sexto jogador” em campo. “O clima naquele pavilhão em Coimbra estava incrível. O público foi literalmente o sexto jogador. As pessoas não têm noção da força que isso passa para dentro de campo. Faz uma diferença gigante. Quero agradecer a quem fez parte desta qualificação e já que conseguimos isto todos juntos vamos seguir juntos e continuar a cantar e a caminhar”, vinca a base, de 30 anos, que começou a fazer os primeiros dribles no Grupo Desportivo da Gafanha, influenciada pelo irmão.

“Ele é ‘culpado’ de muita coisa na minha vida (risos). Do gosto que tenho pela música, dos raspanetes que ouvia em criança. É três anos mais velho e sempre que ele decidia fazer alguma coisa, jogar basket ou futebol, eu também queria ir”, introduz. A verdade é que o destino veio a provar que o irmão acabou por ser uma boa influência. Joana tinha à sua espera uma carreira ímpar no mundo do basquetebol. Salvo erro, o meu primeiro Campeonato da Europa foi aos 15 anos, na Macedónia”, recorda a atleta que, depois do Gafanha, rumou ao Centro de Alto Rendimento do Jamor e ao Sport Algés e Dafundo o Algés, em Lisboa. Neste último, teve a oportunidade de avançar para “um nível de treino já muito profissional”, destaca, em jeito de antecipação para a aventura seguinte.

Joana Soeiro ganhou uma bolsa para ingressar na Universidade de Marian, no Estado de Indiana, Estados Unidos da América (EUA), onde jogou pela equipa da universidade e estudou Gestão. “Não foi nada fácil, até porque eu sou muito chegada à minha família. Foi uma decisão difícil de tomar, para mim, e para os meus também. E na altura não havia toda esta facilidade de conectar e de fazer vídeo chamadas através do telemóvel. Houve ali um primeiro em que pensei: será que é realmente isto, será que vale a pena, vai-me compensar no futuro? Mas ainda bem que não desisti”, testemunha.

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Será que se não tivesse ido para os EUA teria chegado tão longe? “Essa é uma pergunta muito difícil de responder. Eu já estava a ter uma experiência a nível europeu que me iria ajudar mais tarde ou mais cedo. Talvez ir para a Europa jogar, tal como estou a fazer agora. É algo que eu nunca vou saber. De uma coisa tenho a certeza: se eu não tivesse ido para os EUA nesse ano eu ia ter o dobro ou triplo da dificuldade em conciliar o basket e a faculdade. Estava a ser muito difícil, quando estava no Algés e a estudar no ISCTE, ser boa nos dois lados. Transportes, ter que falhar os treinos da manhã porque estava na faculdade. Então, isso teve muito peso em eu ter aceitado esta bolsa de estudo e ter ido para os EUA e jogar o campeonato universitário e fazer as duas coisas bem. As condições lá aumentaram a 300 por cento”, repara, consciente de que, felizmente, as coisas mudaram muito em Portugal. “Já fui para EUA há uns anos. Sei que, entretanto, as próprias federações, Comité Olímpico, trabalharam muito para melhorar as condições aos atletas”, vinca.

Aos 30 anos, Joana Soeiro ainda tem muitas pernas para andar e jogar, mas tem consciência de que, como qualquer atleta, vai ter um momento para parar. Ainda não pensou muito sobre o que pretende fazer a seguir, mas a sua área de estudo está em cima da mesa. “Graduei-me na área de gestão nos EUA. Gosto muito dessa área”, refere, confessando que não se vê a estar ligada ao basket sem ser a jogar. “Acho que vou querer explorar outras áreas, fazer uma carreira na área em que me licenciei, mas não digo não a nada”, vaticina.

 

 

 

 

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