Murtosa: Cinco candidatos disputam a liderança da Câmara Municipal

O PSD, crónico vencedor das eleições autárquicas na Murtosa, tenta manter o poder municipal apostando em Januário Cunha como candidato à Câmara. O antigo vice-presidente assumiu a chefia do executivo em março passado, quando Joaquim Baptista, a cumprir o seu terceiro e último mandato, foi escolhido para dirigir a empresa pública Águas da Região de Aveiro.

Nas eleições autárquicas de 2021, os sociais-democratas foram o partido mais votado para a Câmara, com 71,1% dos votos e quatro eleitos, seguido do PS, com 15,9% e um vereador. CDS e CDU não elegeram qualquer representante.

No PSD, a escolha para 2025 recaiu em Januário Cunha. Licenciado em Engenharia Eletrónica e Telecomunicações, ingressou na autarquia em 2005 como vereador a tempo inteiro, tendo sido vice-presidente de 2012 a março de 2025. Apresenta-se aos murtoseiros “com responsabilidade, humildade e sentido de serviço”, encabeçando um projeto político “dinâmico e concretizador” orientado por três pilares essenciais: “compromisso, trabalho e confiança”. Afirma-se “disponível para escutar, com proximidade, os cidadãos e com eles construir e implementar políticas públicas promotoras de mais qualidade de vida, coesão e desenvolvimento para a Murtosa”. “Seremos uma equipa que estabelece pontes e constrói relações de confiança, respeitando os compromissos assumidos e pautando a sua ação pela verdade, transparência, ética e integridade”, diz. Joaquim Baptista é o mandatário da candidatura.

Atual vereador da oposição, Augusto Leite é novamente a escolha do PS. Começou por ser membro da Assembleia Municipal, entre 2005 e 2013, sendo agora vereador em regime de não permanência e sem pelouros atribuídos. Técnico superior na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o cabeça-de-lista à Câmara, de 41 anos, defende uma “gestão camarária mais transparente e participativa” em que “as necessidades da população sejam ouvidas e respeitadas”. Sectores prioritários são a saúde, a habitação, o trabalho e a educação, bem como a agricultura a gestão da ria. “É tempo de virar a página e iniciar um novo ciclo político no concelho”, diz.

O projeto político dos socialistas assenta na juventude e renovação, na igualdade de género e na abertura à sociedade civil - 85% dos candidatos das listas são cidadãos independentes, “oriundos das mais diversas áreas da vida local”.

O comerciante Quintino Matos, nascido em 1969, repete a eleição pela CDU (coligação PCP/Partido Ecologista Os Verdes), tentando chegar ao executivo camarário pela primeira vez. Descrevendo-se como “uma pessoa simples, mas conhecedora dos problemas do município”, o candidato diz-se “motivado pelo desejo de ser ativo na resolução dos problemas dos cidadãos”, nomeando a saúde e a educação como duas prioridades. “A gestão atual limitou-se a resolver problemas à medida que surgiam, sem um projeto de futuro ou preocupação com a manutenção do existente”, avalia Quintino Matos, pedindo uma oportunidade para a CDU se assumir como uma "mais-valia" na vereação.

O professor do ensino secundário Paulo Amorim está à cabeça do movimento independente Juntos pela Murtosa, que propõe “a rutura com o comodismo e o marasmo na gestão autárquica”. Intitulando-se como uma candidatura suprapartidária, o Juntos pela Murtosa quer abrir um novo ciclo na governação local. “Não chega à Murtosa ser um concelho simpático, calmo e pacato. É tempo de ser um município ambicioso, criativo, moderno e inclusivo”, diz.

Paulo Amorim aposta num planeamento urbanístico a médio e longo prazo e na dinamização do turismo, defendendo “um concelho que planeia com visão, que ouve antes de agir, que investe com critério e que cuida de todos sem deixar ninguém para trás”.

O Chega concorre à Câmara com Bruno Tavares, que defende “uma gestão mais próxima das pessoas, focada em soluções práticas, transparentes e orientadas para o futuro”. Num município com uma comunidade piscatória relevante, o número um da lista tem entre as suas principais propostas a ampliação e melhoria das condições de trabalho das lotas de venda de peixe. Outras prioridades são o saneamento básico e a limpeza urbana.