Salpoente, uma experiência de requinte em Aveiro

Onde se come

 

João Manuel Oliveira

 

 

Há vários restaurantes que optaram por serem icónicos nos pratos marcantes que fazem com que os gastrónomos mais apaixonados façam quilómetros para lá ir. Mas há poucos restaurantes, no país que existe fora de Lisboa e Porto, que cultivam o espírito de experiência nos seus pratos. Podem chamar-lhe restaurantes gourmet (detesto o nome), cozinha de autor, fine dining ou, como eu gosto de chamar, uma experiência à mesa. Eis a descrição possível do Salpoente, desde que Rene Sabino e Pedro Simões lhe deram nova vida, não renegando a primeira.

 

Desde 2013 que Duarte Eira se mantém como chefe executivo deste espaço icónico da cidade. Primeiro, pela localização. Neste momento ocupa dois antigos palheiros no Canal de São Roque que por fora mantêm o ar e cores clássicas, mas por dentro guardam um espaço de requinte onde as madeiras, os móveis de assinatura e a galeria de quadros regularmente renovada mostram, também, a distinção que o espaço dá a quem o visita.

 

 

 

 

Há dois momentos distintos: o almoço, muito propício a um grupo de amigos ou clientes ter uma refeição mais relaxada e com qualidade. Os menus executivos variam pela escolha de entrada/sobremesa e vinho, mas andarão sempre pelos 20/25 euros e o menu executivo é conhecido à segunda-feira.

 

Aos jantares, privilegia-se os menus de degustação, muito embora o cliente pode optar por construir a sua experiência à carta. Há um menu de degustação chamado “À descoberta dos Produtos da Região” onde o Chef Duarte Eira brinca entre o bacalhau, as algas e as ostras, e mantém a aposta na marinhoa, com os já clássicos taco e naco da dita presentes. A sobremesa é, igualmente, uma visita aos ovos moles, mas o twist final de conjugar com um bolo de espinafres e framboesas fará a delícia de muitos.

 

 

 

Já no outro menu, o vegetariano, estão alguns dos momentos mais curiosos: os “Tortellinis de Beterraba recheados” é a maior novidade, mas os gastrónomos poderão caminhar entre as duas entradas, uma com alface e queijo e outra com tomate, onde a mestria das técnicas e o sabor dos frutos secos vão criar novos fãs deste menu. A couve com caju também é rica em técnicas e sabores e decerto agradará.

 

Mas a carta também permite experiências várias. O “Pregado” é uma especialidade, a interpretação da “Massada de Tamboril e Camarão” vale a pena, sem dúvida e os “Secretos e Berbigão da Ria” foram uma bela surpresa!

 

Em termos vínicos, a atenção ao detalhe (troca de copos a cada momento, escolha inteligente dos vinhos para o valor do preço de degustação) e a carta estão ao nível da qualidade do restaurante. Carta equilibrada e com atenção certa às regiões.

 

Por fim, há quem diga que é caro ir ao Salpoente. Dentro do padrão, é em conta. Claro que não é todos os dias que se pode pagar 80 euros por um menu + degustação de vinhos. Mas a escolha à carta ou uma ida ao almoço são experiências igualmente reconfortantes e mais em conta. Um dia não são dias e todos merecemos um mimo. E estar a ser servido com o requinte do Salpoente é um prazer!

 

Caros leitores, continuamos a receber as vossas sugestões para gastronomia@magnumwineclub.com ou para os contatos da AveiroMag.

 

Preço médio (20 ao almoço – 60 a 80 euros ao jantar) – https://salpoente.pt/

RESTAURANTE SALPOENTE

Canal de São Roque, nº 82/83,

3800-256 Aveiro, Portugal

 

Horários

Todos os dias: 12:30 às 15:00 e 19:30 às 22:30

reservas 234 382 674 | Tlm +351 915 138 619

 

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