Rekint.pt, um espaço para partilhar

Onde se come

João Manuel Oliveira

Não é wine bar quem quer, mas sim quem consegue criar um espaço que verdadeiramente sirva de partilha de experiência e que tenha, obviamente qualidade nos vinhos. Esta filosofia é conseguida perfeitamente pelo Rekint, um espaço agradável em que as mesas e o ambiente permitem a conversa a partilha e o provar dos vinhos como bons petiscos à mistura.

Há uma dificuldade inerente no negócio dos wine bar: ou têm dentro da equipa pessoas que saibam trabalhar o vinho e a restauração de igual modo ou, inevitavelmente, uma das componentes brilha e a outra estraga o negócio. É um equilíbrio que não é fácil, mas que Luís Leal, a alma do Rekint, está a tentar levar a bom porto.

Então o que podemos dizer do Rekint? Que é um espaço fora do circuito tradicional dos turistas de Aveiro, mas nota-se que isso não parece ser o seu mercado alvo. Aliás, abrir das 16 às 00h mostra claramente qual é o alvo: quem pretende uma bebida ao final da tarde, acompanhada, de preferência, com um petisco.

O espaço, logo à entrada, remete-nos para o contexto de garrafeira, podendo as pessoas optarem por levar uma garrafa para casa para o jantar. Mas qualquer um dia dos vinhos expostos está disponível para beber e pode sempre telefonar a reservar/colocar no frio. Mas se a opção for colocar a garrafa na mesa e petiscar, a casa também agradece.

Nas visitas efetuadas, aprovei para provar vários petiscos conjugando com as garrafas abertas. As ostras são de excelente qualidade e frescas. Os croquetes, bolas desenhadas em quantidade generosa aparecem de duas formas, ambas a “obrigarem-nos” a comer mais do que um: presunto com algas ou os vegarianos de cogumelos e algas. Ainda na componente de “picar”, os ovinhos de codorniz (que vêm com bacon e mel), e a petinha frita são opções a ter em conta.

Espaço de petiscos que se honre de o ser, precisa de igualmente de apresentar tábuas – de queijo, de enchidos ou mista – que façam jus à qualidade da casa. Posso garantir que não se sentirão defraudados com as apresentadas ?

Mas há mais petiscos na carta e também alguns pratos mais envolventes, para os que pretendam prosseguir o casamento entre o vinho e a comida ou queiram ficar para jantar. Ora aqui vamos: mão de vaca, berbigão, pataniscas, ovas de bacalhau (em modo salada), pica-pau, rabo de boi, polvo (seja em modo petisco seja em modo refeição). Até na sobremesa pode contar com uma pera bêbada ou pequenas maravilhas que não cheguei a provar. Mas tinham bom aspeto.

Quanto à carta de vinhos, e dada a existência da garrafeira, ela permite ser muito flexível. Podemos comprar e consumir no local e por isso as opções são grandes. É muito salutar a opção do Luís Leal por marcas diferentes do habitual, sem descurar vinhos que encaixem nos petiscos servidos. Bairrada e Douro estão em destaque mas há opções de praticamente todas as regiões vínicas do país.

Em resumo. Um espaço onde o vinho é rei mas as opções petisqueiras confortam perfeitamente o estomago do viajante! É de ir!

Caros leitores, continuamos a receber as vossas sugestões para gastronomia@magnumwineclub.com ou para os contatos da AveiroMag.

Preço médio (15/20 euros) – http://www.rekint.pt ou https://www.facebook.com/rekintaveiro/

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