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Rui Marques (Volt): “O distrito tem um problema grave ao nível dos transportes e da mobilidade”

Política

O administrativo, natural de São Roque, Oliveira de Azeméis, encabeça a lista do partido “pan-europeu”. A área dos transportes e mobilidade, assim como a organização do mapa judiciário estão entre as suas prioridades.

 

Conhece a realidade do distrito, de Argoncilhe a Pampilhosa, de Paiva a Sosa?

Seria desonesto dizer que sim, a realidade geográfica e administrativa do nosso distrito encarrega-se disso mesmo. Sou do concelho de Oliveira de Azeméis, estudei em São João da Madeira e trabalho em Santa Maria da Feira. Dois destes concelhos pertencem à AMP (Área Metropolitana do Porto) o que faz com que as populações mais a Norte do nosso distrito não sintam a necessidade de se deslocarem para Sul. Este problema só será resolvido com uma reforma das soluções de mobilidade no nosso país. As “soluções” que existem de momento são deficitárias em oferta e qualidade e o próprio modelo tem de ser repensado, não podemos continuar reféns do carro e das carreiras que apenas conectam os grandes centros urbanos.

 

 

Acredita que a equipa que lidera por Aveiro tem esse conhecimento?

Isoladamente não, como um todo, sim. A nossa lista é composta por pessoas de Norte a Sul do distrito.

 

De uma forma específica, diga-nos três coisas que importa melhorar no distrito?

Em primeiro lugar importa referir que as eleições que estão em curso são Legislativas e não Autárquicas, quaisquer considerações que eu possa fazer em relação aos problemas do distrito serão claramente tidas em conta na tentativa de criação de respostas de nível nacional mas nunca existirá uma solução específica e direta no distrito. Essa é uma competência que recai sobre as autarquias às quais devem ser dadas todas as condições para operar. Dito isto penso que o distrito tem um problema grave ao nível dos transportes e da mobilidade e tem uma clara falta de organização do mapa judiciário (tribunal de Santa Maria da Feira a operar num sítio provisório há mais de dez anos e um dos tribunais de Aveiro deslocado para Anadia).

 

Qual a melhor forma de combater a ideia de que quem chega à Assembleia da República/Governo esquece rapidamente o distrito pelo qual foi eleito?

A única forma de combater esta ideia é com ação política (mantendo uma política de contacto com a população) e um melhoramento geral da comunicação através dos média.

 

Que resultados espera alcançar no dia 10 de março (número de deputados por Aveiro)?

O objetivo final é, em última análise, sempre eleger um deputado. O que neste caso seria o primeiro deputado do Volt por Aveiro. Contudo, neste momento estamos preocupados com um objetivo realista e focado no presente. Darmo-nos a conhecer é o nosso foco principal, sonhar com resultados eleitorais grandiosos é redundante se o público geral não conhecer sequer o nome do partido. Para estas eleições pretendo dar o Volt a conhecer aos eleitores de Aveiro e espero cimentar trabalho comunicacional e a propagação das nossas ideias europeístas e progressistas.

 

Uma das questões que mais tem preocupado os aveirenses prende-se com a tão aguardada ampliação do Hospital de Aveiro, que tarda em avançar. O que se propõe a fazer em relação a esta matéria?

Por mais importante que as reformas e expansões de um hospital específico sejam, são sempre, necessariamente insuficientes. Aquilo de que precisamos são reformas compreensivas e profundas do nosso sistema de saúde como um todo. Em Portugal existe, por algum motivo, um grande tabu quanto à noção de reformar o sistema de saúde, mas evitar fazê-lo é perpetuar as roturas desse mesmo sistema. O Volt defende que deve haver uma maior digitalização na saúde a fim de diminuir as listas de espera e os tempos de resposta. Deve ser feito um investimento na área da saúde preventiva de modo a baixar os custos com tratamentos que podem, em última análise, ser prevenidos. Defendemos também a descentralização de serviços, achamos que os centros de saúde devem ter um papel mais preponderante na estrutura de resposta do SNS e para isso não chega encaminhar os doentes para esses centros, é também preciso dotar esses centros de meios  humanos e estruturas de equipas multidisciplinares que agilizem a cooperação entre serviços. Mas apesar de tudo isto mantém-se a necessidade de uma cidade como Aveiro ter um hospital com capacidade de servir não só a sua população, como também as populações adjacentes.

 

O traçado da linha ferroviária de alta velocidade tem gerado polémica em vários pontos do distrito. O que tem a dizer às populações afetadas?

A expansão da ferrovia e o desenvolvimento das linhas de alta velocidade é fundamental, indispensável e desejável, mas também é fundamental, indispensável e desejável que essa expansão seja feita respeitando a vontade das populações deve ser feito um equilíbrio entre os custos desse desenvolvimento e o seu impacto nas populações.

 

Faz sentido investir na requalificação e modernização da linha do Vouga?

Sim. Aliás, a resposta do Volt ao problema da mobilidade assenta num modelo modal no qual a ferrovia deve ser, na nossa opinião, a coluna vertebral desse modelo. O programa Eleitoral do Volt refere diretamente a linha do Vouga a sua requalificação e aumento (até Espinho), como defende ainda também uma nova Linha Aveiro-Viseu-Mangualde, inserindo na rede nacional Viseu, a maior cidade europeia sem serviço de comboio, e concordando em Mangualde com a linha da Beira Alta. 

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O tema das scut voltou a estar na agenda da campanha eleitoral. O que se propõe fazer em relação a isto?

O tema das scuts é um tema de difícil resolução pois foram feitos contratos de concessão ruinosos para o Estado que, a serem unilateralmente cancelados, seriam ainda mais ruinosos. Por isso, estamos de certa forma reféns daquilo que foi feito e muito sinceramente não vejo como será possível qualquer tipo de alteração ao modelo sem que esses contratos acabem.

 

No que diz respeito à crise na habitação, como olha para a realidade distrital e que medidas concretas preconiza?

Portugal tem de aumentar a sua percentagem de habitação pública (integrada) para 20-25%; investir na construção nas periferias (e vias de comunicação pública nos grandes centros urbanos); tornar a construção para a classe média mais barata (provavelmente sorteios ou cortes estratégicos de impostos); através da CGD fazer dos créditos à habitação de taxa fixa o padrão e aumentar os juros padrões europeus.

 

A erosão costeira é uma preocupação? como pretende agir nesta área na região, uma das mais afetadas?

A erosão costeira é um fenómeno natural mas que, infelizmente, é um perigo para as zonas costeiras e baixios, como é o caso de Aveiro. É necessário um investimento público massivo na área que assente em compromissos a longo prazo que normalmente são difíceis de fazer porque as legislaturas são de quatro anos e a classe política prefere apostar temas que demonstram trabalho a curto prazo para que possam capitalizar politicamente esses resultados.

 

Que outros problemas ambientais mais apreensão causam?

Uma economia que não respeita o equilíbrio delicado dos ecossistemas é uma economia sem futuro. Uma ecologia que ignora o papel da economia do desenvolvimento do país é uma ecologia inconsequente. O Volt propõe um equilíbrio socialmente justo entre ecologia e economia com o objetivo principal de travar as alterações climáticas provocadas pela ação humana e a atual perda de biodiversidade, assim como de alcançar uma civilização ambientalmente sustentável e próspera a longo prazo, alicerçada em comunidades conscientes e responsáveis, de mãos dadas com o desenvolvimento tecnológico, num quadro de cooperação internacional. Importa reconhecer que os desafios atuais só podem ser eficazmente tratados construindo novos equilíbrios – económicos, sociais e institucionais – entre os níveis local, nacional, europeu e internacional. O Volt propõe-se como um agente ativo e criativo na construção destes novos equilíbrios e na procura desses novos equilíbrios os objetivos devem ser, em primeiro lugar, a neutralidade carbónica. As alterações climáticas não podem ser combatidas continuando a agravar o problema. Em segundo lugar a produção e utilização de energia e a gestão dos recursos naturais e para isso é preciso rever a maneira como produzimos e usamos esses mesmos recursos. o Volt defende uma nova política hídrica que faça do reaproveitamento da água e da diminuição da perda de água das redes de distribuição.

 

Aveiro é um distrito com muitas empresas e muita indústria. Que medidas defende para o sector?

 O distrito de Aveiro é um dos principais contribuidores para o PIB Português e isto deve-se a um tecido empresarial profundamente especializado e com uma capacidade de exportação imensa. Isto deve-se, em parte, ao sucesso dos modelos de clusters no nosso distrito. Para isso, o Volt defende avançar com uma política de ampliação drástica dos apoios aos Centros Tecnológicos e organizações dos clusters e a criação de novos Centros de Competência para os Setores de Futuro, onde as parcerias nacionais e europeias se vão fortalecer para promover esse objetivo. Dado o interesse estratégico a nível europeu, o Volt defende que estes investimentos sejam principalmente financiados por fundos europeus. São necessárias também medidas de apoio diretas às empresas como implementação de benefícios fiscais, garantir o investimento em infraestruturas necessárias para o desenvolvimento destes setores (como, por exemplo, rede energética, rede de transportes ferroviários e marítimos e telecomunicações) ou por financiamento público, ou com parcerias com privados e fomentar cooperação entre empresas e universidades em investigação, criando departamentos específicos nas universidades públicas para relação institucional com empresas.

 

Aveiro é um distrito que acolhe muitos imigrantes. Que política de imigração deve o país adotar?

Ao longo de toda a história da humanidade todos os êxodos migratórios beneficiaram as economias das zonas de realocação dessas massas migratórias, mas também trouxeram alterações sociológicas. Por isso, associadas a essas imigrações devem existir medidas de integração, está provado que a segregação de populações leva à marginalização das mesmas. Deve existir uma proteção do direito à igualdade dessas populações, deve haver também uma abertura e incentivo à imigração. Claro que a tudo isto deve somar uma política concertada a nível europeu e para isso urge dar à UE mais poder legislativo, de decisão e soberania sobre o espaço europeu para que essa assimilação das massas migratórias seja geral a nível Europeu.

 

A desertificação do interior é um fenómeno que também se verifica em Aveiro. É possível reverter a tendência e como?

As populações vão sempre procurar oportunidades e melhores condições de vida e, historicamente, essas oportunidades encontram-se no litoral e nos grandes centros urbanos e é impossível criar essas condições em todas as zonas do país, por isso penso que é um fenómeno impossível de reverter mas é possível diminuir o seu impacto económico e ambiental e é também possível desacelerar esse processo.

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