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Alexandre Ré: "Ainda temos bastante a oferecer à modalidade"

Modalidades

Aos 46 anos, o aveirense Alexandre Ré, continua de pedra e cal na Primus Vitoria, empresa familiar que já vai na terceira geração, e que depois de superada a crise profunda de 2008, provocada pela instabilidade económica na Europa, é hoje uma das principais referências do país, a nível internacional.

Apesar do foco no negócio, na primeira vez que o Campeonato de Portugal de Todo Terreno AM|48 contemplou a categoria T3, reservada aos veículos de 4×4, Alexandre, em dupla com o seu irmão, Pedro, foi o primeiro campeão nacional. Em entrevista à Aveiro Mag, o piloto assume que é “na velocidade e na adrenalina da competição”, que encontra a melhor forma de “fugir do quotidiano”.

Quando e como é que surgiu esta "paixão" pelos carros e pela vertente da corrida?

Esta paixão pelos carros começou quando eu tinha 18 anos e fui motivado pelo meu pai, que era um seguidor e um fã incondicional, e pelo Sr. Duarte Guedes, que para além de estar ligado também à cerâmica, era uma referência a nível nacional, e não só, no Todo-o-Terreno. E foi ele que conseguiu, através dos seus conhecimento, que eu com 18 anos, participasse no troféu Nissan Terrano 2.

Qual foi o momento em que passou de hobby (ainda que continue a ser) para a necessidade da vertente competitiva?

É verdade, é um hobby e nunca deixou de ser, e também por isso, estivemos parados nove anos seguidos, na sequência da tal crise de 2008, porque primeiro está o trabalho. Para nós é lógico, numa altura tão má para a nossa empresa e para tantas outras, não tínhamos coragem de andar a pedir apoios aos nossos parceiros. A passagem para a tal vertente competitiva foi natural, porque desde o primeiro momento em que começámos a correr, que sempre colocámos como objetivo a vitória. Na altura e dura até hoje, esse sentimento.

Qual o motivo da escolha desta competição em particular?

Nós enveredámos pela escolha destas classes por várias razões. Primeiro a equipa que representamos, a SouthRacing, fez desde muito cedo uma aposta séria nestes formatos. Depois, e muito importante para nós, o budget para quem quiser correr num T4 ou num T3 é muito mais baixo. Finalmente, temos a oportunidade de ajudar a equipa nas mais diversas soluções, evoluções e aperfeiçoamento das suas viaturas, mesmo a equipa já tendo um currículo impressionante em termos de resultados à escala global.

Pedro Ré

Desmistificando a questão de ser apenas entrar no carro e andar o mais depressa possível, como é que se explica, de forma simples, todo o processo de competição?

A nossa equipa apesar de ser meio alemã, meio sul africana, está sediada em Portugal, o que nos permite, durante a época, sermos requisitados para fazer testes com duração de dois ou três dias e, normalmente, na zona do Alentejo. Gostaria de poder estar mais vezes disponível mas profissionalmente muitas vezes não me é possível.

Desmistificando, de novo, a questão de que se ganha dinheiro com isto, a ideia que se tem é que se perde (ou investe). Para participar num campeonato deste tipo, é necessário meter dinheiro do bolso?

Infelizmente o mundo roda em primeiro à volta do futebol e depois da fórmula 1. É muito difícil ganhar dinheiro com os desportos motorizados. É certo que temos que recorrer aos nossos patrocinadores que, apesar de tudo, estão connosco há muitos anos. Mesmo chegando, desportivamente falando, ao topo, nem sempre quem tem melhores resultados é que consegue melhores apoios. Acho, pessoalmente, que quem está mais perto dos centros de decisão e das grandes empresas nacionais, tem sempre a vida mais facilitada.

Como encara a família esta sua/vossa paixão? Com naturalidade? Com receio?

Acho que passados tantos anos já encaram com naturalidade. Lembro-me sempre da minha mãe e dos seus receios de ter os dois filhos dentro de um carro de competição onde o risco está sempre presente, mas acho que hoje já é algo normal.

Qual é a sensação, se é possível explicar, de entrar num carro e andar a toda a velocidade? Medo? Ansiedade? Adrenalina e regozijo?

Ansiedade sempre mas só antes de começar. Medo, não! Quem o tiver vai condicionar as suas capacidades, é melhor escolher algo diferente. Adrenalina é logo a seguir à ansiedade e só acaba no fim de cada prova. Esta adrenalina misturada com todos os perigos e com a velocidade que se consegue atingir em determinados sítios é algo impressionante que muitas vezes, pensando a frio, questionamos nos como é possível.

Correm porquê?

Porque conseguimos nos abstrair do trabalho do dia a dia mas acima de tudo porque com os resultados que acumulámos ao longo dos anos sentimos que ainda temos bastante a oferecer à modalidade.

E correr com o irmão, torna tudo mais fácil? Partilhar a paixão e o treino?

Torna tudo mais fácil porque nos conhecemos muito bem. É um grande teste às relações pois temos momentos bons e outros menos bons, sempre em situações de grande pressão, mas também partilhamos as vitórias e os dissabores das derrotas.

Qual o sonho ou, pelo menos, o limite? Passa pelo Dakar ou algo do género?

O meu irmão tem esse sonho e penso que irá realizá-lo muito proximamente. Espero que o faça. Eu não digo que “desta água não beberei”, mas o meu tipo de provas são rallies com etapas mais curtas do que aquelas que se vê num Dakar, até porque acredito que mais do que fisicamente, temos de estar preparados mentalmente para uma prova como essa.

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