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Bancadas de melancolia

Opinião

Pedro Nuno Marques

Ninguém entende! Muito menos – garanto - o Governo português e a DGS! Os campeonatos de futebol, por cá, estão a principiar. Os estádios, esses, continuarão vazios de alma, de ruído, do fervor dos cânticos entoados dos topos e da emoção que puxa a adrenalina, a mesma que fez Bill Shankl, um dia, afirmar que "o futebol não é uma questão de vida ou de morte. É muito mais importante do que isso!".

Nem metade, nem um terço, nem nada: completamente desertas, é assim que permanecerão as bancadas dos nossos estádios, contracenando com espectáculos tauromáquicos (a questão de se gostar, ou não, deste tipo de eventos é, aqui, irrelevante) e musicais, comícios, patuscadas e festas de partidos políticos de tendência mais extremista - da esquerda à direita - passando pelo Santuário de Fátima - onde se evidenciam muitos (esperando que, no seu todo, sejam poucos) daqueles fanáticos religiosos, do género obsoleto, que destilam ódio contra a juventude que aqui e ali bebe uns copos na rua ou na praia, sem o alarido gratuito que parte das notícias fazem passar, em formato leviano.

Até, pelo que lemos e escutamos, para o Grande de Prémio de Portugal de Fórmula 1 (Autódromo Internacional do Algarve, em finais de Outubro) já foram vendidos mais de 30 mil ingressos. Não se percebe, definitivamente. É tudo levado a cabo em "cima do joelho", não desassociando este cenário bipolar a comunicações oficiais com tiques de arrogância e malvadez - em forma de ultimato. "Os estádios vão continuar vazios porque, ao contrário dos cinemas, concertos, tauromaquia, entre outros espectáculos, o futebol mexe muito com as emoções, e isso pode não funcionar", afirmou, na semana passada, António Costa. Mais não disse. Ficou-se por ali. Talvez por buscar argumentos inexistentes para justificar o que acabara de dizer.

Sim, o adepto de futebol é, por vezes, irracional, fruto de uma paixão transversal a múltiplas gerações. E que gozo me (nos) dá pertencer a uma classe que transpira irracionalidade, que, - segundo o nosso Primeiro-Ministro procura fazer passar entrelinhas, de forma desrespeitosa para todos aqueles que gostam de bola - é o oposto de um qualquer indivíduo de “etiqueta” bem vincada ou de sangue azul (que ostente uma alcunha com um "de" ou um hífen que dá "status") que marque presença numa noite de Campo Pequeno, sem o distanciamento social que tão bem era conseguido num estádio de futebol a um terço da sua capacidade.

A irracionalidade é uma característica boa, contagiante e emotiva, mas jamais impeditiva de irmos à bola de forma consciente e cumpridora de regras. Jamais poderá continuar a existir a política de "dois pesos e duas medidas". Já basta de gozo. Trata-se de um real (apesar da evidente tentativa de ocultação) atestado de burrice a todos aqueles que gostam de ir ao estádio e fazer do futebol aquilo que deve ser, remetendo – mesmo não o afirmando categoricamente - esta massa de povo para um patamar de selvajaria. Um atestado de burrice e de ingenuidade a um imensurável número de adeptos, feito num contexto absurdo de "dois pesos e duas medidas", repetindo-me até à exaustão. Adiante!

Mas, olhem lá: e se os No Name Boys se alistarem num qualquer grupo de forcados amadores, o Fernando Madureira (vulgo “Macaco”) depositar velinhas no Santuário de duas em duas semanas e a Juventude Leonina fundar um partido político para jantares, festas e coisas assim? Talvez, desta forma, com uma ou outra cunha de quem manda nisto, houvesse adeptos nos estádios. Que dizem, hein? Vá lá, não custa nada. Se querem ser respeitados, respeitem a malta que vive a bola de um jeito romântico e, até, camoniano. Pensem nisso um pouco e vão ver que temos razão, pá!

Saudações e bom campeonato para todos.

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