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Daniel Julião: ele fez do design de eventos profissão

Artes

Por conveniência desta história, consideremos que há dois tipos de crianças: aquelas para quem ir a um casamento é um pesadelo de aborrecimento e desconforto que devia estar interdito a gente miúda; e aquelas que se entusiasmam com o aproximar da data, que adoram o convívio, as roupas e os rituais próprios daquele dia especial e o vivem com curiosidade, euforia e deslumbramento. Pode dizer-se que Daniel Julião, de 28 anos, foi uma dessas crianças. Maravilhava-se com a festa, as luzes e a refeição; impressionava-se com a alegria dos pares recém-casados e com a atenção com que cuidavam os convidados; reparava minuciosamente nos acessórios que ornamentavam os espaços e nas dinâmicas orquestradas com que se encadeavam os momentos. “ não era como os outros miúdos que só queriam ir lá para fora brincar. Eu ficava lá dentro, a explorar a sala, as mesas, fascinado pelos detalhes da decoração e encantado com aqueles bolos gigantes”, recorda, em entrevista à Aveiro Mag.

Talvez nessa altura Daniel ainda não se apercebesse do papel que os profissionais que organizam estes eventos desempenham para que, no grande dia, nada falhe e tudo esteja perfeito. Ainda assim, alguns anos depois, seria ele próprio a vestir-lhes a pele, assumindo iguais responsabilidades.

O percurso de Daniel, no entanto, começa um pouco antes. Foi um dos responsáveis pelo “Fado a Bordo”, um projeto turístico que promovia experiências de barco pelos canais da Ria e juntava às paisagens lagunares, a gastronomia típica e a música ao vivo. Mais tarde, já depois de completar o curso técnico de gestão turística, no ISCA – Instituto Superior de Contabilidade e Administração da Universidade de Aveiro –, passaria também por uma operadora turística, no Porto. Apesar de ser um emprego que lhe permitia ter os fins de semana livres – algo que, nos dias que correm, é acontecimento raro –, a verdade é que aquele “trabalho de escritório” não o preenchia nem realizava. Ainda chegou a trabalhar numa unidade hoteleira, em Aveiro, mas quem o conhecia sabia que ele “não tinha sido feitio para estar sentado em frente a um computador”.

Foi então que Daniel percebeu (ou, melhor, aceitou) que a sua vocação residia, isso sim, numa atividade para a qual nunca tinha estudado e que, até àquela altura, só exercera pontualmente e a pedido de familiares e amigos que sabiam do seu talento e paixão: a organização de eventos. “Acho que, cá dentro, sempre soube que era esta a minha vocação. Eu já ia partilhando com as pessoas que me são mais próximas que era isto que eu mais gostava de fazer. E, na verdade, até já ia fazendo, uma ou outra vez, dentro do meu núcleo. Mas sempre pensei que, profissionalmente, fosse um mundo muito difícil para se entrar”, partilha.

Ora, uma boa maneira de entrar no mundo da organização de eventos é pela porta da academia. Daniel Julião apostou num curso de especialização em Design de Eventos na LSD – Lisbon School of Design, fez formações e workshops complementares e, no passado mês de abril, decidiu arrancar com um ambicioso projeto de produção e design de eventos em nome próprio, onde também garante serviços de arte floral e assessoria para o dia de casamento. Trocou o seu automóvel por um veículo comercial e montou um pequeno ateliê nas traseiras da sua casa, na Gafanha da Nazaré, a partir do qual trabalha para toda a região e, assim surjam oportunidades, para outras paragens.

Em todo este processo, o incentivo dos amigos e o apoio da família foram essenciais. “Os meus pais viam que eu tinha jeito e gosto por esta área e sempre me apoiaram, desde logo, proporcionando-me a oportunidade de estudar. Sempre assumiram que, se fosse para eu ser mais ou para chegar mais longe, o esforço valia a pena”, reconhece, agradecido.

Um ofício de agilidade e sensibilidade

Não é fácil resumir o ofício de designer de eventos em poucas linhas. Tendo como exemplo a organização de um casamento, pode dizer-se que se trata do profissional que “proporciona aos noivos aquilo que eles ambicionam para o seu dia de sonho”, começa por explicar Daniel Julião. Para tal, “é essencial conhecer o casal”, continua. E tudo começa com uma primeira reunião. “Há noivos que vêm com ideias bem concretas sobre o que querem ou quanto pretendem gastar. Uns gostavam de criar uma feira popular no seu casamento, outros gostavam de casar na praia ou na floresta. E também há aqueles noivos que não têm nenhuma ideia e que me dão liberdade para criar e lhes propor um conceito para o seu casamento”, esclarece.

O wedding planning – a organização de casamentos – é uma tarefa de agilidade e sensibilidade. É necessária delicadeza para chegar aos clientes e captar a sua essência, para decifrar as suas vontades e, respeitando as suas limitações, tentar responder criativamente aos seus sonhos e expectativas. Começa por ser uma missão de observação atenta e empatia, para logo se tornar numa empreitada de entrega e dedicação, guiada por um “compromisso para com a perfeição”.Exige desenvoltura e método para gerir toda a logística, assim como uma notável capacidade de lidar com a pressão e o stress, encarando os imprevistos com foco e imaginação.

É fundamental nunca descurar os costumes e tradições que o casal mais valoriza, mas também estar pronto para quebrar as regras sempre que tal se justificar. Mais importante ainda, é “nunca esquecer que, para o bem e para o mal, tem-se em mãos um dos dias mais importantes das suas vidas. Este é o maior desafio”, garante Daniel Julião.

Festas exclusivas e personalizadas

Daniel já organizou várias festas de aniversário, bodas de prata, batizados e primeiras comunhões, mas os maiores desafios são sempre os casamentos. Na visão deste jovem empresário, cada casamento é um evento único e irrepetível e deve, por isso mesmo, ser assim encarado por quem quer que esteja a cargo do seu planeamento. Todavia, ainda “há muita gente que tende a recorrer às soluções preconcebidas que as quintas disponibilizam, em que os casais pagam um valor tabelado e adquirem uma série de serviços”. Para Daniel, “esse conceito está esgotado, está banalizado”. Optando por recursos dessa natureza, “os casais acabam por ter um casamento exatamente igual a dezenas ou centenas de outros casais”, explica. E, muitas vezes, nem sequer fica mais em conta!

Daniel prefere “pensar e construir os eventos de raiz”. O resultado? Festas personalizadas à imagem e ao gosto de cada casal, inspiradas pela sua história em conjunto, pelas suas vivências em comum ou pelas paixões que partilham ou mesmo baseadas num tema – seja simples ou requintado – que faça sentido para ambos.

Assim os clientes o desejem e Daniel é capaz de prestar um serviço completo: assegura o design gráfico dos convites, das ementas e dos distribuidores de lugares, trata das lembranças, da iluminação e, claro, da decoração dos espaços. Está também disponível para prestar serviços de assessoria, comprometendo-se a “acompanhar os noivos no dia do seu casamento e garantir a coordenação dos vários agentes envolvidos, de forma a tirar de cima dos ombros dos noivos uma carga de chatices e preocupações”.

Daniel Julião lançou-se ao mercado numa altura particularmente ingrata. Se, por um lado, o aliviar da pandemia tem permitido a realização de várias festas e celebrações, por outro, a maioria desses eventos estavam adiados desde o ano passado e há muito que já tinham serviços contratados. Neste contexto, e mesmo tendo tido alguns eventos a seu cargo durante o verão, acabam por ser os trabalhos em arte floral a preencher a maior parte dos seus dias. “As flores têm sido a maneira mais fácil de chegar aos clientes. É muito imediato: pedem-me um ramo para a mãe que faz anos amanhã ou um arranjo para homenagear a memória de um ente querido”, descreve. Entre pedidos mais rotineiros e propostas de maior ousadia, Daniel tem tido um pouco de tudo.

Fotos cedidas por Daniel Julião

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