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Juvenis do Sport Clube Beira-Mar: Uma “lança” no futsal nacional

Modalidades

O escalão de Juvenis do Sport Clube Beira-Mar continua a distinguir-se. Pela quarta época consecutiva está entre os melhores e a lutar pelo título, num clube que anda, sempre, com a casa às costas!

Com a casa às costas e a treinar em quatro pavilhões diferentes, o futsal do Sport Clube Beira-Mar tem na equipa de Juvenis, muito mais do que na de juniores ou na de seniores - que reiniciou a atividade esta época - a sua grande bandeira! É um trabalho que tem muito de João Tiago, o treinador, e da sua equipa técnica.

Numa entrevista sem pudores, analisa as hipóteses da formação que orienta nesta quarta fase final nacional seguida do clube. A quarta. Igual só Benfica, Sporting e Caxinas, as três grandes referências da formação portuguesa. Também sem temores, e quão importante isso é, analisa de forma independente o futuro da secção do clube auri-negro que, recorde-se, neste escalão, fez dois internacionais portugueses. Sim, sem pavilhão próprio. Com a casa às costas.

Há quantos anos está no Beira-Mar e a treinar o escalão de sub17?

Esta época é a quarta consecutiva no Beira-Mar. A maioria desta equipa técnica começou em 2015/2016, nos Iniciados Sub’15, onde vencemos todas as competições que disputámos, e subiu de escalão na época seguinte, para a época de estreia nos Campeonatos Nacionais, onde estamos a cumprir a terceira temporada.

Qual foi o percurso desportivo da equipa nesses anos?

Os Juvenis do Beira-Mar há quatro anos seguidos que estão entre as oito melhores do país. A equipa de 2015/2016 conseguiu o apuramento para os Campeonatos Nacionais e as equipas seguintes mantiveram a bitola. Os objetivos para cada época são sempre os mesmos: alcançar a manutenção, através da ida à fase de apuramento do campeão. Nestas três épocas, sempre segundos ou terceiros classificados na Zona Norte e fomos às três fases finais (só Sporting, Benfica e Caxinas é que são totalistas, tal como nós). Nas duas épocas anteriores, fomos sétimos classificados, melhor classificação de sempre de uma equipa aveirense do escalão.

Quais os pontos altos nas épocas transatas em termos desportivos?

De entre tantos momentos bons, destacaria o empate (5-5) no Pavilhão da Luz, diante do Benfica, em 2017 e o apuramento da época anterior, com quatro vitórias seguidas nas últimas quatro jornadas e terminando em segundo lugar depois de termos acabado a primeira volta em sexto.

Esta época, mais uma vez, foi conseguido o apuramento para a fase final e num lugar de destaque na zona Norte. Qual o balanço dessa primeira fase?

Fomos muito regulares na primeira fase. Acabámos como segundos classificados e com o apuramento assegurado a quatro jornadas do fim. O mérito desse desempenho está todo na continuidade do trabalho da época anterior, uma vez que transitaram muitos atletas de uma época para a outra. Se pensarmos que nas duas últimas épocas, na Zona Norte, só o Caxinas é que foi melhor do que nós, isso deve orgulhar-nos a todos, uma vez que, apesar de todas as dificuldades, só ficamos atrás de uma das maiores potências do futsal nacional jovem.

O que esperar para esta segunda fase, sabendo que há clubes como Benfica e Sporting na competição?

Vamos ter jogos muito equilibrados, em comparação com as épocas anteriores. E estas três primeiras jornadas têm ditado isso mesmo, mostrando que há equipas que podem surpreender quando menos se espera. Nós vamos competir, tentar superar a melhor classificação de sempre e tentar estar com os melhores, sabendo de antemão que Benfica, Sporting e Caxinas são sempre favoritos.

Quantos atletas já se tornaram internacionais a jogar pelo Beira-Mar?

Dois. Samuel Silva, de 2001, em Maio de 2017. Sérgio Monteiro, de 2002, em Janeiro de 2019. Frequentaram os estágios das diversas Seleções Nacionais, sem se terem tornado internacionais, mais quatro atletas: Bruno Rodrigues (2016), Luís Hazard (2016), Lucas Ferreira (2017 e 2018) e Pedro Henriques (2017 e 2018).

Qual o significado desse feito?

Para os atletas, ouvir o Hino Nacional e ser internacional pelo nosso país é o ponto mais alto do percurso desportivo deles. Acima disso, só marcar pela Seleção Nacional ou ser internacional nos AA. Para os restantes colegas, para os treinadores e para o clube, só pode ser sinal de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido por todos.

Como é possível um feito desses?

Como o clube não tem a formação de base estruturada, só é possível se tivermos capacidade para recrutar a outros clubes os jogadores mais talentosos desta região e distrito e se lhes conseguirmos oferecer um patamar competitivo que lhes permita desenvolverem as suas capacidades.

Como é possível ir segurando e recrutando talento para o clube, sabendo que acima dos sub17 o patamar competitivo é baixo?

Não é possível, porque o clube ainda não se estruturou no escalão acima. Andamos duas épocas a oferecer um patamar de “1.ª Divisão Nacional” aos atletas e depois é natural que os atletas procurem continuar nesses patamares ou que sejam procurados pelos clubes que têm representantes a esse nível. Nenhum de nós trabalha dois anos em determinado emprego, quer progredir na carreira e fica na mesma empresa se lhe oferecerem menos condições ou o mandarem para um departamento menos qualificado do que aquele em que estava anteriormente. Enquanto o clube não tiver um projeto concreto no escalão de Juniores Sub’20, dificilmente conseguirá segurar os atletas, pelo que anda, não a “formar” jogadores, mas sim a “desenvolver” e “especializar” jogadores para abastecer outros emblemas.

Sem pavilhão próprio e com as limitações próprias de quem divide o espaço de treino, como é possível ter (melhores) resultados? Qual o futuro a médio prazo? Até onde pode o clube crescer?

Mais uma vez, não é possível ter melhores resultados. Com estas condições, não há sequer perspetivas a curto prazo, quanto mais a médio. Treinamos dispersos por quatro pavilhões diferentes, o que dispersa ainda mais os poucos recursos humanos que temos e é um entrave à identificação dos atletas, uns com os outros e sobretudo com o clube. Quando o clube voltar a ter um Pavilhão, talvez possa crescer, mas só se na altura souber rodear-se de pessoas capazes e que saibam alguma coisa da modalidade.

Qual a resposta da sociedade/cidade ao trabalho que o futsal do Beira faz a nível da formação?

A cidade não conhece o trabalho do futsal do Beira-Mar. O futsal do Beira-Mar também não se esforça muito por dar a conhecer melhor o seu trabalho, principalmente junto das escolas.

A falta de apoios é significativa? Que mensagem gostaria de fazer passar?

Quer queiramos quer não, o futsal ainda é o parente pobre do futebol. A única mensagem que podemos passar para defender a nossa modalidade é a que faça ver às pessoas que o investimento no futsal é muito menos custoso do que no futebol. Os subsídios de um jogador de futebol sénior, no final de um ano, pagam a época de umprojeto como este dos Juvenis no Campeonato Nacional FPF. E estamos a falar de uma equipa de Juvenis que coloca atletas na Seleção Nacional, que tem jogos a serem transmitidos na Sporting TV ou na Benfica TV. Acho que vale a pena procurar apoios que se revejam nesta projeção e divulgação do nome do Clube.

Qual o recrutamento feito e como se processa a chegada ao clube?

Observamos os atletas Sub’15 que mais se destacam no escalão de Iniciados, falamos com os clubes e com os encarregados de educação e procuramos reunir todos os jogadores que interessam logo em Junho, para fazerem alguns treinos, conhecerem os colegas e assumirem compromisso para a época seguinte. Pontualmente, recrutamos atletas Sub’16, mas sabendo logo à partida que só cumprirão connosco uma época desportiva.

É possível, um dia, alcançar um título nacional?

No Campeonato Nacional, atendendo ao domínio de Sporting, Benfica e Caxinas, diria que é praticamente impossível e seria necessário que uma série de fatores se conjugassem e até que os astros estivessem todos alinhados. Numa Taça Nacional, é perfeitamente possível, sim.

O clube tem possibilidade de alcançar o mesmo sucesso desportivo noutros escalões?

Tem possibilidades, sim. Mas precisa de olhar para o futsal com outros olhos (com os mesmos que a FPF já vai olhando) e reunir uma equipa de pessoas capazes à frente da Secção de Futsal, que conheçam o futsal atual e que saibam definir o que querem para o projeto desportivo do futsal do clube.

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