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Amar a ria, a montanha e o mar

Opinião

José Paulo Santos*

Sou daquela geração que viu nascer o belo hino que nos mordeu como ao isco. “Se eu fosse um barco de Aveiro” nasceu pela voz e foi dedilhado na guitarra pelo querido amigo Paulo Moreira. E íamos, assim, todos pela Ria até ao Mar, como o moliceiro. Éramos barcos e marinheiros, amantes do sol e da noite e do sal das salinas e das marinas. Éramos poucos e éramos tantos sonhadores, aprendizes do amanhã, que é hoje. Hoje, “onde vives, onde pulsas, como brilha o teu olhar”?

Sem saudosismos, venho homenagear as gentes. Venho recordar os estudantes que deixaram pegadas e partiram apegados à cidade que vive dentro da Ria de Aveiro. Venho recordar e trazer até ao hoje as vivas lembranças frenéticas de tantas vidas que conquistaram as ruas, as vielas, os bairros, as praças do cheiro a peixe.

Uns dentro, outros perto e outros tão longe, mas todos de alma cheia por uma cidade de reflexos de luz e de ventos de mar. E trata-se de amor. De amar uma Cidade. De participar da vida da idade de uma cidade bela e jovem. Vínhamos de longe; vínhamos apear do outro lado da fachada dos azulejos da Estação azul.

A Avenida… Saboreávamos as pedras da calçada da Lourenço Peixinho até às Pontes. O Lourenço, o médico, aquele que impregnou Aveiro com a sua marca decidida e eterna. Os Arcos ali ao lado. O Ria contemplando a Arte Nova. Vínhamos de longe e éramos dali. Não havia Fórum. Havia o Avenida, o Aveirense e o Oita. Havia O Maravilhas e o snooker. Não havia o Meliã suspenso na Ria. Havia o faustoso e imponente Arcada ali perto das palmeiras do Rossio. Havia o Neptuno, o Palácio e o Convívio e o Gato Preto.

Saboreei a Ramos e Latina. Dançávamos na noite da Estação, quando a Luz do Flashback era morna para depois sermos Winner’s.

Às vezes, acordávamos na Costa, ainda éramos gente Nova. Antes de partirmos para a Barra, era ali a areia a nossa cama… e o mar ali. O farol vigilante iluminava o paredão e os navios da pesca.

No caminho de regresso, desde as praias de Ílhavo para Aveiro, eram as Montanhas Mágicas o pano de fundo, que adornavam o encanto desta doce cidade dos Ovos Moles.

* José Paulo Dos Santos é autor e professor.Vive e trabalha na Tunísia, pelo Instituto Camões.
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