O filme “O Palhaço que há em nós”, realizado por Eduardo Robalo, filho do conhecido Palhaço “Faísca” (Mário Robalo), conquistou, nos últimos dois meses, 11 prémios em festivais de cinema internacionais.
Diretor da Black Castle, Eduardo Rebelo explica que se tem vindo a focar na indústria cinematográfica e que este filme não se trata apenas de uma história, mas antes uma homenagem ao seu pai, que é o grande protagonista. “Cada um destes prémios contribuirá para me ajudar a manter o meu pai vivo para sempre”, revela, dando conta que este filme “convida o público a entrar na realidade paralela que é o sorriso de um palhaço”. “O meu pai diz que será um palhaço até ao último dia da sua vida; eu digo-lhe que ele é um ator na mente e um palhaço no coração”, acrescenta.
Um filme "profundamente emotivo"
“O Palhaço que há em nós” é uma curta-metragem de 18 minutos que Francisco Robalo carateriza como sendo “profundamente emotiva”. Recorde-se que Mário Robalo nasceu em Lisboa, mais precisamente em Campolide, tendo dado os seus primeiros passos na representação no Grupo Cénico da Carris. Palhaço há quatro décadas e engenheiro eletrotécnico de formação, fixou-se em Aveiro há cerca de 27 anos. Hoje, com 66, o Palhaço “Faísca” continua a atuar, tendo como públicos principais as crianças e os seniores, e sem intenção de colocar um ponto final na sua carreira, que ganha uma nova visibilidade com o lançamento deste filme.
E foi precisamente por considerar que o seu pai não alcançou o sucesso merecido, que Eduardo avançou com esta ideia, com o objetivo de eterizar a sua carreira, acreditando que os prémios que tem arrecadado servem para lhe mostrar que “tudo valeu a pena”.
O filme retrata a vida de um homem comum que, um dia, sonhou ser palhaço. “Homem este que, apesar da falta de dinheiro, do interesse da sociedade em geral, e da estupidez dos adultos, decidiu levantar-se todos os dias para fazer os outros sorrir”, descreve o aveirense de 25 anos.
“Estava à espera de todo este reconhecimento?”, perguntamos. “Honestamente, olhava para outros projetos do género e tinha um grande receio de não chegar sequer a ser selecionado para nenhum festival”, admite o realizador, confessando estar longe de imaginar que o seu filme viesse a ter esta repercussão.
"Chorou, simplesmente"
“E como reagiu o pai ao ver o filme pela primeira vez?”. “Chorou, simplesmente”, responde Eduardo. “Note-se que este filme retrata o meu ponto de vista sobre o meu pai. Naturalmente que se fosse ele a escrever esta história transmitiria uma visão diferente, acrescentando outros pontos ou retirando outros”, explica, dando cota que todo o filme é narrado em off, através de poemas. “Tentei puxar pelo lado mais estético”, revela Eduardo, também CEO de uma empresa de comunicação, na qual é responsável pela realização das várias campanhas.
A data e o local onde o filme será estreado ainda não são conhecidos. “Gostávamos que o evento tivesse lugar no Teatro Aveirense, e estamos em conversações nesse sentido, esperando que esteja para muito breve”, explica o responsável, acrescentando que a ideia é que, posteriormente, o filme rode pelas salas de todo o país.