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António Oliveira: o empresário que fez da inovação uma bandeira

Empresas

A sua história confunde-se com a própria história da OLI – as datas de nascimento de ambos estão separadas por uns escassos cinco meses -, empresa que vem comandando há quase quatro décadas. Confessa-se um aveirense de gema, desses que olham para a região com especial carinho e que se rendem, por completo, ao brilho da ria. Essa mesma laguna na qual gosta de passar parte do (pouco) tempo livre que a vida de administrador lhe permite gozar. Formado em Engenharia Mecânica, pela Universidade de Coimbra, o empresário António Oliveira acaba de ver, aos 67 anos, o seu percurso profissional reconhecido. Foi distinguido com o prémio inovação do EY Entrepreneur of the Year, em reconhecimento pela “capacidade de transformar ideias em negócios que promoveram a inovação, criaram emprego e geraram impacto social”.

“Mais do que distinguir-me a mim, distingue a empresa e a equipa que nela trabalha. É o corolário de muitos anos de trabalho de uma equipa muito grande”, começa por notar na conversa que teve com a Aveiro Mag. António Oliveira prefere destacar o colectivo. No que toca a este importante prémio, mas também a todos os outros sucessos que são atribuídos à empresa que, ele e o irmão, Rui Oliveira, receberam das mãos do pai. Seja por timidez ou modéstia, ao longo de cerca de uma hora de conversa raramente conjuga os verbos na primeira do singular. Em contraponto, “família” e “equipa” são as palavras que mais vai repetindo ao longo da entrevista.

Não é de estranhar que, no dia em que lhe colocaram o troféu nas mãos, o tenha dedicado aos filhos, António Ricardo Oliveira e Mariana Oliveira, e ao sobrinho, Rui Miguel Oliveira, que “em breve estarão à frente da empresa”. A transição, segundo referiu à Aveiro Mag, “está em curso há uns anos e está quase consumada. Em breve, estarão sozinhos à frente da empresa”. E que conselhos lhes deixa? “Comprometimento, rigor, seriedade, com tudo e com todos, e respeitar as memórias e aquilo que lhes deixamos, que vem já da primeira geração, do meu pai e do meu tio”, enumera.

António Oliveira começou a trabalhar na OLI em 1978, logo a seguir a terminar o curso de engenharia mecânica; o irmão já lá estava desde 1975. Em 1986, com apenas 33 anos de idade é colocado perante um grande desafio. Na verdade, foram dois grandes desafios decorrentes de um mesmo episódio. Com a morte do pai, ele e o irmão tiveram que passar a gerir, sem o amparo e a experiência do progenitor, a empresa. Em simultâneo, também tiveram “que assumir grandes responsabilidades” para comprar a quota ao tio. “A morte do meu pai foi traumática e mudou toda a nossa vida”, desabafa.

Ultrapassada essa fase mais exigente, o caminho acabou por tornar-se vitorioso. “Acho que soubemos fazer bem as coisas e tudo correu bem”, avalia, destacando, fundamentalmente, “a conquista de novos mercados e o reconhecimento dos clientes”. “O facto de termos clientes com uma grande notoriedade que nos escolhem como parceiros é muito gratificante.”, faz questão de vincar.

Parte do sucesso deve-se, segundo António Oliveira, à aposta na investigação e desenvolvimento (I&D). “Acabámos por perceber que para uma empresa a produzir autoclismos em Portugal, longe dos grandes mercados, o que podia fazer a diferença era fazer melhor e identificar tendências e necessidades do mercado. E foi isso que nos levou às soluções adaptadas a pessoas com problemas de mobilidade e às soluções com redução do consumo de água ”, explica.

E desengane-se quem possa pensar que a preocupação com a sustentabilidade só se aplica à parte das vendas e do marketing. A OLI tem vindo a investir milhares de euros na instalação de painéis solares fotovoltaicos, para produzir energia limpa e reforçar a sua competitividade. “É uma questão de coerência. Se apostamos nessas ideias de redução do consumo de água e preservação do ambiente, não faria sentido que parte da energia que consumimos não fosse energia verde”, comenta.

A pandemia que apanhou o mundo de surpresa

Para a história dos seus quase 40 anos de administrador fica, também, a resposta a uma pandemia para a qual ninguém estava preparado. “Tivemos que aprender todos os dias. Desde o início que tivemos a preocupação de tomar as medidas de segurança que julgavamos adequadas, com a vantagem de ter a nossa empresa em Itália que estava um pouco mais à frente na pandemia e, portanto, recebíamos os conselhos deles”, testemunha.

Apesar das exigências trazidas pelo primeiro semestre de 2020, o saldo foi positivo. “Conseguimos não recorrer a lay off. É certo que houve um abrandamento da atividade no primeiro semestre, mas compensámos esse abrandamento com uma semana de férias em maio e outra em junho”, repara. “E em abril tomámos outra medida. Uma vez que havia trabalhadores da empresa que tinham na sua família pessoas que não estavam a trabalhar, antecipámos o pagamento do subsídio de férias”, acrescenta.

Com a entrada no segundo semestre, a OLI voltou a entrar em velocidade cruzeiro, “não obstante a perda do volume de negócios no Sul da Europa”, e chegou “ao fim do ano com um volume de negócios equivalente ao de 2019” - na ordem dos 60 milhões de euros.

Da época de pandemia a empresa produtora de autoclismos retira também uma outra grande vitória: os seus produtos foram escolhidos para equipar alguns dos mais modernos e inovadores complexos hospitalares. Uma lista onde constam o Hospital Isabel Zendal, o Hospital Francisco de Assis (Madrid), o Ichilov Medical Center (Israel), o Hospital Mowasat (Kuwait), o Hospital de Moscovo (Rússia), o Hospital Particular da Madeira e o Hospital CUF Porto (Portugal).

Um aveirense pronto a ajudar a região

À exceção dos anos em que esteve a estudar em Coimbra, António Oliveira sempre viveu e trabalhou em Aveiro. No início da sua carreira de administrador, necessitou de fazer esforços adicionais para combater esse centralismo, entretanto já ultrapassado. “Tudo se passava em Lisboa. Para obter autorização para importar matéria-prima tínhamos que ir a Lisboa arranjar uns carimbos. Felizmente, esses tempos passaram. Se nessa altura tinha que ir todas as semanas a Lisboa, agora já nem preciso de ir”, evoca.

Por força da sua condição de aveirense de gema, sempre que pode dá o seu contributo para ajudar ao desenvolvimento da região. Como empresário, como cidadão e como associado de várias colectividades locais – está ligado à Plataforma Cidades e é sócio de vários clubes, como o Beira-Mar, Esgueira e o Clube de Vela da Costa Nova. Admite que chegou a ser assediado para a política. “Era muito jovem e não tinha simpatia especial pela política, ao contrário de agora”, relata. E se fosse agora? “Não sou apolítico mas não me vejo como político. É incompatível com a minha vida profissional e com a minha forma de estar. Estou de alma e coração na empresa”, assevera.

Se estivesse nas suas mãos assegurar a concretização de um determinado investimento para a região, uma das suas prioridades passaria pela ferrovia.

“Precisamos de diminuir a dependência do transporte rodoviário. Aveiro e a região, e no fundo também o país, tem uma excessiva dependência do transporte rodoviário. 80 por cento do que importamos e exportamos é sempre por camião”, alerta. “E para além da questão ambiental, economicamente também é bastante limitador. Sendo que a solução marítima, em Portugal, também não é competitiva”, acrescenta, deixando a indicação: “Precisamos de melhores ligações ferroviárias e marítimas”.

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